A CONSTRUÇÃO DO EU NA MODERNIDADE: DA RENASCENÇA AO SÉCULO XIX

BAUHAUS

Vitória

2014

ANA CAROLINA FERREIRA

LAIS MEMELLI

LARA MOSCON

BAUHAUS

Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Multivix – Faculdade Brasileira, pelas alunas do 1º período, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de História da Arte, ministrada pela professora Claudia Piassi.

Vitória

2014

1. Introdução

1.1. Escola Bauhaus

Na maior parte das vezes autores e estudantes esquecem de que Bauhaus não foi um movimento artístico e sim uma escola. O emprego do termo “estilo Bauhaus” é inadequado, pois simplifica um acontecimento amplo e complexo ocorrido nos anos 20, época de surgimento de novas ideias na Europa. Contudo Bauhaus é um conjunto de ideias, um legado de teorias elaboradas por mestres da escola Bauhaus. Outrossim, devido à forte influência e esforços pedagógicos por parte de alguns professores/artistas, como Johannes Itten, que tal estilo pedagógico surgiu, que confunde-se com um estilo artístico.

1.2. Antecedentes históricos-sociais

É fundamental considerar as origens intelectuais e histórico-sociais que recorda o século XIX. A Bauhaus, que está dentro da arquitetura moderna, caminha desde a revolução industrial e, dessa forma, desde o Romantismo, e tinha a meta de reconstruir a unidade artística e cultura destruída pela industrialização, agregar arte e vida, e usar a arte para regeneração cultural e social da sociedade. Transporta da época da Idade Média ao Barroco a noção de obra de arte total. Entretanto o anseio pela unidade não é uma realidade, e sim um desejo. Considerando o desenvolvimento industrial iniciado por volta do ano de 1800, desencadeia a crise social do artesanato, assim como, por meio do uso de máquina, a qualidade do produto é considerada inferior com relação ao produto feito artesanalmente.

Em 1890 a Alemanha acelera a industrialização para competir com Inglaterra a França. O clima político era extremamente nacionalista, com muito movimento cultural e havia a procura de uma linguagem estilística que fosse adequada ao prestigio da Alemanha. Em meio ao desenvolvimento da indústria moderna tentavam associar o trabalho artístico com a produção industrial. Essa necessidade de demonstrar a supremacia alemã nas artes levou à fundação da "Liga Alemã de Oficinas", a Deutsche Werkbund (DWB) em 1907 em Munich sob a liderança do arquiteto Hermman Muthesius.

Até a I Guerra Mundial a DWB ainda influenciava outras escolas na Alemanha com a ideia de reconciliar a arte com a máquina. Foi fundada a Escola de Artes e Ofícios de Weimar para artesãos e existia a Academia de Arte de Weimar. Durante a guerra muitos artistas, assim como Walter Gropius foi para guerra e essa escola foi fechada. Quando a guerra terminou Gropius propôs então ressuscitar a Escola de Artes e Ofícios unida à Escola de Artes de Weimar. Então, foi inaugurada em 1919 a primeira e mais importante escola de Design como o nome de Bauhaus (casa da construção ou arquitetura) Estadual de Weimar.

Criada por Walter Gropius, a Escola de Bauhaus, formava arquitetos designers, que além disso também eram artistas e artesãos. Não existiam divisas, tudo, a escultura e a pintura, se completa e se transforma em uma coisa só, a Arquitetura.

A história de Bauhaus começa em 1919, e termina em 1933 sob pressão dos nacional-socialistas, atuais neo-nazistas não-radicais, ou seja, começa e termina com a República de Weimar. Nesse breve período, além de construir a base do que hoje é considerado design, técnicas foram criadas concepções pedagógicas que mesmo depois de mais de meio século continuam atuais, dentro de alguns aspectos.

2. História da Bauhaus

Em 1919, a Bauhaus foi construida como uma escola democrática com o objetivo de formar profissionais no campo da arquitetura e do design que respondessem á situação da Alemanha com soluções modernas e progressistas. A Bauhaus teve uma orientação artística criando um movimento cultural importante e se estendendo por toda a Europa.

Walter Gropius era um grande “agitador” cultural, igual ao seu contemporâneo Le Corbusier, mas a diferença deste, Gropius acreditava na importância da educação no cenário moderno. Os primeiros anos, a Bauhaus funcionou em Weimar enquanto uma sede própria, desenhada por Walter Gropius, era construída em Dessau.

Bauhaus de Dessau foi aberta em 1925 com uma proposta curricular ampliada. Gropius foi o diretor da escola até 1928, ano em que decidiu sair para se dedicar aos projetos particulares. Assumiu o arquiteto Hans Meyer que dirigiu a escola até 1930 mudando muitos aspectos centrais, como o valor que se dava á arte no currículo. Devido as diferenças Meyer deixa a escola e quem assume é o arquiteto Mies Van Der Roche em 1933, mudando a escola para Berlim por causa de movimentos nazistas em Dessau.

2.1. Modelo Bauhauseana

A base de toda a estética bauhauseana se encontra na frase "A forma segue à função", isto é, a forma é resultado da funcionalidade do objeto ou do espaço, não do capricho pessoal ou da tradição histórica. Para o pensamento racionalista da época o ornamento não tinha mais lugar na funcionalidade do objeto. Agora menos é mais. Desta maneira se dá ênfase as formas geométricas simples e essenciais e nas cores primárias. A supremacia da arquitetura sobre o design é também um dos pilares do pensamento da escola da Bauhaus. Tudo está em função do espaço habitável. Aliar os conceitos das vanguardas artísticas ao design de objetos não era uma novidade, mas a Bauhaus levou isto ao ponto de elaborá-las como obras de arte que seriam reproduzidas porque acreditavam que os objetos são elementos de educação estética da sociedade. Para ter uma vida civilizada as pessoas deviam viver em ambientes altamente estéticos. Por isso deviam ser estudados e desenhados todos os objetos.

Quando a escola passou a sua sede em Dessau o programa curricular foi ampliado dando maior destaque à arquitetura e á tipografia, produzindo publicidade e propaganda, editando livros, produzindo