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Tendências e contradições da educação pública no Brasil: a crise na universidade e as cotas.

Por:   •  20/6/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  969 Palavras (4 Páginas)  •  429 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS

CURSO: HISTÓRIA

DISCIPLINA: PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL

DOCENTE: ANGÉLICA MARIA REIS SOARES

DISCENTE: RACHEL ARAUJO DE CASTRO

Resumo do texto: Tendências e contradições da educação pública no Brasil: a crise na universidade e as cotas.

O debate do poder da educação como elemento para o combate à pobreza no Brasil tem seu surgimento na década de 60 e volta a ser assunto de importância nos anos 90 com a possibilidade de uma reforma educacional. Alguns críticos, como por exemplo, Jenks aponta que as reformas educacionais não necessariamente gerariam igualdade de oportunidade ou poderiam fazer ascender socialmente um individuo, sendo assim necessário outras relações diversas  como, sexo, cor, região de residência, dentre outras para adicionar ao debate da igualdade.

Mesmo com todos os problemas estruturais que a educação publica brasileira enfrenta, como qualidade, repetência e evasão escolar, os índices nos números de matriculas nas escolas cresceram e apontam resultados positivos já a partir da década de 70. Porém no longo caminho do ensino fundamental para o ensino médio percebe-se que a cada série que se passa ocorre uma redução das matriculas, explicada em parte pela repetência dos alunos, a maior da América Latina, com cerca de 20,6%. A consequência disso é o inchaço nas séries, dificultando a absorção destes alunos no ensino superior, mesmo que, somado a isso haja evasão escolar por motivos de emprego, afazeres domésticos, desinteresse e até mesmo o serviço militar aos 17 anos.

Todos estes índices de evasão e repetência só evidenciam que a Politica da Educação do país é de baixa qualidade e não há um investimento significativo na área, se comparado a outros países como Colômbia, Uruguai e Namíbia, que ficam a frente do Brasil em investimentos educacional.

No Brasil, os investimentos públicos na educação são reduzidos a partir da década de 90. Em contrapartida o setor privado começa a investir pesado na educação, principalmente a superior. Um estudo do ano de 2006 aponta que 70% dos alunos do curso superior estudam em escolas particulares e já evidencia que o setor privado esta ultrapassando o público em pós-graduações também.

Infelizmente esta expansão do setor privado não garante a qualidade da educação brasileira, muito pelo contrário, o setor privado deixa de investir em mestrados e doutorados, de qualidade e longa duração; para “criar” cursos de cargas horaria menores, com critérios de seleção e aprovação mais flexíveis, os chamados MBAs e especializações, seguindo a cartilha capitalista dos EUA, por exemplo, para qualificação de empregos e não mais de carreira acadêmica.

A gradual privatização da educação no Brasil dispara a partir do momento que os governos estaduais e federal começam a cortar ou reduzir o repasse de verba para o setor, fazendo decair a qualidade da escola pública superior. Outra consequência da falta de recursos é a conservação e melhoria na sua infraestrutura e expansão do numero de vagas. A limitação do numero de vagas deixa de fora as camadas mais desfavorecidas da população já que no ensino superior é o setor privado que predomina.

Dentro destas camadas desfavorecidas encontram-se os afro-brasileiros que a partir da Constituição de 1988 intensificam as ações coletivas de seus direitos historicamente negados, um deles é o acesso à educação. È desse direito que surgem as politicas de cotas num sentido de igualdade material afim de ponderar a distribuição de bens sociais. Mesmo sendo um assunto polemico, as cotas surgem para amenizar as medidas clássicas que o Estado deveria tomar, mas que infelizmente são ineficazes. Apesar disso, o problema da desigualdade que atinge os jovens afro-brasileiros não é apenas resolvido com as cotas. É preciso pensar em uma Politica Publica Educacional que enfrente o problema em todos os níveis da educação e dar aos cotistas não apenas o ingresso no ensino superior público, mas também garantir a permanência destes com o acompanhamento, bolsas de estudos, alojamento e alimentação.

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