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Fichamento Sobre o texto “Do ponto de vista de quem? Diálogos, olhares e etnografias dos/nos arquivos” de Olívia Maria Gomes da Cunha.

Por:   •  3/11/2019  •  Resenha  •  556 Palavras (3 Páginas)  •  423 Visualizações

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Fichamento sobre o texto “Do ponto de vista de quem? Diálogos, olhares e etnografias dos/nos arquivos” de Olívia Maria Gomes da Cunha.

      Nesse artigo é proposto uma leitura comparativa de duas coleções etnográficas, a de Lorenzo Dow Turner e Ruth Landes, a partir de várias perspectivas. A autora faz uma pergunta sobre o que seria a imaginação nesse sentido, pois os textos, as imagens e os sons, são uma pequena parte de uma experiência etnográfica. Ela cita que o primeiro passo para enfrentar essas questões que aparecem é desvencilhar do que o Fabian chama de “realismo ingênuo” ou “ilusão positivista”, que é a crença de que textos e objetos históricos representam o mundo e as suas inter-relações.

      Dessa forma, quando ela vai falar sobre essas formas ela cita o trabalho de Lorenzo com os sons, que são em grande parte, entrevistas, canções e orações em yorubá e inglês, o que precisa de uma audição e conhecimento especializado. Já com a Ruth o trabalho é feito por meio de fotografias que permitem a instauração de um diálogo sobre o que a imagem revela, esconde, reduz, deforma e torna sensível, possibilitando uma experiência diversa, pois para criar uma memória nas fotos é mais fácil de ser partilhada com outras pessoas. Porém, parece que a Ruth resolveu que as fotos não merecem um tratamento tão especial e sim meramente ilustrativa.

      As vozes que Turner conseguiu foi utilizada como fonte para sua pesquisa, pois ele pegou os sons e transcreveu e traduziu, sem colocar em evidência de quem seriam aquelas vozes, só se sabe que é de alguma tribo localizada na África. No entanto, esses registros ficaram enterrados no meio de vários arquivos por mais de 60 anos, nisso a autora diz “Diante delas imaginei que, pela sua natureza e por permitirem um acesso diverso e destituído da linguagem, da tradução e do invólucro acadêmico que as havia, de maneira indireta, aprisionado nos textos, mereciam outros olhares e escutas.”

Assim, Olívia fala sobre cada um dos modos de forma diferente, ela começa falando sobre o de Turner, que depois de ouvir vários dos povos daquela época ela se toca de que aquele registro de fato é um ótimo objeto de estudo para pesquisadores que fossem em busca da história da África. Após isso ela começa a citar a importância das fotografias para a etnografia também, pois normalmente as fotos recebem um lugar ilustrativo nas pesquisas, pelo simples fato de não verem o que realmente contém nelas, portanto as imagens de Ruth mostram um ponto de vista que não é muito notável, ela mostra povos e culturas que só pelas imagens dá para criar um sentido de etnografia daquele povo. Desse jeito, Olívia termina o texto dizendo que tanto os áudios quanto as imagens podem trazer de volta um passado que antes não era tão ‘visitado’ pelo fato de não conter tantas informações sobre ele, finalizando com essa frase “Contudo, a possibilidade de conectar esses encontros e relações de conhecimento não anula a historicidade própria nem dos artefatos que tiveram origem no arquivo - as fotografias e as vozes registradas em suportes de áudio -, nem daqueles que através do olhar e da lembrança estabelecem com os "artefatos" e seus leitores especializados uma forma sensível de diálogo.

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