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Carreira Proteana

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Por:   •  17/11/2014  •  5.792 Palavras (24 Páginas)  •  1.059 Visualizações

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Resumo

O objetivo deste trabalho é realizar uma investigação sobre o conceito de Sustentabilidade Profissional Proteana no século XXI, e apresentar algumas de suas características, discutindo sua importância para a área de administração em particular e para o conhecimento em psicologia de forma geral. Na erado Conhecimento é comumente descrita e analisada pelos seus impactos econômicos e empresariais. O papel do conhecimento como provedor de vantagem competitiva sustentável, para países e organizações e indivíduos, vem sendo crescentemente demonstrado e validado na prática. Menos ostensivas, porém não menos importantes, têm sido as mudanças na relação do homem com sua carreira nesse novo cenário.

Um novo profissional e uma nova carreira emergem desse cenário em transformação, caracterizados como proteanos. A carreira proteana se distingue, principalmente, pela sua independência e flexibilidade. Nessa modalidade, é definida como uma série de experiências e aprendizados ao longo da trajetória profissional, vividos em diferentes organizações ou fora delas. Torna-se um processo autogerenciado e sujeito a mudanças periódicas, tanto de vínculos empregatícios quanto da própria natureza do trabalho.

O profissional proteano, por sua vez, apresenta a autodeterminação como característica fundamental. O sucesso, para esse profissional, passa a ser definido por critérios individuais, singulares, não necessariamente sinônimos de ascensão hierárquica, status ou ganhos financeiros.

PALAVRAS – CHAVE: Conhecimento; Autodeterminação; Independência e Flexibilidade.

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Introdução

O conceito tem origem, metaforicamente, em Proteu, uma divindade grega que possuía a capacidade de transformar sua forma física ao comando de sua vontade. Proteano, por extensão, é um sinônimo para versátil, flexível e autodeterminado. As habilidades de Proteu e a utilização destas para o alcance dos seus objetivos de vida. Os temas habilidades e competências, onipresentes nas discussões sobre gestão de pessoas e competitividade, possibilitam mais um importante paralelo entre a abordagem tradicional e a abordagem proteana de carreiras. Diante das exigências do mercado de trabalho, multiplicou-se a demanda por capacitação profissional. Hoje todos se preocupam em falar inglês e espanhol, em dominar a informática e cursar um MBA. O que nem todos fazem é se perguntar 'para quê'. Naturalmente, essas qualificações são úteis, em termos gerais, e ampliam a empregabilidade de quem as possui. Mas serão elas necessárias para os seus objetivos de carreira & vida? Nesseponto, outra indagação pode surgir: mas, enfim, quais são meus objetivos de carreira & vida? Na abordagem proteana, as principais competências exigidas para o sucesso profissional e pessoal são menos óbvias: autoconhecimento, capacidade de administrar a si próprio e o 'aprender a aprender'. Vale notar que esse conjunto de habilidades e atitudes é aplicável a qualquer tipo de ocupação - mas não é oferecido nos programas das instituições de ensino tradicionais. O autoconhecimento possibilita, ao profissional, estabelecer seus objetivos fundamentais de carreira & vida, bem como identificar seus pontos fortes, valores, limitações e características de personalidade. Esse conjunto de informações internas permite o estabelecimento de metas e estratégias de carreira congruentes e realistas. A relevância da capacidade de administrar a si próprio é facilmente compreensível diante da instabilidade dos vínculos empregatícios e da multiplicidade de escolhas profissionais e pessoais com que o indivíduo é confrontado.

O autoconhecimento propicia o foco para esse gerenciamento de carreira & vida. Por fim, a capacidade de aprender continuamente se torna especialmente relevante em um cenário no qual os conhecimentos possuem prazo de validade. Se, no passado, o diploma universitário era um passaporte seguro para uma vida de trabalho e conforto material, hoje é um mero ingresso para o exigente e instável mercado de competências.

O profissional autoconsciente e capaz de se administrar, naturalmente sabe 'o que' aprender. E ao fazer essa escolha, ao longo de sua vida profissional, tende a ser mais eficiente e mais eficaz que seus pares sem esse foco e alinhamento. Em suma, o profissional proteano utiliza melhor seus recursos, como tempo e dinheiro, na busca de qualificação. E, acima de tudo, amplia as chances de alcançar sua definição pessoal de sucesso: a realização do seu potencial humano nos múltiplos papéis em que pode se expressar.

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Carreira Proteana século XXI

Aprofundando na carreira, em termos conceituais, Baruch (2004) conclui tratar-se da maior constituição da vida, pois envolve o trabalho, este provê o indivíduo de sentido, identidade, desafios, criatividade, status e networking. Para Baruch, a mais moderna definição de carreira caracteriza-a como o processo de desenvolvimento do indivíduo durante suas experiências em trabalhos, em uma ou mais organizações. Sob uma ótica, consideramos as carreiras como individuais; sob outra, como planejadas e conduzidas pelas organizações. Voltadas tanto para a área de formação acadêmica, conhecidas como carreiras profissionais, quanto para as organizações, ou carreiras organizacionais, as carreiras no mundo contemporâneo tendem a ser associadas à trajetória profissional de cada indivíduo, independentemente da área de formação ou da organização em que essa trajetória se desenvolve. Na verdade, a carreira moderna transcende a própria existência de uma organização.

A carreira, segundo Hall (1996), caracterizou a carreira tradicional pelo sucesso vertical, a escalada da pirâmide corporativa e recompensas monetárias.

O conceito de carreira pode ser dividido em duas fases distintas. Chanlat (1995) descreve dois modelos de carreiras a partir das sociedades industrializadas: o modelo tradicional e o modelo moderno. O modelo tradicional, que vigorou até os anos 70, foi marcado pela estabilidade, enriquecimento, progresso e divisão sexual e social do trabalho, em que apenas os homens trabalhavam, ou seja, a possibilidade de ascensão pertencia apenas aos grupos socialmente dominantes. A progressão da carreira era linear e vertical e os trabalhadores possuíam maior estabilidade no emprego. Já o novo modelo caracteriza-se por oportunidades para o profissional tanto do sexo masculino como do sexo feminino e pertencente a grupos sociais variados; a progressão na carreira é descontínua, mais horizontal do

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