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A IGREJA CATÓLICA NA AMÉRICA ESPANHOLA COLONIAL

Por:   •  23/10/2020  •  Resenha  •  2.823 Palavras (12 Páginas)  •  634 Visualizações

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HISTÓRIA DA AMÉRICA I – HIS 340

RESENHA E FICHAMENTO: A         IGREJA CATÓLICA NA AMÉRICA ESPANHOLA COLONIAL

ALUNO: RENATO JERÔNIMO DOS SANTOS – 97077

BARNADAS, Josep M. A Igreja Católica na América Espanhola Colonial. In: BETHELL, Leslie. História da América Latina. Vol. 1 São Paulo: Edusp, 2004, pp.521-551.

FICHAMENTO:

“PARA COMPRENDER plenamente a instalação e a organização da igreja católica no século XVI, faz-se necessário primeiramente examinar as condições da Península Ibérica na época. No final da idade Média, os reinos ibéricos haviam passado por uma experiência decisiva: a reconquista do território cristão das mãos do invasor islâmico.” (p. 521)

“Estava presente também a idéia de que a fé poderia ser propagada por meios militares.”  (p. 521)

“Em troca dessa legitimação de direitos que reivindicavam num continente conquistado ou explorado apenas em parte, os monarcas católicos eram obrigados a promover a conversão dos habitantes das terras recém-descobertas e a proteger e manter a igreja militante sob o patronato real” (p. 522)

“A igreja na América fora confiada uma missão prática: apressar a submissão e a europeização dos índios e pregar a legalidade à coroa de Castela.” (p. 522-523)

“Tal arranjo, logicamente, era desejável para o estado, não tanto assim para a igreja.”

(p. 523)

“Em 1509, o rei Fernando havia legalizado a encomenda, o sistema pelo qual os índios eram distribuídos entre os colonos, os quais podiam exercer sobre eles direitos quase vitalícios, embora não fossem de fato oficialmente escravos. Em dezembro de 1511, o frade dominicano Antonio de Montesinos denunciou do púlpito os colonos “Todos vocês se encontram em estado de pecado mortal, e vão viver e morrer nele, por causa da crueldade e da tirania que estão infligindo a essas vítimas inocentes”. Com este ataque eram traçadas as linhas da primeira batalha entre o evangelho e o colonialismo, na luta que seria um para-raios para a vida da igreja na América. A primeira reação do governo foi emitir as Leis de Burgos em 1512, as quais inauguraram uma série de tentativas, por parte das autoridades, de mediação entre os dois interesses incompatíveis.” (p. 523)

“A expansão territorial significou a descoberta de sociedades complexas, organizadas de acordo com sistemas totalmente estranhos aos da Europa. Além disso, suas estruturas religiosas estavam funcionalmente enraizadas na vida dessas sociedades,” (p. 524)

“Tanto a igreja quanto o Estado tinham necessidade dos serviços que se prestavam mutuamente.” (p. 524)

“Para muitos, o Novo Mundo era a oportunidade que a providência oferecia para o estabelecimento do verdadeiro “reino do evangelho”, ou “cristianismo puro”: a restauração da igreja primitiva.” (p. 525)

“A própria Companhia de Jesus, fundada em 1540, era fruto do ideal reformador.” (p. 525)

“As estruturas eclesiásticas foram consolidadas, e a vida da igreja continuou em grande parte nas mãos do clero – uma situação que, na América, foi agravada pelo complexo de superioridade racial que determinava o comportamento da maioria dos colonos, leigos ou clérigos.”  (p. 526)

“A América espanhola pode arrogar-se o mérito da existência de uma plêiade notável de homens firmemente devotados à difusão do evangelho sob as mais desfavoráveis circunstâncias.” (p. 527)

“A igreja enquanto instituição na América espanhola, como na Espanha, funcionava através de seus bispados. As dioceses foram estabelecidas como uma decorrência da conquista militar ou – bem mais tarde no período colonial – do crescimento da importância econômica de determinadas regiões.” (p. 527)

“Que importância teria uma diocese na sociedade colonial? Em si mesma, constituía um centro administrativo autônomo, que cuidava de consagrações, de nomeações e do funcionamento judicial da igreja.” (p. 528)

“É reconhecida de maneira geral a extraordinária importância das ordens religiosas na introdução do cristianismo na América espanhola.” (p. 529)

“Falar dos mendicantes na evangelização da América é falar das quatro grandes ordens – os franciscanos, os primeiros a chegar ao México (1524) e ao peru (1534), os dominicanos, os agostinianos e os mercedários – que tinham uma ação bastante visível na estrutura de qualquer cidade da América espanhola colonial.” (p. 529)

“Logo (1568-1572) os jesuítas se juntaram a essas quatro ordens: haviam sido fundados recentemente na Europa, mas eram extraordinariamente móveis. Pode-se dizer, sem exagero, que a maior parte do ônus da cristianização da América recaiu sobre essas cinco ordens religiosas. Formaram a reserva estratégica da igreja, fornecendo homens para a obra missionária na linha de frente, onde quer que fossem abertas novas áreas de colonização. No caso dos jesuítas, a proselitismo veio somar-se à importância de sua contribuição no campo educacional.”  (p. 530)

“Nos primeiros dias da colonização castelhana da América, os padres tomaram a decisão de viajar para o Novo Mundo individual e espontaneamente. (p. 531)

“O envio de missionários à América era, em última análise, uma questão de política imperial.” (p. 532)

“A maioria dos frades missionários e dos prelados diocesanos, profundamente etnocêntricos, adotaram uma posição absolutamente negativa sobre a questão dos índios para o sacerdócio católico.” (p. 533)

“Os mestiços (meio espanhóis, meio índios) estavam de qualquer forma, na maioria dos casos, excluídos da ordenação, devido ao impedimento representado por seus nascimentos ilegítimos.” (p. 534)

“Somente na segunda metade do século XVIII, seguindo um conjunto de diretrizes da coroa, é que podemos identificar números expressivos de sacerdotes índios ou mestiços em muitas dioceses. Alguns chegaram a cônegos das catedrais. Entretanto, mais frequentemente constituíram uma espécie de clero de “segunda categoria”, que era relegado a paroquias rurais remotas e tinham negadas a maioria das perspectivas de ascensão.” (p. 534)

“Todas as ordens femininas na América espanhola – franciscanas, agostinianas, carmelitas – levavam uma vida monástica, contemplativa, não sendo nem missionárias nem ligadas à educação. (p. 534)

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