A AIA VIGILANTE OU REFLEXÕES SOBRA A EDUCAÇÃO DOS MENINOS DESDE A INFANCIA ATÉ A ADOLESCENCIA
Monografias: A AIA VIGILANTE OU REFLEXÕES SOBRA A EDUCAÇÃO DOS MENINOS DESDE A INFANCIA ATÉ A ADOLESCENCIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: FannyCarvalho • 24/9/2014 • 1.999 Palavras (8 Páginas) • 599 Visualizações
A AIA VIGILANTE OU REFLEXÕES SOBRA A EDUCAÇÃO DOS MENINOS DESDE A INFANCIA ATÉ A ADOLESCENCIA
Contexto Histórico:
O livro de Joanna Rousseau de Villeneuve foi publicado em 1767, porém quase nada se sabe dessa autora. Segundo “O Dicionário Bibliográfico Português de Estudos, de autoria de Innocêncio Francisco da Silva (1883)(...) ela é de nação franceza, mas residente em Lisboa, onde parece exercera a profissão de aia, ou mestra, em casa de pessoa grada n'esta capital (SILVA, 1883: 144).” Apud GUAPINDAIA 2013 pg 38.
Esse livro é dedicado a Condessa de Oyeras, D. Leonor Ernestina Eva Wolfganga Josefa de Daun, casada com o Marques de Pombal desde 1745, (porém em 1759 ele foi agraciado com o título de Conde de Oyeras por Dom José I, devido aos seus préstimos a reconstrução de Lisboa, após o Grande Terremoto de 1755) e tem o aval de vários dignitários daquela sociedade, entre eles está o Frei Manuel de Cernáculo que também foi um dos mestres de D. José I. Na obra não especifica quando o livro foi escrito, pois como a autora mesmo diz, é um livro da sua experiência de vários anos como Aia dos filhos dos grandes dignitários desta nação, porém os tramites para a sua publicação ocorreram entre 04 de fevereiro de 1767 e 24 de março do mesmo ano.
A autora afirma que ajudou na educação dos filhos da condessa de Oyeras, sendo que três desses filhos nasceram quando a Condessa e o seu marido, então embaixador de Portugal, ainda moravam em Viena, deixando a possibilidade de que a autora tenha sido uma Aia profissional, não só em Portugal, como em outras grandes cidades europeias. A Condessa teve 07 filhos, tendo sobrevivido até a idade adulta 05, um bom número para época, inclusive entre a nobreza. Além da influência da Condessa ela cita um embasamento nas ideias de Rollin e Lockhe, pensadores a ela contemporâneos.
A Obra:
Este é um livro que tinha como público alvo tanto as Aias interessadas em uma boa educação a seus pupilos e aos pais igualmente interessados que seus filhos fossem gloriosos varões da sociedade, por essa razão ela detalha passo-a-passo, como é processo e o que se deve fazer para que se eduque adequadamente as crianças.
Este é um livro de como ensinar a um menino nobre a interagir em sociedade, e que esta tarefa de formação caberá principalmente às Aias deste menino, sendo a elas que primeiro se dirige a obra e, só depois, aos pais das crianças.
Na obra a autora começa falando sobre as Amas e a sua importância na formação das crianças, então orienta para que estas sejam bens escolhidas, pois como diz Como elas são as que primeiro influenciarão na educação e formação das crianças, a autora afirma ainda que para que as Amas tenham um bom leite elas devem ter um aspecto saudável e serem, de preferência, robustas. Porém não é somente o físico que deve ser levado em consideração na escolha de uma boa Ama, elas devem ser uma boa influência para as crianças, por isso qualidades como a morigeração, inteligência, paciência, zelo, brandura e limpeza de caráter são citadas. Afirma ainda que o coração são, tanto quanto a mente, devem ser levados em consideração para essa escolha, já que o bom leite faz somente 50% de uma boa Ama.
Posteriormente ela define a Aia, como uma mulher inteligente, porém se há atributos físicos necessários para uma Aia, a autora não aborda, o que ela aborda são atributos morais e de caráter que são necessários que se tenham para educar corretamente as crianças. Já TERRA 2000 diz que “O papel da aia é tanto mais importante quanto se acredita no poder da educação para transformar a própria natureza. Na verdade, todo o processo de formação assenta na tentativa de combater a desordem dos instintos, levando a criança a racionalizar as atitudes. Na escolha da aia deverão os pais agir com grande cautela, atendendo não só a qualidades físicas, mas também morais e intelectuais”.
Quando se refere as crianças a autora afirma que o primeiro conhecimento que estas adquirem é que conseguirá afagos por meio de seus prantos e, “rapidamente usará isso em seu favor para coisas não urgentes”. Diante dessa situação, cabe a Ama acalantar a criança, acatando-a, ou ignorá-la, assim, as primeiras ideias que a criança concebe, se lhe imprimem, são as de império ou servidão. “É importante acostumar as crianças desde cedo a não ordenar os homens, porque os não governa, nem aos objetos, porque os não entendem.
Assim quando a criança desejar alguma coisa que vê, e se lhe quer dar, é melhor leva-la onde está o objeto, do que trazer-lhe o que pede. Desta prática tirará uma conclusão própria da sua idade, e não conheço, para sugerir, outro, nem melhor meio”, com esse trecho fica claro que a moral não é inata, a educação é construída, é tudo parte de uma construção social e o que é passível de ser educado é tudo aquilo que o responsável pela criação da criança queira e tenha pulso de realizar.
Para implantar sentimentos louváveis na criança, é necessário que lhe ofereçam a seus olhos e a seu espírito, dessa forma a criança vai “montando” os seus valores. A criança deve ser ensinada sobre certos preceitos, mas deve ser motivada a segui-los com respeito e cuidado através, dentre outras coisas, de exemplos, por isso é cabível à Aia escolher quem deve e quem não deve fazer parte do cotidiano de sua criança, por isso as crianças devem saber o que é o mau, a dor, para poder apreciar a ternura da humanidade.
Os valores lhes são impostos com a finalidade de respeitar a razão e a justiça, para ser um bom líder, e não criado através de mimos para atender somente as suas fantasias e vontades. A importância de podá-los na infância é porque é a época em que estão em mais desvantagens. A aia em questão cuidava dos filhos de grandes dignitários, e era de suma importância à construção de uma boa educação, já que àquelas crianças se tornariam, provavelmente, as grandes personalidades, e suas vidas influenciariam a vida de outros.
Se fosse necessário o distanciamento dos pais com o pequeno era um ato a ser feito, os pais poderiam conceder amor em excesso causando um ano na educação, quando casos desses ocorriam os responsáveis visitavam poucas vezes, a mãe era a que possivelmente poderia corromper, pois a mulher em relação ao seu filho e uma figura sempre associada à fragilidade,
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