Carlos A. C. Lemos: O que é arquitetura.
Por: rosalia27 • 22/5/2017 • Resenha • 855 Palavras (4 Páginas) • 2.210 Visualizações
- Referência da obra: LEMOS, C. A. C. O que é arquitetura. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
- Carlos A. C. Lemos: O que é arquitetura.
Nesta obra o autor Carlos Lemos, visa esclarecer o verdadeiro significado do que é a arquitetura delineando conceitos com base em grandes nomes da sua história e, retratar sua evolução em diferentes lugares do mundo por meio de uma linha cronológica de pensamento, abordando-a desde os primórdios até os dias atuais.
Se tratando de arquitetura, busca-se sempre o vínculo com a beleza, a “construção bela” que é retratada no primeiro capítulo deste livro, fazendo com que o leitor entenda que o belo é algo subjetivo, ou seja, depende do ponto de vista de quem julga ser belo ou não. De modo que o autor de uma obra pode ter uma visão de beleza que não condiz com o conceito de beleza do crítico da mesma. Partindo desse pressuposto, o autor separou as construções em três grupos: levantadas segundo um critério artístico qualquer; as erguidas sem um desejo de fazer arte e por fim, as construções nascidas ao acaso.
No segundo capítulo “A arquitetura ao longo do tempo”, Carlos Lemos deixa nitidamente claro que a arquitetura não se trata panas de meras construções, mas esta traz com sigo toda a história e as formas do período em que foi desenvolvida, e como exemplo disso tem-se a beleza arquitetônica das igrejas católicas mais antigas, sendo essas, obras que buscam resistir a chagada da arquitetura moderna, de modo que essas igrejas possuem suas estruturas arquitetônica anos preservadas. Neste capítulo é possível notar que mais claramente a cronologia utilizada pelo autor para falar das transformações ocorridas na arquitetura.
Para melhor circunscrição de como deu-se a transição da arquitetura antiga para que se chegasse na moderna, o autor toma como base grandes pensadores como: Platão que (“Ligava a arquitetura a lógica das construções – a arquitetura não seria uma aparência das coisas, mas a coisa em si própria”- pág. 20); Aristóteles (“...a arquitetura era o resultado de certo gênero de produção esclarecida pela razão”- pág.21); Vitrúvio, que por sua vez abrangeu a arquitetura em três aspectos: solidez, utilidade e beleza.; Oscar Niemeyer que afirmava que (“...A arquitetura no Brasil acha-se agora a procura de expressões plásticas. A extrema maleabilidade dos atuais métodos de construção... Criatividade aplicada a solução de problemas espaciais...” pág. 35).
O terceiro capítulo que fala do “ Partido arquitetônico” o autor define a arquitetura de um ponto de vista mais técnico, como sendo (“...qualquer modificação feita no meio ambiente criando novos espaços, quase sempre com uma determinada intensão plástica...”), o que implica dizer que tais mudanças possuem uma preocupação estética.
O partido que por sua vez é “uma consequência formal derivada de uma série de condicionantes”, dentre essas condicionantes existem aquelas que não se pode modificar em função do projeto como por exemplo: a legislação regulamentadora vigente, as condições topográficas e o clima. Esta série de fatores devem ser levadas em consideração pelo arquiteto no momento de desenvolver um projeto.
Carlos Lemos aborda de forma clara e singular sobre a arquitetura no Brasil, ressaltando que a arquitetura brasileira sofreu muitas influências ao longo dos anos devido a sua vasta diversidade cultural, mas que mesmo assim é capaz de possuir suas particularidades intrínsecas, na qual segundo o autor, esta não se limita as obras arquitetônicas antigas ou a de Oscar Niemeyer, mas é entendida também como sendo as contidas nos bairros periféricos com suas casas auto arquitetadas.
Por fim é abordada a “Arquitetura moderna”, que é definida como inovadora, mas sem desligar-se dos aspectos contidos nas estruturas arquitetônicas mais antigas. Pode-se notar neste capítulo que a abordagem utilizada pelo autor faz alusão sobre o fato de que a intenção plástica, técnica construtivas e materiais inovadores não são por si só suficientes para fazer com que a arquitetura moderna seja uma realidade que possa ser desfrutada em todas as camadas sociais. Sendo assim, faz-se entender que a toda a técnica envolvida na constituição da arquitetura moderna ainda é muito limitada a quem tem poder aquisitivo.
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