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Análise Temática - Capítulo 2 Apologia da História ou o ofício do historiador

Por:   •  23/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.273 Palavras (6 Páginas)  •  2.210 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS DE TRÊS LAGOAS

CURSO DE HISTÓRIA

INTRODUÇÃO À PRÁTICA DE ENSINO E DE PESQUISA EM HISTÓRIA

PROF. VITOR OLIVEIRA

ANÁLISE TEMÁTICA

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001

APRESENTAÇÃO

Marc Léopold Benjamin Bloch, nasceu em 6 de julho de 1886, na cidade de Lyon, França. Foi um renomado historiador, serviu como soldado de infantaria na Primeira Guerra Mundial e foi um dos fundadores da Escola dos Annales, ampliando a idéia de fontes restritas a documentos oficiais, passando a ser aceito quaisquer vestígio humano como fonte.  Marc Bloch possui vários livros publicados, contudo alguns só foram publicados após sua morte, como no caso de Apologia da história ou o ofício de historiador, do qual será feita essa análise temática.

O livro Apologia da história ou o ofício de historiador foi escrito durante o cárcere de Marc Bloch na Segunda Guerra Mundial, por participar da resistência francesa. O livro conta com cinco capítulos, sendo o quinto inacabado, pois Bloch foi fuzilado no dia 16 de junho de 1944. A obra surgiu de uma aparentemente simples pergunta feita de um filho para um pai historiador: “Papai, então me explica para que serve a história?”;Parece uma simples pergunta, mas ela questiona a legitimidade da história, o que levou Bloch a escrever este livro para responde-la. O livro é considerado um manual para os historiadores, entre os ensinamentos de Bloch, se destaca o olhar crítico para as fontes, e a contestação das verdades absolutas.

CAPÍTULO II – A observação histórica

O capítulo II deste livro apresenta as formas de observação da história por meio de documentos/vestígios e, testemunhos e vestígios, sobre os fatos pesquisados, destacando a importância destas fontes para o historiador e a preservação das mesmas. Bloch ressalta que o campo da História é amplo, e faz-se necessária a utilização de ferramentas de outras disciplinas, para o historiador conseguir questionar suas fontes e obter as respostas desejadas. O autor enfatiza o papel importante das revoluções, pois revelam documentos sigilosos, relevantes ao historiador. Bloch também relata o valor das obras como referência para a pesquisa, afinal todo o aparato necessário não se encontra reunido, normalmente está disperso em museus e bibliotecas, sendo muito difícil e demorado reuni-lo. Existe uma crítica do autor à negligência e o sigilo sobre os documentos, Bloch realça que só existirá uma história completa, da sociedade quando combaterem-se os dois responsáveis pela ignorância e o esquecimento.

  1. Características gerais da observação histórica

Neste tópico Bloch evidencia que o historiador não é capaz de constatar os fatos que analisa, de modo que o conhecimento é constituído por uma observação indireta, pois recebe interferência de outros indivíduos na sua construção. Mesmo vivenciando o cenário histórico, o historiador ainda é obrigado a recorrer a várias testemunhas, pois sua observação dos fatos é limitada, e passível de erros. Segundo o autor o historiador seria o ultimo de uma fila indiana na qual a informação está sendo passada de pessoa a pessoa.

Entretanto, Bloch ressalta que também existe uma observação direta, que é praticada através da interpretação do historiador, sem o auxilio de um intermediário. Mas mesmo assim a observação direta ainda necessita da indireta, em razão de todo conhecimento ser banhado por testemunhos de outros.

Sendo assim o historiador do presente não está em melhores condições, que o historiador do passado, pois ambos são obrigados a recorrer à observação indireta, e assim o resultado de suas pesquisas sendo restritamente fruto da fonte que buscaram, e as questões que levaram a ela. Para o autor o passado é o tirano do historiador, ele os limita a observá-lo apenas através das fontes, e assim tentar interpretá-lo, as mesmas fontes que são escassas, e não existe forma de reverter isso, pois o passado não se altera, o que muda é apenas o conhecimento sobre tal. Entretanto Bloch ressalta que não se pode dizer que não se sabe sobre algo, sem antes ter pesquisado muito, apenas desta forma o cientista pode confessar de maneira honesta que não se sabe.

Desta forma para o historiador interpretar o passado, recorre aos vestígios desse remoto, encontrados nas fontes. Também podemos ter acesso às informações sobre o passado, os vestígios, através dos testemunhos encontrados nos documentos. Bloch salienta que ao historiador na falta de fontes disponíveis, ele pode sugerir o que possivelmente aconteceu de certa forma, um tipo de indução. Para isso devem utilizar de outros conhecimentos, específicos, para alcançar outro saberes, o autor exemplifica na tentativa de interpretar os artesões, através de suas ferramentas.

  1. Os testemunhos

Neste tópico a ideia central são as fontes e seu papel para o historiador, o autor ressalta dois tipos de testemunhos presente nas fontes – o voluntário –que espera ser lido, portanto pode conter inverdades, querem apresentar apenas algumas informações e são escritos para guardar uma história, e os involuntários, que por sua vez não esperam ser lidos, assim possuem menos chances de apresentar mentiras, e mesmo que as apresente não foram colocadas ali para a própria proteção, por esse motivo a historiografia vem depositado sua confiança nessa categoria.

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