Estrutura da antiga sociedade portuguesa
Por: Beatriz Guimarães • 2/12/2021 • Resenha • 642 Palavras (3 Páginas) • 207 Visualizações
O livro “Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa” publicado acerca da segunda
metade do século XIX e escrito pelo Historiador e Cientista Social, Vitorino
Magalhães Godinho, que analisa as estruturas sociais do antigo regime português.
Desse modo, Godinho vai minunciosamente detalhando a formação e a manutenção
dessa estrutura social arcaica, que mesmo com o avanço da modernização e
mudanças de alguns costumes, buscam permanecer com a tradicionalidade estrutural
do antigo regime.
O autor inicia este capítulo enfatizando a esfera politica, onde a partir dela era
formada a divisão das camadas sociais, que além de ser analisada por posses, como
títulos de nobreza, também possuía uma exaltação e valorização acerca dos
comportamentos. Ou seja, as formas de tratamentos e maneiras como as pessoas se
comportavam, agiam e se vestiam, tudo isso dizia muito sobre sua classe social. E
quando alguém de uma esfera inferior conseguia um meio de ascensão, as formas de
tratamentos mais superiores perdiam seu valor.
Como podemos ver até aqui, toda essa estrutura social é pautada com base na
hierarquia, onde o status de riqueza e poder é passado por gerações. E por mais que o
terceiro Estado (composto por agricultores, mercadores e negociantes) conseguissem
ascender, não teriam prestígios, por não terem nascido em famílias com posses e
títulos.
Um ponto interessante que o autor menciona, é como as formas de tratamento
serviam até mesmo para julgar e determinar o nível de castigo ou pena a ser cumprida
por pessoas que praticam crimes ou adultérios. Por exemplo, um Peão que é um título
alto dentre a nobreza, pode ser açoitado ao cometer um crime, enquanto um Fidalgo,
considerado uma pessoa de mor qualidade, não pode. Assim sendo podemos ver
novamente como o título possui um enorme peso na manutenção de hierarquia.
Apresentado de modo geral a ideia central do texto, Godinho explica as
características de cada grupo social, o Clero, constituído pelo topo da piramide social,
é considerado um “Estado” dentro do próprio Estado, já que possui suas leis
exclusivas e é cercada de privilégios. Em seguida vem a Nobreza, que também
desfruta de algumas regalias, porém era subordinada ao Clero, assim como todo o
resto das camadas sociais. O terceiro Estado era formado pelos denominados
“ociosos e vadios” ou seja, que não faziam parte dos Estados eclesiásticos ou nobres.
Outro aspecto que não podemos deixar de falar, é a posição dos escravizados que
desempenhavam um papel que não pode ser deixado passar em silêncio, uma vez que
que chegaram a atingir um decimo da população total em certas regiões
metropolitanas. Além disso, no caso de se tornarem “cristãos”, já não poderiam ser
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