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Exercício do livro: os excluídos da História

Por:   •  7/6/2017  •  Resenha  •  808 Palavras (4 Páginas)  •  505 Visualizações

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Atividade 13_Os operários e as máquinas na França

  1. Explique o apontamento da autora ao afirmar que seu objetivo é “estudar a resistência à maquinaria e montar um quadro completo dos conflitos por ela provocados” (p. 17)

A autora, buscando uma postura pautada na história renovada, procura trazer a tona uma visão da máquina como mecanismo de poder do empresariado o que a torna, portanto, alvo dos operários, menos por e ignorância ou resistência ao “progresso” industrial (técnico) e mais por vê-la (a máquina) como uma forma efetiva de atingir o patrão em defesa de seus interesses, sendo a destruição da máquina o último recurso. Daí a resistência à máquina ser mais uma forma de conter o crescente poder dos empresários sob o operariado do que uma oposição propriamente contra as máquinas.

  1. Na obra Os excluídos da História foi colocada a questão dos poucos estudos desenvolvidos sobre as relações entre o operário e as máquinas na França do século XIX. Apresente argumentos que justifiquem essa ausência.

Um dos argumentos apontados no texto é a existência da idealização/imagem de uma França agraria/rural gerando uma consequente falta de interesse aos temas urbano-industriais. Um segundo argumento é a dificuldade da historiografia francesa em verificar os movimentos operários fora de um quadro oficial/formalizado, seja por carência de fontes seja por falta de aporte metodológico adequado.

  1. Apresente a forma correta de interpretar a ideia contida no texto de que na relação operário e máquina o que está em jogo no é propriamente o uso da máquina na indústria, mas sua capacidade de controle. 

O “ataque” as máquinas pode ser visto como uma forma de resistência às relações de poder no ambiente operário, onde este perdia, cada vez mais, sua autonomia em função da nova disciplina exigida pela introdução da máquina, que impunha o ritmo do trabalho e promovia a fragmentação da atividade produtiva limitando o conhecimento do trabalhador sobre o produto de seu próprio trabalho e tornando-o cada vez mais dependente. Era contra essa situação que o movimento operário se opunha e não contra a máquina propriamente dita.

  1. Com base na resposta da questão acima aponte a relação que se pode estabelecer entre as ideias contidas em Michelle Perrot e Edward Thompson.

Thompson trata do disciplinamento do trabalhador ao tempo da indústria, que altera a noção/percepção do próprio tempo de trabalho, e cria uma separação clara, antes não existente, entre lazer e trabalho. É aí que entra a contribuição de Perrot ao explicar como a máquina, nesse contexto, funciona como um instrumento de monopólio das relações de poder ao forçar os operários a submeter-se a um novo ritmo de trabalho que não pode mais ser feito no ambiente doméstico, pois tem que ser feito na fábrica com o aparato da maquinaria levando o operário a um enquadramento na nova disciplina tratada por Thompson.

  1. Identifique o que pode ser considerado correto e incorreto na reflexão sobre o processo de resistência de operários francês à maquinaria e aponte os principais traços desse processo de resistência.

A autora faz alguns apontamentos cruciais que geralmente são ignorados pela historiografia corrente em relação ao processo de resistência operária em França à introdução da maquinaria. O primeiro destes apontamentos é quanto aos participantes deste movimento apresentando, em sua maioria, operários pouco qualificados e mulheres operárias e/ou donas de casa que se sentiram afetadas por tais mudanças. Em segundo lugar as motivações desses grupos que se pautavam na desproporção das relações de poder expressas na inserção da máquina (a serviço do patrão) no ambiente operário tirando toda sua autonomia. O terceiro e último apontamento se refere aos alvos desse movimento de resistência, que eram bem específicos, Perrot destaca dois tipos de alvos: as grandes máquinas (causadoras de maior prejuízo aos patrões) e as máquinas estrangeiras, em particular as inglesas (caráter xenofóbico).

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