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A Resenha do Todorov

Por:   •  9/6/2017  •  Resenha  •  850 Palavras (4 Páginas)  •  403 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

Instituto de Ciências Humanas e Sociais - ICHS

Disciplina: História da América I

Professor: Luiz Estevam de Oliveira Fernandes

Alunos: Yan Bruno Mesquita de Assis e Leonardo Oliveira Adriano

 

Resenha do livro, A Conquista da América de Tzevetan Todorov.

Tzevetan Todorov foi um filósofo e linguista búlgaro radicado em Paris, na França desde 1963. Após completar seus estudos, passando a frequentar então os cursos de filosofia da linguagem ministrados por Roland Barthes, um dos mais respeitados teóricos do estruturalismo. Todorov foi professor da École pratique des hautes études, da Universidade de Yale e diretor do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica de Paris. Com a publicação de A Conquista da América, Todorov expõe suas pesquisas a respeito do conceito de alteridade, existente na relação de indivíduos pertencentes a grupos sociais distintos, cujo tema central encontra justificativa na situação do próprio autor, que é imigrante na França, um país onde supostamente a relação entre nacionais e estrangeiros é historicamente marcada por um xenofobismo não declarado.

A Conquista da América, de Tzvetan Todorov tem, como ideia a descoberta que o eu faz do outro, problemática do outro exterior, ou seja, a questão da alteridade, analisada do ponto de vista moral, através da narrativa dos viajantes e análise do que considera uma história exemplar. Essa história se passa cem anos que seguem a primeira viagem de Colombo, século XVI. Na região do Caribe e do México, chamada às vezes de Meso-América. E a percepção que os espanhóis têm dos índios será o assunto do livro. Segundo o autor, este livro é uma tentativa de entender o que aconteceu neste dia, e durante os séculos seguintes, através de leituras de alguns textos que cujos autores serão seus personagens.

Todorov utiliza, como corpus documental, um conjunto de documentos produzidos pelos conquistadores e/ou pelos missionários espanhóis, como cartas e diários, dentre outros. Entretanto sua leitura não é a de um historiador, mas a de um linguista, um semiótico: analisa as formas discursivas, as omissões, a linguagem e a apreensão do mundo indígena a partir do olhar europeu. Realiza, portanto, um estudo sobre o discurso, não fazendo qualquer crítica interna às fontes.

Aliás, sua metodologia estrutural linguística, muito próxima à de um etnólogo, busca entender, em sua completude, os conjuntos mentais organizados e orgânicos tanto dos indígenas, como dos espanhóis; entretanto, desconsidera qualquer método historiográfico ao sustentar seus argumentos. Antes, de antemão, já revela que não busca a verdade, mas um exemplo: levanta questões que não levam ao conhecimento do verdadeiro, mas do verossímil, sustentando que, para a história das ideologias, o que realmente importa é a possibilidade da recepção do texto por seus contemporâneos e que o autor acredite em suas próprias palavras. Adota esta perspectiva, descartando a noção de falsidade da informação ou fato relatado no documento: sua mera existência comprova sua verossimilhança e à sua análise discursiva meramente moralista é o que basta.

Somos, assim, apresentados a Colombo, um sujeito de mentalidade medieval, que em nada antecipa o homem moderno. De raciocínio finalista, suas interpretações guiam-no, sempre, rumo a um resultado concebido a priori, sendo, portanto, desprovidas de cientificidade. Seu interesse é a natureza, e os nativos americanos lhe interessam apenas na medida em integram a paisagem recém-descoberta: a eles dedica a mesma apreciação pragmática com que admira os elementos naturais, não desenvolvendo qualquer interesse em verdadeiramente conhecê-los.

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