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RESENHA ACADÊMICA DO LIVRO "RAÍZES DO BRASIL"

Artigo: RESENHA ACADÊMICA DO LIVRO "RAÍZES DO BRASIL". Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  9/5/2014  •  849 Palavras (4 Páginas)  •  833 Visualizações

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HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Companhia das Letras, 2008, São Paulo, 220 páginas.

Publicado em 1936, tendo sido reeditado e revisado em 1947 e 1955, Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, permanece ainda hoje como livro de fundamental importância para a historiografia e as ciências sociais brasileiras. Trata-se de uma obra que visa à compreensão da formação da nossa sociedade, o que exige consequentemente, uma análise histórica profunda do contexto colonial estabelecido pelos lusitanos a partir do século XVI na América.

Raízes do Brasil trata, essencialmente, da transição do modo rural para o urbano que se delineava nas primeiras décadas do século XX na sociedade brasileira. É muito importante perceber que o livro foi escrito diante de um cenário de centralização administrativa que alterou o lugar dos grupos de poder local e regional, principalmente depois da Revolta de 1930.

Fazendo uma análise mais global do livro, é possível notar que Sergio Buarque de Holanda desenvolve um raciocínio partindo de uma visão macro e sucessivamente vai destrinchando cada tema mais restrito, até chegar às verdadeiras “Raízes do Brasil”. Partindo da análise do que seriam Portugal e Espanha – Fronteiras da Europa, passando pela cultura da personalidade e a virtude da aventura, depois dissertando sobre a herança que o brasileiro traz desse contato, os desdobramentos da “Cordialidade” e por fim a chegada dos novos tempos.

Em tese, poderíamos intuir que Sergio Buarque está se perguntando “que tipo de urbano será possível em uma sociedade que ainda demonstra muitos aspectos e condutas do antigo meio rural?” Segundo sua análise mais complexa, seria necessário buscar uma explicação bem longe daqui. Para ele, Portugal e Espanha não faziam parte do bloco econômico-cultural da Europa. Por esse motivo ele intitula o primeiro capítulo como “Fronteiras da Europa”, pois para ele a Ibéria apresentava uma cultura muito miscigenada, influenciada por diversas religiões e invasões de outros povos que não faziam parte do bloco dos países centrais do continente europeu.

Na sociedade ibérica, não só era possível, como também era desejável que houvesse uma ascensão social. Em outras palavras, a mobilidade social era permitida e até incentivada. Característica muito distinta da que se apresentava na Europa, pois o Feudalismo europeu se mostrou tão fortemente presente que fora preciso que a burguesia se organizasse através de uma Revolução para ter condições de penetrar nas classes mais abastadas daquela estrutura social. Já na Ibéria, até mesmo aqueles indivíduos que ocupavam a posição de escravo, podiam ascender socialmente, chegando estes a possuir outros escravos. No livro As Metamorfoses do Escravo de Octavio Ianni, esta ascensão social fica bem cristalina.

Na verdade, na concepção Ibérica da natureza humana, há de se valorizar o indivíduo que cresce e se desenvolve ao longo da vida. É o que Sergio Buarque chama de “Cultura da Personalidade”, um sentimento de autonomia e independência de um indivíduo que se sobressai em relação aos demais. Isto é tido como um “valor”, sendo desejável e admirável. Este sentimento, muito perene no descobridor desbravador, representa além de outras coisas, uma característica que confere ao indivíduo a possibilidade da mover socialmente na estrutura da sociedade Ibérica.

Tanto

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