Resumo do texto: Ensino de História Indígena: currículo, identidade e diferença.
Por: Anderson Boscarino • 1/12/2016 • Resenha • 496 Palavras (2 Páginas) • 520 Visualizações
Resumo do texto: Ensino de História Indígena: currículo, identidade e diferença.
- Referência: ALMEIDA NETO. Ensino de História Indígena: currículo, identidade e diferença. São Paulo, UNESP, v. 10, n. 2, p. 218-234, julho-dezembro, 2014.
Antonio Simplicio de Almeida Neto é Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP, áreas de Didática e História da Educação e Historiografia, respectivamente. Atualmente trabalha como professor da Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos, no curso de História. Tem experiência na área de História, com ênfase em Ensino de História e História da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de história, formação de professores, educação e ensino, história, memória, representação e cultura escolar.
O texto escrito por ALMEIDA NETO (2014) tem como ênfase a Lei 11.645/2008. Essa Lei torna obrigatório o ensino da História Indígena em salas de aulas do Ensino Fundamental e Médio das escolas brasileiras. Entretanto, existem empecilhos para que essa Lei seja cumprida em âmago escolar, o autor pontua algumas. Primeiramente há o despreparo do professor em romper com o hibridismo cultural pelo fato de quase não haver graduações em licenciatura que tenham uma disciplina específica para se tratar de assuntos relacionados à questão indígena. Fato é, que a falta de discernimento acerca do assunto corrobora para uma educação pautada em estereótipos raciais.
Os indígenas não são a cultura dominante no Brasil, por isso o autor tem a preocupação em demonstrar os desdobramentos da concepção da cultura indígena como a “outra”. O índio é considerado na sociedade brasileira o diferente e sua cultura exótica e estranha, primitiva, étnica, inferior e atrasada por isso ela é objeto de legislação específica tornando-a obrigatória no currículo escolar, situação que não ocorre com a cultura dominante, ocidental, branca, europeia, civilizada, cristã, tida como “a normal”.
Para o autor Um aspecto que precede toda essa discussão é a chamada visão de área de História. Esse debate compõe-se de três conceitos: noção de sujeito, de tempo e de fato históricos. Entende-se por sujeito histórico refere-se àqueles que atuam na história, àqueles que fazem a história, por assim dizer, e estão envolvidos direta ou indiretamente nos acontecimentos ditos históricos, tanto grandes personalidades históricas como também personagem anônimos. Os fatos históricos são passíveis de serem considerados históricos, pesquisados pelos historiadores, figurar nos livros. Podem ser também fatos cotidianos, mudanças de comportamento e de modo de pensar, movimentos sociais e culturais. De acordo com o autor o tempo histórico pode ser entendido como datas, que prefiguram como marcos temporal, contudo, o tempo histórico pode ir muito além desse entendimento, que restringe a transformação histórica a uma sucessão de fatos, uniforme, regular, cumulativa, progressiva, evolutiva.
A tripartite elencada pelo autor é importante para que se entenda a importância de outros grupos na participação da construção da história e os seus arranjos sócio-históricos, principalmente no que tange a subversão das representações dominantes, com o intuito de romper a invisibilidade indígena no passado e no presente.
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