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As formas de Resistência e Repreensão na Ditadura Militar

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Por:   •  26/8/2014  •  Artigo  •  469 Palavras (2 Páginas)  •  513 Visualizações

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As formas de Resistência e Repreensão na Ditadura Militar

A repressão teve início mesmo antes de a ditadura se instalar por completo no país, em 1964. Legalistas, apoiadores do governo João Goulart, começaram a ser presos em Minas Gerais, simultaneamente à saída das tropas comandadas pelo general Mourão em direção ao Rio de Janeiro, com o apoio do governador mineiro, Magalhães Pinto. Na ex-capital federal, no mesmo 31 de março, o governo de Carlos Lacerda reprimiu, espancou e prendeu os que se atreveram a ir às ruas do Rio protestar. Repressão e resistência sempre estiveram lado a lado, destaca o professor Enrique Padrós, do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação (PPG) – História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Os golpistas consideravam que a ameaça à segurança interna e à ordem capitalista não viria de fora do país, mas de dentro, dos chamados “inimigos internos”, que, por meio da “subversão”, tentariam implantar o comunismo no Brasil. O temor dos militares era a Revolução Cubana, a cubanização dos países latino-americanos. A Doutrina da Segurança Nacional embasava a repressão.

Nos primeiros dias de abril, entre os setores mais atingidos pelas forças militares estiveram a Central Geral dos Trabalhadores (CGT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), ambas declaradas ilegais, as Ligas Camponesas, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e movimentos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Foram feitas milhares de prisões irregulares. Servidores públicos foram aposentados, professores expurgados e militares legalistas, reformados.

Segundo passo

O professor Padrós afirma que o segundo passo dado pelos militares, depois da Operação Limpeza, foi fomentar os princípios da Doutrina de Segurança Nacional. O objetivo maior do regime ditatorial era produzir o medo entre a população. Um dos métodos utilizados para deixar os brasileiros inseguros, atemorizados, desorientados foi o sequestro do “inimigo interno”. Esse “inimigo” muda a cada momento. Ninguém sabia para onde o sequestrado era levado. Ele podia ser preso, torturado, morto, desaparecido, sem que as autoridades se sentissem obrigadas a dar explicações. No povo, isso criava o sentimento de autopreservação. As pessoas tratavam de se proteger, de sobreviver. O medo também fazia com que as cadeias de solidariedade fossem desarmadas.

Os atos institucionais, o sequestro e a censura eram usados para implantar o medo no país, romper com qualquer possibilidade de mobilização. Crescia cada vez mais o autoritarismo, com o Poder Executivo se sobrepondo ao Legislativo e ao Judiciário e agredindo as liberdades individuais. O fechamento político só aumentava. Qualquer pessoa que falasse em público contra o governo corria o risco de ser presa e torturada. Nos anos 70, as campanhas Ame-o ou Deixe-o, inspirada nos Estados Unidos, Pra Frente Brasil, embalada pelo tricampeonato conquistado pelos brasileiros na Copa do Mundo do México, e a propaganda do milagre econômico brasileiro exerceram um imenso e importantíssimo efeito psicológico sobre a população.

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