Aspecto Antropológico e Sociológico Educacional
Por: Lucas Dias • 14/5/2021 • Trabalho acadêmico • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 176 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO - CEL0466
LUCAS GOES DIAS
RELAÇÃO SOCIOCULTURAL INDIVÍDUO E COMUNIDADE: Um olhar de fora sobre as desigualdades do Bairro Veneza na Cidade de Aracaju/SE.
Aracaju/SE
2021
RELAÇÃO SOCIOCULTURAL INDIVÍDUO E COMUNIDADE: Um olhar de fora sobre as desigualdades do Bairro Veneza na Cidade de Aracaju/SE.
O trabalho busca através da relação entre o aluno e a comunidade do Bairro Veneza (situado no município de Aracaju, no estado de Sergipe), demonstrando as relações entre os indivíduos, identificando as dificuldades encontradas na comunidade através das relações sociais, familiares e os serviços prestados pelo Poder Público. A consequência das dificuldades econômicas e a falta de serviços públicos de qualidade e eficazes, como as consequências geradas pela falta de investimento em uma educação de base com qualidade.
O bairro Veneza encontra-se situado na zona oeste de Aracaju, limita-se ao norte com o Jardim Centenário, a leste com o Santos Dumont e o José Conrado de Araújo, ao sul com o Capucho e a oeste com o Parque São José. É uma das comunidades mais pobres de Aracaju e encontra diversos problemas ligados ao desemprego, saneamento básico e educação de qualidade, que geram outros diversos problemas como a falta de capacitação profissional, tráfico de drogas, fome e uma grande dependência dos serviços sociais prestados pelos órgãos públicos e entidades filantrópicas.
A relação do autor do trabalho com a comunidade é através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo – SCFV[1], trabalho realizado através da secretária de assistência social do município, que de uma forma resumida busca realizar atividades socioeducacionais com grupos de crianças, adolescentes e idosos na comunidade.
Grande parte da população residente no bairro depende dos serviços realizados pelo Centre de Referência da Assistência Social – CRAS[2], principalmente quanto ao cadastro Único[3], que possibilita o recebimento do Bolsa Família, Cestas Básicas, Colchões, entre outros serviços sociais.
Por outro lado, a necessidade de ajudar à família causa um abandono à escola precoce de diversos jovens, não obstante, o alto índice de repetição na escolar existente no único colégio do bairro. Também é possível perceber que além da precariedade da estrutura física do colégio, os alunos possuem dificuldades na leitura e em contas simples, e mesmo assim continuam progredindo de série, o que gera uma situação de afastamento social e marginalização dos jovens, não obstante, “a vida de um analfabeto é marcada pelas inúmeras situações de exclusão, marginalização e desconforto[4]”.
Os problemas sociais vão da falta de alimentos, moradia e saneamento até a violência doméstica, influenciando na base educacional das crianças e jovens, sendo que muitos dos alunos não possuem um cardápio alimentar digno, vale ressalta, suficiente, usando da escola com meio garantidor de sua única refeição, ou uma das poucas que terá no dia. Conforme Balieiro (2014, p. 121):
Em linhas gerais, a estrutura pedagógica de muitas escolas cria sistemas de exclusão. É necessário questionarmos a atuação das escolas como “centros de assistência social”, em que a frequência está muitas vezes associada à possibilidade de os alunos se alimentarem (através da merenda) do que ao próprio aprendizado. A escola se torna, muitas vezes, um espaço voltado para o abrandamento das desigualdades socioeconômicas, aparando arestas que não condizem necessariamente com sua missão.
A relação autor e comunidade é baseada na vivência com crianças e adolescentes através de serviços socioeducacionais prestados diariamente nos turnos que eles não estão na escola. Também é importante destaca, outrora já mencionado, que muitos alunos utilizam da atividade como meio de acesso a uma refeição, garantindo assim uma alimentação que complemente ou que substitua a faltante em sua residência.
Por outro lado, é indubitável a existência de meios para melhoria da vida da comunidade, mas para que isso aconteça são necessárias políticas públicas efetivas que visem resultados em curto, médio e longo prazo. Assim, de uma forma simplória podemos destacar a necessidade de uma restruturação física, profissional e pedagógica na educação de base visando transformar as crianças da comunidade em pensadores, quem aprendam a refletir, questionar e aprender de forma reflexiva e não reproduzida. Não obstante, faz-se necessário políticas públicas sociais que ofereçam condições de subsistências dignas, ofertando o mínimo para a sobrevivência dos mais necessitados, além de oportunizar condições de capacitação e entrada no mercado de trabalho, para que os filhos possam obter realmente os direitos elencados no Estatuto da Criança e Adolescência, trago como destaque a educação, lazer e saúde.
Para Balieiro[5] (2014, p. 133):
Os sistemas educacionais estão cada vez mais lançando mão da comunicação audiovisual e da informática como ferramentas pedagógicas eficazes e complementares no processo de ensino. Por certo que os recursos tradicionais não foram substituídos, tampouco considerados obsoletos, mas os novos recursos advindos dos avanços tecnológicos mostraram-se complementos eficazes para o processo de ensino, principalmente das crianças e dos jovens. Os que defendem a informatização da educação sustentam que a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente, com o auxílio desses novos recursos tecnológicos. Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens, inclusive a linguagem eletrônica.
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