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Ditadura Militar

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Por:   •  14/4/2014  •  2.959 Palavras (12 Páginas)  •  262 Visualizações

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Ditadura militar

A democracia foi restaurada após a queda de Vargas e foi mantida até o Golpe Militar de 1964, apoiado e financiado pelos Estados Unidos.

Getúlio Vargas voltou ao cargo político máximo da república brasileira em 1950 democraticamente, porém, a pressão da oposição, mais especificamente da UDN e de alguns militares, levaram-no ao suicídio em 1954. Devido a forte comoção popular os movimentos golpistas foram esfriados por uma década.

A pressão internacional anticomunista liderada e financiada pelos Estados Unidos criou o IPES, que estimulou e apoiou ao movimento que derrubou João Goulart. A Operação Brother Sam, que não foi posta em prática, é a prova definitiva da ingerência dos Estados Unidos na política interna brasileira.

Na ditadura militar que se seguiu ao golpe e durou vinte e um anos (1964-1985) houve repressão policial, exílios políticos, estabelecimento de legislação autoritária, com supressão dos direitos civis, uso da máquina estatal em favor da propaganda institucional e política, manipulação da opinião pública através de institutos de propaganda governamental e empresas privadas que se beneficiaram do golpe, tais como a Rede Globo que, com o apoio do governo, tornou-se uma emissora nacional e fazia a livre propaganda da ditadura militar, enfatizando o avanço econômico. Censura, torturas, assassinatos de líderes opositores foram institucionalizadas pelo AI-5, na prática uma emenda à Constituição de 1967, que baseada na Doutrina de Segurança Nacional instaurou um Estado policial.

Em consequência houve um endividamento externo do país, em razão da construção de grandes obras com licitações forçadas para grupos de grandes empreiteiros que juntamente a grandes empresas financiaram o golpe de Estado.

Política e econômia

Nos anos que antecederam o golpe militar de 1964 a economia brasileira mostrava-se combalida. Alguns indicadores dessa fragilidade se evidenciavam através de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) inferior ao crescimento populacional, bem como de um acentuado aumento dos índices inflacionários (33,3% em 1961, 54,8% em 1962, 78% em 1963).

Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros em 1961, assume o governo o então Vice-Presidente João Goulart, o que faz acender na sociedade, dentro de um já efervescente clima político nacional, a chama da esperança de que ele desse início as chamadas reformas de base - reforma agrária, reforma tributária, reformas fiscais e a implantação de uma legislação anti-truste - insistentemente referidas e prometidas ao longo da campanha política que o levou a ser eleito Vice-Presidente.

O desenvolvimento dependente e os específicos interesses internacionais e nacionais passaram a sentir-se ameaçados com a ascensão de João Goulart à presidência. Ao clamor popular pela imediata implantação de medidas restritivas aos investimentos multinacionais em defesa de uma política de apoio e concessão de subsídios diretos ao capital privado nacional, sobretudo aos seus setores não vinculados ao capital estrangeiro, assim como a pretensão de nacionalizar as grandes corporações estrangeiras que mantinham interesses no país, associa-se o temor daqueles que pretendiam a manutenção da política econômica de favorecimento dessas corporações e interesses dando origem, na opinião dos golpistas, ao estopim que justificava fosse detonado o Golpe Militar de 1964.

A partir de então a economia passa a caracterizar-se pela grande intervenção do Estado na economia, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma infra-estrutura propícia aos interesses dos grandes grupos capitalistas nacionais, em especial aqueles mantinham estreitos vínculos com o capital internacional. Já nos primeiros anos da ditadura militar a política econômica se mostra voltada a implantação e implementação de um amplo programa de investimentos do Estado, sempre financiados através de fundos obtidos junto à instituições internacionais de crédito. Assim o Estado passou a investir maciçamente em programas de crescimento nas áreas das telecomunicações, construções de estradas para implantar um sistema de transporte rodoviário, ampliação do sistemas de geração e distribuição de energia elétrica, sempre voltados a viabilizar o aumento de investimentos estrangeiros no Brasil. A nova política econômica propiciava financiamento nacional as industrias estrangeiras. A economia abriu-se aos investimentos estrangeiros. Foi editada a legislação de remessa de lucros das empresas estrangeiras para os seus países de origem. Neste período de ditadura militar, os Estados Unidos, através de uma política de créditos fáceis e de empréstimos de capital, foi o país que mais investiu no Brasil, iniciando-se aí a escalada do endividamento externo nacional.

Esse período se notabiliza pelos projetos e construções de obras de grande porte, que exigiram grande aporte de capital, algumas efetivamente necessárias, outras nem tanto. Exemplos disso são, de um lado, a ponte Rio-Niterói e os sistemas viários urbanos, e de outro lado, a construção de diversos estádios esportivos, alguns com capacidade de receber numero de frequentadores maior do que a população das comunidades onde foram construídos, a transamazônica, e o acordo nuclear Brasil-Alemanha, no valor de 30 bilhões de dólares, para a construção de nove usinas atômicas.

No âmbito industrial e comercial, a política econômica implantada a partir do golpe militar teve, entre outros objetivos, viabilizar a presença de grandes monopólios produtores de bens de consumo duráveis. Para isso, entretanto, se fizeram necessários investimentos públicos voltados a favorecer os interesses de grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros. Na área agrícola também foram feitos investimentos consideráveis. Tanto foi assim que após 1964 o Banco do Brasil converteu-se no maior banco rural do mundo, financiando projetos destinados a uma produção agrícola que se restringia a gêneros alimentícios destinados a exportação. Aos grandes produtores foram disponibilizados créditos, assistência técnica, facilidades de transporte e armazenagem que levaram o Brasil a tornar-se o maior produtor de soja do mundo. Essa política de incentivos deixou em segundo plano a produção de produtos agrícolas que popularmente compunham a base alimentar dos brasileiros.

Entre 1968 e 1973 o país experimentou um grande crescimento na produção industrial. O PIB elevou-se, reflexo da maior produção de bens duráveis, principalmente eletrodomésticos e automóveis. Este período, que atenuou o desemprego urbano, ficou conhecido como "Milagre Econômico". A industria automobilística

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