Resenha Manifesto Comunista
Por: mabezinha4kcraft • 15/11/2023 • Resenha • 1.441 Palavras (6 Páginas) • 64 Visualizações
Resenha Crítica
Texto escolhido: Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels
O “Manifesto do Partido Comunista” escrito por Karl Marx e Friedrich Engels foi publicado pela primeira vez em fevereiro de 1848, às vésperas da “Primavera dos Povos”. O levante da população, principalmente na França pós-napoleônica, visava melhores condições de vida e o fim de regimes absolutistas. Karl Marx foi um sociólogo clássico, filósofo, historiador e revolucionário socialista alemão. Sua principal linha de pesquisa sociológica é a luta de classes. Marx vê o mundo e a sociedade sob o espectro da luta do proletariado em relação ao estado capitalista burguês que o escraviza. O “Manifesto do Partido Comunista”, junto ao “O Capital”, contemplam suas obras mais famosas, todas elas sob o viés da luta de classes. Friedrich Engels foi teórico revolucionário e empresário industrial alemão que, junto a Marx, fundou o “socialismo científico”. Na edição do Manifesto do Partido Comunista usada para escrever esta resenha é composta por um prefácio de perguntas e respostas escritas por Engels acerca do tema do livro.
A pequena obra é organizada em três capítulos em que o tema geral é teorizado, discutido e concluído. O Manifesto do Partido Comunista, por ser um manifesto, é um texto que tem como principal objetivo conscientizar seu público alvo, justamente ser declamado nas portas das fábricas. O assunto elementar discorrido no primeiro capítulo do livro intitulado “Burgueses e Proletários” é a história da luta de classes. Marx e Engels identificam um continuum (uma série de vários elementos sequenciais, é difícil distingui-los, mostrando a diferença entre o primeiro elemento e o último elemento) na história em que os opressores, sejam eles burgueses, patrícios, senhores feudais ou a nobreza, sempre exploraram e escravizaram direta ou indiretamente os oprimidos, sejam eles o proletariado, plebeus ou servos. A revolução burguesa é o produto de um desenvolvimento sólido da classe. Porém, mesmo sendo revolucionária, a nova classe insurgente não quebra o antagonismo de classe. Em determinado momento do capítulo, tanto Marx como Engels elogiam a burguesia por romper com o Antigo
Regime e revolucionar mas a crítica está na classe que revoluciona mas não quebra o paradigma. O conceito de liberdade também é abordado pelos autores. A liberdade em questão está relacionada a liberdade de comércio da classe opressora. Atualmente a discussão acerca da liberdade se aflorou. Em 2018, no Brasil, o candidato a presidência da república, Jair Messias Bolsonaro, pautou sua propaganda política no significado do termo. Liberdade para poder falar, liberdade econômica, liberdade para fazer quaisquer que fossem as coisas. A liberdade em questão era a da classe burguesa, o oprimido proletariado continuava e tinha ainda mais sua liberdade cerceada. Ainda no primeiro capítulo a dupla traz a definição de outros termos interessantes. A definição do que é ser um operário que vende a força de trabalho para sobreviver. No final do capítulo Engels e Marx propõem o fim do movimento da classe burguesa para o fim do continuum que, para ambos, é o cerne da História.
O segundo capítulo do livro intitulado “Proletários e Comunistas” discute a interação entre o Partido Comunista e o proletariado. Das três partes da obra, a segunda é a que traz os conceitos mais importantes para o desenvolvimento revolucionário, as propostas que delimitam a revolução proposta. No início, Marx e Engels ratificam que a criação do Partido Comunista não pretende rivalizar com nenhum outro partido da classe operária, mas sim defender os interesses de todo o proletariado. O comunismo em que os autores se apoiam tem como objetivo o expurgo da classe burguesa e a tomada dos meios de produção pelo proletariado. Além da abolição de toda e qualquer propriedade privada e ainda advertem “mais perfeita expressão do modo de produção e de apropriação baseado no antagonismo de classes, na exploração uns dos outros” (P.55). Outra discussão interessante denotada no segundo capítulo do Manifesto do Partido Comunista é a dissolução do conceito de meritocracia proposto pela própria burguesia com o intuito de iludir a classe trabalhadora com uma falsa ideia se “alavancar” dentro do sistema capitalista. A concepção do termo “capital”, tratada mais profundamente no livro “O Capital” de Marx aparece no Manifesto sucintamente. Capital é a propriedade que explora trabalho assalariado e só aumenta com a criação de mais trabalho proletariado, “ser capitalista significa ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na produção” (P. 56). Quem detém o poder do capital detém o poder social. Marx e Engels opõem a ideia de trabalho na sociedade burguesa a ideia na sociedade comunista, “Na sociedade burguesa o passado domina o presente; na sociedade comunista é o presente que domina o passado. Na sociedade burguesa o capital é independente e pessoal, ao passo que o indivíduo que trabalha é dependente e impessoal" (P. 57). A propriedade privada descrita por Engels e Marx a abolição da propriedade provada afetaria apenas sua minoria detentora e a coletivização ascenderia a maioria. Mais adiante os autores argumentam que o movimento burguês influencia tudo ao seu redor. A ideia da família burguesa em que o pai é o provedor se perpetuou na época e se perpetua até hoje. O operário da revolução industrial, no momento em que se da conta de que não consegue manter o padrão burguês de família, desenvolve inúmeros problemas psicológicos, por exemplo o alcoolismo extremo da época e a depressão e ansiedade no século XXI. A manutenção do poder da classe burguesa se mantem com base em seus ideais que dominam o pensamento mundial. A revolução comunista destruiria esses ideais e seus malfeitores, o primeiro passo é a tomada dos meio de produção.
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