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A História Social do Futebol em Porto Velho (1930-1945)

Por:   •  8/5/2019  •  Relatório de pesquisa  •  4.941 Palavras (20 Páginas)  •  246 Visualizações

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

GRUPO DE PESQUISA JURUPARI

Projeto de Pesquisa: História Social do Futebol em Porto Velho (1930-1945)

Plano de Trabalho: A prática do futebol em Porto Velho (1937-1945): análise dos textos jornalísticos

Orientador: Antônio Cláudio Rabello

Orientanda: Ariele Paixão dos Santos - Voluntária

Porto Velho

2018

 RESUMO

A presente pesquisa visa estudar dar continuidade ao trabalho iniciado no projeto PIBIC 2017, analisando os clubes de futebol a partir da cidade e da modernidade no recorte temporal que vai de 1937-1945. Nesse sentido a cidade de Porto Velho dentro de um discurso modernizador vincula-se à capital Rio de Janeiro que há muito antes já havia influenciado Manaus, influencia essa que os historiadores chamam de Belle Époque Tardia.

  Fazendo uso do Jornal Alto Madeira como fonte primaria que até então era o único veiculo de informação que existia no local. A metodologia do plano de trabalho começa desde o seu recorte temporal, estudos e recolhimentos dos dados, estudo da conjuntura nacional e internacional, estudo de bibliografias que retratem a Belle Époque, modernidade e cidade, concluindo com a produção do relatório final.

  1. OBJETIVOS

O projeto em questão procura levantar a história social do futebol no estado de Rondônia, mais precisamente na cidade de Porto Velho, utilizando como recorte temporal a primeira metade do século XX. O futebol é considerado hoje uma paixão de quase todos os brasileiros. Porém quando esse esporte foi apresentado de uma forma mais acentuada no país, em plena Era Vargas, não era um simples esporte que viria a surgir, o futebol trouxe consigo um conceito de modernidade que combinava com a conjuntura política da época, e que se popularizaram muito entre as pessoas que tinham ou não vínculos com clubes futebolísticos, sendo cada vez mais incorporada a sociedade.

O principal objetivo desse trabalho é a analise é o papel dos clubes de futebol na sociedade portovelhense, e como os mesmos conseguiram resinificar o esporte através das influências modernas recebidas da capital Rio de Janeiro. Quais os valores que a modernidade exportada da Europa estava propondo? Como ela foi aplicada aos clubes? Quais os valores morais foram pregados e o resultado desse processo.

        

  1. INTRODUÇAO

O futebol esporte inventado na Inglaterra vem para o Brasil juntamente com os filhos da classe media alta que iam estudar na Europa. Quando chega aqui o mesmo inicialmente continua sendo um esporte etilizado até que progressivamente vai tornando-se um esporte popular. É no período Vargas que esse esporte torna-se uma ferramenta social para unir a população num ideal nacional.

Praticado por estes garotos, o esporte teve, no início, um caráter elitista, servindo como uma espécie de traço distintivo desta juventude endinheirada, que transformou o futebol num elemento de status e se esforçava para que essa condição do esporte fosse mantida. O jogo era disputado em clubes de bairros luxuosos das grandes cidades – Rio de Janeiro e São Paulo foram às pioneiras (PEREIRA, 2000, pp. 22-23).

A copa de 1938 que ocorreu na França levou o governo a associar tudo que pertencia á cultura popular brasileira num movimento que derrancava na política Varguista. Observa-se também o futebol como uma ferramenta de formatação do padrão moral e físico dos jogadores, ao passo que penalizações, elogios, censuras eram diariamente expostas nas paginas dos jornais. Havia uma tentativa de se obter um rígido controle sobre os jogadores, algo que é interpretado por alguns estudiosos como um projeto de eugenia.

Algo que não seria estranho, pois desde a primeira guerra mundial as grandes potências buscavam melhorar geneticamente suas raças. Esse projeto acentuou-se ainda mais nos países pangermânicos a exemplo da própria Alemanha nazista.  

  1. Modernização/Modernidade e Belle Époque na Amazônia

Segundo Marshall Berman, a visão contemporânea sobre a modernidade se divide em dois conceitos que apesar de distintos não são indissociáveis visto que um acaba por modificar o outro. A modernização ocorre na economia e na politica ao passo que a modernidade acontece na arte, cultura e sensibilidade. (BERMAN, 1987.)

Marx (1987 apud Berman 2018 pág.89), além disso, a própria modernidade dentro do conceito marxista tem uma visão diluidora e dialética, pois o movimento dialético costuma produzir uma síntese ao “destruir” a tese e a antítese. Dentro da logica capitalista da modernização, para que o progresso ocorra, o passado tem que ser deixado para traz isso explica a visão que a burguesia tinha das cidades da Amazônia onde o ambiente natural ainda era predominante e a inovação tecnológica iniciava.

A modernização no Brasil e nas regiões resulta numa relação maniqueísta entre passado e futuro, o passado como um empecilho que precisava ser deixado para trás visto como um atraso. O futuro sinônimo de progresso que na Amazônia significa alterar o ambiente “selvagem” para o urbano, inspirado na cidade das luzes, Paris.

No Brasil Vargas conseguiu ser eficaz no seu projeto de modernidade amparada modernização tecnológica. Uma grande característica de sua politica vem dos três fases políticas que ele participou. A primeira de 1930 a 1934 permanecendo com presidente provisório em 1934 sendo eleito indiretamente como presidente do país e em 1947 a 1945 dando um golpe um ano antes das próximas eleições e fixando um regime ditatorial que ele intitulou de Estado Novo. Em todos esses momentos a fase anterior era apagada seja nos discursos, paginas dos jornais, na constituição.

Desde o século dezenove a Amazônia vem passando por um processo de modernização, era um processo que ocorria em todos os continentes onde as grandes potências almejavam construir em lugares que ninguém antes imaginava. Ambientes impossíveis de ser habitados, ou seja, inóspitos. A estrada de ferro Madeira Mamoré configura um desses projetos, iniciada no século dezenove com seu termino no inicio do século vinte teve como proposito fazer o transporte da borracha, que configurava a principal economia dentro da Amazônia. “Entre 1898 e 1900, a borracha foi responsável por 25,7% dos valores das exportações brasileiras, sendo superada apenas pelo café (52,7%). (DAOU, pág.18).”.

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