Resenha Leituras do Cotidiano – Roberto DaMatta – Interpretes do Brasil
Por: Isabella Moreira • 1/12/2018 • Resenha • 369 Palavras (2 Páginas) • 440 Visualizações
Leituras do Cotidiano – Roberto DaMatta – Interpretes do Brasil.
O antropólogo dá início a sua fala trazendo alguns conceitos e questões acerca da formação brasileira, dessa forma ele traz discussões atuais, como o problema da corrupção e a identidade do Brasil, tais discussões estão conectadas com a assertiva “projeção da casa no espaço público”, sustentada pelo mesmo.
Para compreender os temas abordados por ele, precisamos compreender a maneira que sua pesquisa antropológica é feita, sua metodologia é semelhante à usada pelo mesmo nas sociedades indígenas, com pequenas alterações para se aplicar a sociedade na qual DaMatta está inserido, a sociedade brasileira.
Logo ele conclui que pode-se definir uma identidade brasileira através dos materiais cotidianos e seus rituais, como o Carnaval, a relação Estado x sociedade, a hierarquia familiar, os conceitos de amor, ódio, vingança, bem estar.
O autor afirma que a sociedade brasileira sempre foi hierarquizada, e essa constituição tem total ligação com a forma em que foi construída, partindo do princípio que o Brasil foi uma Colônia de exploração da coroa portuguesa, com grande trafego de tráfico negreiro, pode se compreender a origem dessa hierarquia na sociedade brasileira.
O Brasil tem em seu plano político público a igualdade como algo instituído por lei, entretanto no seu plano social pode-se ver de forma clara e característica o preconceito, como o autor afirma “no coração somos desiguais, na cabeça somos iguais, não temos preconceito racial”. Entretanto isso leva ao dilema de como uma sociedade de conscientemente adotou a igualdade a partir do movimento republicano que teve grande influência no Brasil, e que trouxe a igualdade para a agenda política brasileira, pode ao mesmo tempo ter em seu cotidiano práticas sociais extremamente hierarquizadas e aristocráticas.
Aristocracia essa que não se assemelha de forma alguma a praticada pelos ingleses, pois essa tinha em sua base conceitos democráticos, enquanto a aristocracia brasileira não havia elaboração alguma, pois sua origem vinha de uma sociedade escravocrata, onde haviam os nobres, e os escravos, que faziam todo trabalho braçal.
Ao analisar todos esses fatores trazidos pelo autor, podemos compreender a projeção da casa no espaço público como uma perpetuação do sistema de favores, com origem na escravidão, que faz parte de nosso sistema cultura.
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