Esboço Do Livro De Numeros

ANTIGO TESTAMENTO

(במדבר) – BAMIDBAR – NÚMEROS – By TORAH

O quarto livro da Toráh (תורה) chama-se (במדבר) – BAMIDBAR = “no deserto”, pois nele está narrada a história dos israelitas em sua longa permanência do deserto. Denominou-se também Chumash Hapecudim = “Livro dos Censos”, pelos diversos censos incluídos em seus primeiros capítulos. A Bíblia da “Versão dos Setenta” chamou este livro de “Aritmoi” (, palavra grega que significa Números. Entretanto, o verdadeiro sentido que os Setenta quiseram dar à palavra “Aritmoi” foi “o dos censos”.

Em Números é relatada a história dos “Benei Yisrael” ( ישראל בני) em sua longa estadia no deserto; quarenta anos de vida de um povo nômade num lugar estéril; a luta contra a natureza hostil e o desejo de chegar à Terra Prometida.

Moisés é o herói do livro e frequentemente se entrelaçam algumas lendas com dramáticas narrações. O livro pode ser dividido em 3 partes:

A primeira parte de Números vai do capítulo 1 ao 10.10, e narra os últimos acontecimentos ao pé do Monte Sinai e as diferentes decisões tomadas por Moisés antes de realizar sua longa travessia pelo deserto. Nos capítulos 1 e 2 encontramos ainda os censos das diversas tribos, das quais, como dissemos antes, deriva do título grego do livro.

O capítulo 3 trata da consagração dos Levitas ao serviço do Tabernáculo. Do capítulo 5 ao 7 voltam a ser enunciadas diversas leis: sobre os doentes ou contaminados, sobre os pecadores e sobre o voto do nazireado (ou nazirato).

Considerava-se o “Nazir” (נזיר) pessoa sagrada e, às vezes, colocado no mesmo nível dos profetas. Não devemos confundir os “Nezirim” e a “Nezirut” com os Nazarenos, nome dado pela Epifania aos membros de uma seita judaica pré-cristã além do Jordão, os quais negavam que a Lei do Pentateuco fosse a promulgada por Moisés, não faziam sacrifícios e não comiam carne de animais. O nome de Nazarenos designou também os judeus que foram os precursores do cristianismo.

A consagração do Tabernáculo está no capítulo 7 do livro “Bamidbar” (במדבר), com uma lista detalhada das diferentes oferendas e sacrifícios. No capítulo 8 também está a ordem da festa de “Pêssach”. No capítulo 10, os últimos conselhos antes da partida. Assim terminamos a primeira parte.

A segunda parte de Números vai desde o capítulo 10.10 até o 20.13, onde estão relatados os diversos acontecimentos da vida no deserto; 40 anos de eventos diversos nos quais os “Benei Yisrael” ( ישראל בני) sofrem fome, sede e solidão à entrada da Terra Prometida em que cada dia, para eles, vai ganhando mais o inestimável valor de algo que se aspira com todo coração e com toda a força, e se deseja com uma intensidade tal, que converte o desejo em realidade. Nestes 10 capítulos estão incluídos os fatos que conhecemos desta peregrinação: as rebeliões contra Moisés, o perjúrio de Miriam e Aarão contra seu irmão (cap. 13); o envio de exploradores a Canaã (cap. 14). Algumas leis vão até o capítulo 16, em que se narra a rebelião de Côrach e de sua gente, terminando com a morte de todos os rebeldes (cap. 17). Nos capítulos 28 e 29 encontramos uma nova consagração de Aarão, e mais algumas leis, Finalmente, no capítulo 20, lemos o relato do que aconteceu no deserto de Cadesh, no lugar chamado Meribá, onde foi proibido a Moisés e a Aarão entrar em Canaã. A segunda parte termina com esta triste condenação.

A terceira parte de Números vai do capítulo 20.14 até o 30.13, onde são relatados os acontecimentos de Cadesh Barnêa, até a chegada às margens orientais do Jordão, e as lutas com os povos que tentaram criar obstáculos ao avanço dos “Benei Yisrael” ( ישראל בני). No capítulo 21 é narrado um fato muito importante: a criação de uma serpente de bronze como antídoto às mordidas das serpentes. Esta recordação parece ser de origem idólatra, mas não é. E o que causa estranheza a muitos críticos é que figure com Moisés e esteja apoiado