Resenha do Texto de Stephan Ball “Profissionalismo e Performatividade”
Por: Hugofernandes22 • 19/7/2021 • Resenha • 1.060 Palavras (5 Páginas) • 241 Visualizações
Resenha do texto de Stephan Ball “Profissionalismo e Performatividade”
Hugo Fernandes Faria
O texto tem como objetivo analisar como as tecnologias de política performatividade e gerencialismo são utilizadas como estratégias para a reforma educacional, e como estas exercem influência negativa sobre as relações interpessoais entre os profissionais.
Como base nas ideias de Ball fica entendido que atualmente o termo profissionalismo está bem distante de ser o que ele realmente acredita. Segundo ele, profissionalismo tem relação direta entre o “profissional e seu trabalho, uma relação de compromisso que está situada nos diálogos comunitários e interno” (p.541). No entanto, em nome da modernidade essas relações vêm sendo erradicadas em prol de uma reforma educacional que se sustenta nas tecnologias da performatividade e gerencialismo. Por esse ângulo, Ball destaca que seu foco essencial se baseia nas novas relações, identidades e valores que se estabelecem a partir da instalação dessas novas tecnologias.
No tópico do “O profissionalismo” fica entendi que “a formação da identidade profissional dos professores na prática” está deslocando-se por excessivas mudanças, na qual Ball alega que a ética profissional dos professores não se encontra mais. Para ele, o profissionalismo se descreveria pela dialogicidade, quer dizer, “em uma relação específica entre o profissional e o seu trabalho, uma relação de compromisso que está situada nos diálogos comunitário e interno” (p.541).
Importante realizar uma ligação a respeito do real significado dado ao profissionalismo, já que as denominações quanto ao termino profissionalismo atualmente “novo profissionalismo’, (McNess, Boadfoot, Osborn, 2003, p.248), ‘reprofissionalismo’, ou mesmo ‘profissionalismo pós-moderno’ não é, de maneira nenhum profissionalismo” (p.542). Ball chama atenção para a ressignificação quanto ao termo profissional, e que os textos políticos e gerenciais partem da suposição que nós não perceberemos que o significado dado atualmente para o termo profissionalismo e como ele é aplicado divergem do que era antes da reforma.
Essas novas denominações quanto ao termino profissional tem ligação direta com o sistema capitalista, que traz alterações tanto no nível discursiva quanto relacional. Isto é, essas alterações discursivas permitem uma nova linguagem que vai apontar novos papéis e relações, nas quais “as organizações educacionais reformadas estão agora ‘povoadas’ de recursos humanos que precisam ser gerenciados; o êxito é um conjunto de ‘metas de produtividade’ etc.” (p.546) fazendo assim uma nova ética organizacional calcada nos conceitos da competição, eficiência e produtividade em prol dos interesses da instituição.
Por fim, o autor não faz menção ao profissional ideal, o que ele dispõe é a escassez de respeito que exerce sobre o profissional, no qual este se vê forçado a se desligar de sua história de vida, de seus crenças e valores para atingir um desempenho desejado.
Já sobre o tópico sobre “A performatividade” o autor tenta demonstrar o uso do termo performatividade, como sendo “uma tecnologia, uma cultura e um método de regulamentação que emprega julgamentos e comparações e demonstrações como meios de controle, atrito e mudança” (p.543). Essa tecnologia quando usada gera critérios mensuráveis que servem para comprar o desemprenho dos sujeitos dentro da instituição.
“O gerencialismo” segundo Ball seria a principal tecnologia política da reforma do setor público nos países do norte dos últimos 20 anos. O gerencialismo retrata a integração, no setor público, de uma nova maneira de poder, ele acaba se tornando um dispositivo para conceber uma cultura empresarial competitiva.
“A reforma de relações e subjetividades” segundo o autor é que as tecnologias de políticas utilizam contrárias técnicas e artefatos como “uma alternativa politicamente e eficaz ao tradicional provimento de educação para o bem-estar público, centralizado no Estado” (p.545). Vale ressaltar, que Ball chama atenção para a realidade de que essas tecnologias políticas além de gerarem transformações técnicas e estruturais, elas também têm o poder de reconstruir os profissionais do setor público, como os professores. Destaca-se também, que a reforma de relações e subjetividades diz respeito a um fenômeno social e não pode ser considerado como uma questão individual.
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