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A Historiografia Africana

Por:   •  5/9/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.515 Palavras (7 Páginas)  •  659 Visualizações

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Introdução

A História de África é ainda hoje um mistério devido as imensas dificuldades que caracterizam o trabalho de quem pretenda debruçar-se sobre a historiografia africana. Porém, a ausência das fontes escritas, constitui o grande problema com que depara o Historiador africano. Por isso, o papel do Historiador africano vai ser de acreditar na validade das fontes africanas. Para este, as tradições orais são credíveis para reconstituir a História do povo africano. Neste presente trabalho pretendemos falar da Historiografia Africana, das correntes euro-centrista, afro-centrista e progressista que fizeram parte desta época. Sem mais delongas, esperamos que que o grupo tenha atingido com este trabalho os objectivos esperados.


Historiografia Africana

Historiografia é dum modo geral o registo escrito da história. Pode-se dizer que é a arte de escrever e registar os eventos do passado. Este termo, historiografia também é utilizado para definir os estudos críticos feitos sobre aquilo que foi escrito sobre a História. Por exemplo: se um historiador faz um estudo crítico sobre o trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na Grécia Antiga e escreveu sobre o período), então ele está produzindo um trabalho de historiografia.

A historiografia se consolidou como uma matéria científica já que conta com o objectivo de estudos e com métodos e recursos com os quais operar e para analisar tal objecto de estudo. Neste sentido, algumas das questões que a historiografia procurará trazer a tona elementos com a confiabilidade das fontes que foram utilizadas, o marco ideológico da corrente histórica analisada. Além de tudo o que conhecemos como historiografia, essa ciência também procura entender o que é exactamente o que nos ensina a história da humanidade, qual é o objectivo do seu desenvolvimento, como podem conviver e coexistir a subjectividade e a objectividade na hora de realizar História, que é o que se considera um evento ou acontecimento histórico e como pode influir no meio e na compreensão de determinados fenómenos históricos.

Evolução

Foi a partir dos meados do século XX que a África aparece na cena internacional. Por um lado devido as descobertas arqueológicas que revelaram as civilizações até então desconhecidas e devido aos processos das independências. Durante muito tempo, pensou-se que a África não tinha História, diz-se que a África não é uma parte da História do Mundo, pois ela não tem progresso, nem movimentos históricos próprios dela. Portanto, apenas a sua parte setentrional pertence ao mundo asiático ou europeu.

Aquilo, que se entende pela África, é o espírito do não desenvolvimento, ainda em volta das condições morais e que deve ser apresentado apenas no início da História do mundo. Por seu turno, pensa-se também que com a excepção do Egipto e da África do norte, o resto do continente nada fez de digno como desempenho histórico.

A historiografia é responsável pelo conhecimento que hoje temos dos fatos históricos do passado antigo e recente e aporta informação para todos os que estão interessados na história do mundo e do ser humano.

Porém, a historiografia africana pode ser explicada sobre vários ângulos, as chamadas correntes. Assim, existem três principais correntes que tentam explicar a participação ou não dos africanos na reconstituição da História mundial a destacar:

Correntes da Historiografia Africana

Corrente Euro-centrista

Para estes, a África negra nunca participou nas páginas da História Universal. Esta abordagem é feita por historiadores e outros estudiosos que defendem a exploração e a pilhagem dos recursos naturais e humanos do continente africano durante as fases mercantil e colonial. Para estes a participação africana na História Universal é dada pela África branca e dizem que ela constituiu o prolongamento da História da Ásia e da Europa.

Os euro-centristas defendem que a única marca da participação doa africanos na Historiografia Universal foi dada pelos negociantes sudaneses através do comércio Euro-Asiático que deram um grande contributo para o desenvolvimento da Europa. É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a raça negra e sustenta que os africanos não tinham História antes de estabelecerem contactos com os asiáticos e europeus. Proclama-se para a defesa desta concepção que as sociedades sem escrita são sociedades sem História, que não contribuíram para o desenvolvimento da Humanidade ao defenderem que as sociedades africanas eram antes da penetração europeia, estáticas, sem movimentos, ignorantes que para o tecido histórico entra em peso relevante o que o Homem fabricou, tocou, pensou e disse.

Corrente Afro-centrista

É uma corrente que surge intimamente ligada ao nacionalismo africano e é caracterizada por valorizar excessivamente as realizações dos povos africanos como quando deram importância no comércio de ouro, quando participaram no comércio euro-asiático da idade média, quando o trabalho contribui no desenvolvimento da revolução industrial, quando os negros participaram na primeira guerra mundial.

Ela ocupa o seu radicalismo o extremo oposto ao do eurocentrismo ao recusar a influência que os europeus exerceram sobre a História de África. Sustenta que as transformações que marcaram as diversas fases de evolução dos povos africanos não beneficiaram das conquistas dos outros povos. Para esta corrente a história de África é o que é graças ao esforço exclusivo dos africanos sem a concorrência de nenhum factor positivo ou negativo externo.

Corrente afro-centrista Em suma pode-se dizer que é também uma corrente racista e marcadamente ideológica como a Euro-centrista. Esta linha de abordagem histórica apresenta os africanos como comunidades fechadas incapaz de absorver e aproveitar os aspectos positivos das experiências e realizações dos outros povos.

Corrente Progressista

Para estes defensores da História Universal, tudo pode ser História. É uma corrente que reconhece o valor das fontes escritas, mas que recusa o argumento que diz que a História só é feita apenas de documentos escritos. Portanto, através da investigação com métodos científicos apresenta o passado africano como tendo sido dinâmico e quanto a relação ao período em que os africanos estabeleceram os primeiros contactos com os asiáticos e depois os europeus admite apresentando provas de valor irrefutável que os africanos entraram em interacção activa que influenciou grandemente a sua História.

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