A ENTREVISTA PESSOA ANALFABETA

Pessoa Analfabeta-

Augusta Maria de Jesus, 79 anos

Quando criança, não teve oportunidade de estudar, de família humilde com muitos filhos começou a trabalhar muito nova e depois se casou ainda com pouca idade, mas relata que não teve oportunidade de ir a escola, pois moravam na zona rural e tinham que andar léguas para chegar a escola, e não tinham nem condições de ter o material escolar,   e sempre estavam na  lida na roça.

Mas  em casa os pais eram severos, mas sempre deu aos filhos uma boa educação, os filhos entendiam com um olhar o que os pais queriam dizer,  que apenas aquele olhar era o suficiente, não precisava ser chamados atenção com palavras e se esta  acontecesse  “aí o coro comia”, expressão usada pela  dona Augusta para dizer que os pais batiam.

Naquela época existiam regras em casa, apesar de todos trabalharem na lavoura existia o serviço de casa que também teria que serem feitos, e desta forma foram formando o caráter de cada filho,  pessoas idonias.

A dona Augusta também não teve condições de manter os filhos na escola ficou viúva muito cedo, mas conseguiu que duas dos seus cinco filhos se formasse, conta com orgulho, e lembra também que foi com muita dificuldades,  e comenta que os dias de hoje são muito mudados, que é tudo fácil mas que a moçada de hoje não querem nada com escola, e que não existi muita educação e nem respeito nos dias de hoje, que atualmente as coisas são fáceis para ir a escola, mas educação mesmo foi a que ela e os irmão teve em casa, e afirma ”não tivemos leitura, mas fomos muito bem educados”.

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