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A Escola crítica e política cultural

Por:   •  1/7/2018  •  Resenha  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  703 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL 

Componente Curricular: Didática Geral - História - 5º fase - 2018/1.

Docente: Neide Cardoso de Moura

Discente: Iury Fanfa

GIROUX, Henry. A escola crítica e política cultural. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992.

A Didática Crítica de Henry Giroux

        Henry Giroux é um educador estadunidense que realiza estudos sobre pedagogia crítica desde meados dos anos de 1980. Tem como influência outros intelectuais da área como Paulo Feire, Dewey, Gramsci, da Escola de Frankfurt e recentemente tem incluído reflexões de Michel Foucault a respeito da relação entre poder e conhecimento. É um crítico ferrenho do currículo tradicional, bem como da escola tradicional. Segundo ele, há uma distinção entre o currículo oculto e o oficial, sendo o primeiro representado por uma grupo de valores e atitudes que corroboram para a formação de pessoas conformadas com um projeto de manutenção das ordens vigentes (sociais, políticas e econômicas). Portanto, defende um currículo que inclua a realidade do aluno.

        Na sua obra “A escola crítica e política cultural”, publicada em 1987, o americano propõe diversos pensamentos a respeito da escola pública e o papel dos professores enquanto intelectuais críticos. Dividida em 2 capítulos, o autor inicia suas reflexões a respeito do que ele chama de Pedagogia Radical e o Intelectual Transformador, onde ele discorre sobre a proletarização do magistério, a natureza do trabalho intelectual, o intelectual transformador, o intelectual crítico, o intelectual adaptado, os intelectuais hegemônicos e sobre o discurso e o papel dos educadores como intelectuais transformadores.

        Na primeira parte o autor foca em questões relacionadas ao professor enquanto um intelectual transformador, e que isso só será possível se esses tiverem a compreensão da escola como esfera pública de oposição. Ele estimula os educadores a se posicionarem de forma crítica a essa educação vigente que está a serviço dos interesses neoliberais.

        Giroux discorre ainda que o magistério vem sendo subordinado a uma divisão técnica e social do trabalho, o que resulta num amarramento do professor aos “especialistas” que não vivem o cotidiano das salas de aula, ou serve para aumentar a distância entre quem controla a escola e aqueles que de fato estão imersos na realidade escolar e nos currículos, reduzindo as funções do professor à meras tarefas instrumentais, restringindo o espaço de discurso e práticas sociais de oposição, colaborando para o desaparecimento do trabalho docente como categoria intelectual.

        Essas ações dos professores moldadas em racionalismos técnicos, com direcionamentos para uma orientação behaviorista, ou seja, obedientes a repetir funções pensadas por outros, é fadada ao fracasso, considerando que os professores seriam sujeitos capazes de se reconhecerem como intelectuais críticos, tomando posição a respeito dos métodos e processos que lhe são apresentados.

        Para Giroux, existem quatro tipos para classificar um professor de intelectual, entre os quais estão os transformadores que acreditam que a educação deve inserir-se cada vez mais na esfera política, os críticos, que são contra as injustiças e que tem ativa ligação com movimentos, os adaptados, que colaboram para sustentar, às vezes de forma inconsciente as classes dominantes e de elite, e por fim os hegemônicos, os quais se apresentam como liderança moral e intelectual a favor das classes dominantes.

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