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Fichamento: a invenção da sala de aula

Por:   •  4/5/2017  •  Resenha  •  2.303 Palavras (10 Páginas)  •  1.782 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA: H.I.E

DOCENTE: JANE SANTOS

DISCENTE: HELLEN RODRIGUES

A INVENÇÃO DA SALA DE AULA

DUSSEL, Inês; CARUSO, Marcelo. A Invenção da sala de aula: Uma genealogia das formas de ensinar. 1.ed. São Paulo: Editora Moderna, 2003.

O livro trata da pedagogia e seu desenvolvimento histórico, abordando temas como; suas práticas e mudanças ao longo de sua história (mais precisamente de seus últimos 500 anos). Traz pensamentos de grandes pesquisadores a fim nortear pedagogos em formação e mesmo aquelas já consolidados que buscam maior conhecimento, pois entende-se que o conhecimento esteja em constante transformação.

Trata da pedagogia tanto como arte quanto como ciência, também da forma com que o pedagogo deva conduzir os ensinamentos aos alunos, mostrando que o conhecimento pode moldar um indivíduo, porém não se deva transformá-los em indivíduos de repetição, nem mesmo clones uns dos outros, pois cada aluno terá sua forma de receber conhecimento e de utilizá-lo.

E partindo desse pressuposto dissipar a idéia de superioridade do professor na relação aluno-professor, a fim de dar maior liberdade ao aluno de modo que o aprendizado não seja apenas algo obrigatório, mas que esse aluno veja o saber como crescimento para todas as áreas da vida.

INTRODUÇÃO

• [...] Quase todos consideravam a pedagogia um saber que cabia integralmente neste esquema: para alguns, tenderia mais para uma ciência, e para outros, tenderia mais para uma arte [...] p.15

• [...] Uma obra de Bernard Shaw, Pigmalião, expressa exatamente esta visão da pedagogia. Em Pigmalião, Liza Doolittle, uma humilde florista de rua, tem um encontro fortuito com dois aristocráticas ingleses, Pickering e Higgins. Estes estudiosos da lingüísticas decidem fazer uma experiência: reeducar a florista para que ela fale e se comporte como uma dama da sociedade [...] p.15

• [...] Os lingüistas triunfaram: Liza transformou-se em uma dama [...] Final feliz para a pedagogia: Liza ama seus professores e estes a amam, por ter-se transformado exatamente no que desejavam [...] p.15

• [...] Vejamos outro exemplo literário. Trata-se do conto infantil de Elma Wolf “Escola de monstros”. A autora narra a vida em uma escola onde Frankenstein e Drácula, entre outros alunos, aprendam a compactar-se como monstros [...] Transformou-se em monstro. Final feliz para a pedagogia?[...] Certamente a vontade de tê-los sob controle está associada ao temor provocado pela situação de ensinar [...] Apesar de tudo, a vida sempre é mais complexa do que qualquer mecanismo de controle [...] p.15,16

• [...] Se a pedagogia é um saber que ajuda os docentes a serem “bons” professores, é conveniente começar por estabelecer como se define um“bom professor”[...] Recorrendo a história da sala de aula e das formas de ensinar procuramos esclarecer o fato de que muitas técnicas e palavras que utilizamos para nós referir ao que acontece na sala de aula têm um passado, surgiram em situações concretas como respostas a desafios de problemas específicos. [...] Embora não voltemos a inventar a pólvora, também não seremos clones de outros e nem clonaremos nossos alunos [...] p.17

• [...] No ensino não há lugar neutro nem indiferente: todos as estratégias e opções que utilizamos em nossa tarefa cotidiana têm histórias e significados que nos superam e produzem efeitos sobre os alunos [...] O poder continua sendo, sem dúvida, constitutivo da relação professor-aluno; trata-se de assumir o papel de transmitir a cultura de forma mais consciente possível, utilizar estes espaços de liberdade [...] p.18

• [...] Não era somente um professor de escola, mas também podia ter a seu cargo funções que hoje chamaríamos de criação das crianças [...] Ser “ pedagógico” não era, então, sinônimo de uma qualidade positiva, é sim o contrário [...] O diccionario de autoridades de 1737 define pedagogo como qualquer um que ande sempre com outro, e o leva aonde desejar ou lhe diz o que deve fazer [...] p.19

• [...] A pedagogia não se ocupa unicamente das crianças, mas que há também uma pedagogia dos adolescentes e uma pedagogia dos adultos [...]Surgiu uma nova “sensibilidade” com relação à criança, uma nova forma de cuidar dela[...]inicia-se uma tendência segundo a qual a criança precisa de maiores cuidados, que é preciso colocá-la em uma instituição, que necessita de regras mais rígidas [...] p.20

• [....] A pedagogia encarrega-se do “ensinar” e do educar. Pode-se dizer que não se ocupa somente das “ situações de ensino”.[...] ainda que a pedagogia esteja diretamente relacionada com a escola, parece que também a excede, é muito. [...] p.21

• [...] Mesmo que se possa aprender as regras do ensino, estas se modificam em cada situação e dependem do julgamento daquele que as utiliza e da situação em que são utilizadas [...] A pedagogia ocupa-se da escola, mas também da família, dos meios de comunicação e de todas as outras instâncias ou agências que “educam”, ainda que não o façam conscientemente. [...] Isto é, parece ter-se tornado importante perpétua, uma vez que acompanha a vida inteira do indivíduo [...] p.22

• [...] de todas as partes possíveis da pedagogia, a mais importante é a escolar. [...] Hoje em dia, é possível pensar uma pedagogia sem escola. [...] p.23

• [...] A pedagogia ajudou a estruturar, a dar forma e corpo às escolas como as conhecemos. [...] desenvolvemos a idéia de que a sala de aula elementar é uma invenção do ocidente cristão [...] p.24

• [...] Seus espaços educativos eram povoados por outras inquietações e temores.[...] não consideramos que estamos transmitindo um saber completo e absoluto, e sim que a pedagogia pode ser reescrita milhares de vezes, é em casa uma delas dizer algo diferente. [...] p.25

• [...] O fato de ocupamos uma sala de aula não significa automaticamente que a “habitamos”.[...] Habitar um espaço é, portanto, uma posição ativa. Assim, este convite não se esgota no tema da sala de aula.[...] p.26

• [...] É melhor considerarmos este sacudir das teias de aranha da rotina de Oliverio como um sinal de que podemos fazer outras coisas com o que temos a mão [...] Efetivamente, supõe-se que

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