Case Conflito
Trabalho Universitário: Case Conflito. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: chuck1690 • 1/12/2013 • 2.730 Palavras (11 Páginas) • 320 Visualizações
O presente relato está baseado na experiência do autor. O caso fala sobre um conflito
entre um fabricante brasileiro de embalagens térmicas e seu distribuidor Argentino. O
desempenho estava aquém do esperado pelo fabricante que necessitava reformular
sua operação nesse mercado, encontrando forte oposição do distribuidor que se considerava Introdução
As relações comerciais são boas enquanto as partes envolvidas estão satisfeitas com
os resultados obtidos. No entanto, relações comerciais são dinâmicas, evoluem ou não
com o tempo, são afetadas por condições ambientais diversas, bem como pelas limitações
internas inerentes às partes que transacionam. Dentre as condições externas
podem ser citados fatores econômicos como juros, inflação, poder aquisitivo da população,
agressividade da concorrência, tamanho do mercado, etc. No que se refere
aos fatores internos, dentre outros, podem-se citar a rotatividade das pessoas, a capacidade
de financiamento das operações, o tamanho da equipe comercial, a forma
de comunicação e as diferentes percepções sobre mercados, margens e participação
de mercado, política comercial entre os gestores da organização.
Entende-se por canal de marketing, conforme Coughland et al. (2002), o conjunto
de empresas independentes envolvidas na disponibilização de produtos ou serviços
para o consumidor final. Para Rosembloom (2002), trata-se da contratação externa
de empresas para a execução dos objetivos de distribuição da organização. Os canais
de marketing, na visão dos autores, possibilitam maior cobertura territorial, podem diminuir
os custos de distribuição, pois comercializam outros produtos para os mesmos
clientes, compartilham riscos, facilitam a busca e obtenção dos produtos por parte
dos consumidores ou usuários finais. No entanto, por serem organizações independentes
que fazem a intermediação entre o produtor e o consumidor, também possuem
objetivos específicos, visões diferentes de mercado, interesse em parte e não na totalidade
dos produtos ofertados pelos fabricantes, bem como buscam maximizar sua margem
de lucro através de investimentos mínimos em promoção, concentração em itens
de maior giro e nos clientes de maior importância dentro de seus territórios. Tudo
isso leva ao inevitável conflito intracanal, ou seja, entre o fabricante, seus distribuidores,
representantes, etc.
Depreende-se que a manutenção da comercialização de determinado produto
em determinado mercado necessita uma contínua gestão dos processos e relações
envolvidas, que não são estáticas, mas sim dinâmicas e conflituosas, sendo profundamente
afetadas não somente pelas condições de mercado, mas principalmente pelos
interesses e objetivos daqueles que transacionam, ou seja, pelas pessoas envolvidas
e sua rede de relacionamentos.
Antecedentes
A empresa de embalagens térmicas, que chamaremos de EP Térmicos, é um fabricante
tradicional desses produtos no sul do País, operando em todo o território nacional
e no Mercosul. Por embalagens térmicas entendem-se garrafas, potes, caixas que possam
conservar a temperatura de alimentos e líquidos por determinado tempo. Essa
empresa, avessa a riscos, operava no Mercosul com um distribuidor em cada paísno Mercosul está em torno do 60 dias. Considerando uma semana para a confirmação
da carta de crédito ou recebimento do pagamento antecipado, carregamento do caminhão
na fábrica, seu transporte até os clientes e o desembaraço aduaneiro, acrescentando-
se ainda o atraso dos pagamentos enfrentado pelos distribuidores em seus mercados,
tem-se 90 dias em média para a recuperação do investimento. Junte-se a isso
o fato de que outros embarques devem ocorrer nesse período e pode-se ter uma ideia
do impacto dos custos financeiros na margem de contribuição e no giro das mercadorias.
Em meados da década de 90 a empresa passava por uma crise interna bastante
forte, tendo acumulado prejuízos nos últimos dois exercícios (92 e 93), o mercado
brasileiro enfrentava dificuldades e fazia-se necessário incrementar a participação
no exterior, cujas vendas não representavam 10% do faturamento da empresa. O aumento
dos negócios no Mercosul possibilitaria melhorar o fluxo de caixa, bem como
não implicaria custos financeiros para a empresa, além de permitir antecipações
de crédito de exportações futuras com o governo federal, que terminava por constituirse
em um capital de giro de baixo custo, auxiliando a empresa a enfrentar sua crise.
Roberto acabara de ser contratado como gerente de exportação da EP Térmicos
e, muito embora possuísse grande experiência em comércio exterior, esta era
a primeira vez que trabalharia com o mercado varejista – até então, Roberto trabalhava
no negócio B2B e não B2C. Esse seria um novo desafio
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