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Geopolítica: do Pensamento Clássico aos Conflitos Contemporâneos

Por:   •  13/6/2023  •  Resenha  •  1.482 Palavras (6 Páginas)  •  97 Visualizações

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PROGRAMA DE INCENTIVO À LEITURA - RESENHA CRÍTICA

NOME: CC (FN) FERNANDO DE PAULA LIMA

  1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

TEIXEIRA JÚNIOR, Augusto W. M. Geopolítica: do Pensamento Clássico aos Conflitos Contemporâneos. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. 238 p. ISBN 978-85-5972. 336-6.

  1. APRESENTAÇÃO DA OBRA
  1. Credenciais do Autor – Doutor em Ciência Política na Área de Concentração de Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestre em Ciência Política e Bacharel em Ciências Sociais pela mesma instituição. Realizou Estágio Pós-Doutoral em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Professor Associado I do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e Relações Internacionais (PPGCPRI/UFPB). Pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos do Exército Brasileiro (CEEEX), área de Geopolítica e Estratégias Militares (2018 - 2021). Coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Estratégicos e Segurança Internacional (GEESI/UFPB /CNPq). Membro da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (diretor financeiro, gestão 2014 - 2016 / diretor de publicações 2020 - 2022). Editor-Chefe da Revista Brasileira de Estudos de Defesa (RBED). Participou de programas e cursos do U.S. Department of State (International Security and Non-Proliferation - Study Tour) e do United States Department of Defense (Strategy and Defense Policy Course - National Defense University). Palestrou em Cursos de Extensão e Congressos Acadêmicos do Ministério da Defesa (Brasil). Pesquisa na área de concentração de Relações Internacionais, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos Estratégicos, Geopolítica, Defesa e Segurança Internacional, América do Sul e Métodos Qualitativos Aplicados às Relações Internacionais. Conta com artigos publicados em periódicos e comunicações em anais de congressos e periódicos sobre os temas acima citados. Autor do livro 'Geopolítica: do pensamento clássico aos conflitos contemporâneos' (Intersaberes, 2017). Bolsista Produtividade em Pesquisa Nível PQ-2 (Chamada CNPq N 4/2021 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ). Coordenador Associado do projeto 'Mísseis e Foguetes na Defesa Nacional: O Sistema Astros Como Elemento de Transformação Militar', PROCAD-DEFESA 2019. Coordenou o projeto de pesquisa 'Como o balanceamento da Rússia contra os Estados Unidos afeta a Balança de Poder do Entorno Estratégico Brasileiro?' - CHAMADA UNIVERSAL MCTI/CNPq N 01/2016.

  1. Resumo da Obra – A obra tem 238 páginas e está dividida em cinco capítulos que abrangem temas que vão desde o nascimento da disciplina de geopolítica até questões contemporâneas relacionadas à geopolítica e geoestratégia. Ademais, todos os capítulos ao final têm um comentário em que o autor tenta reforçar os pontos mais importantes discutidos.

No Capítulo 1, “Conceitos e Fundamentos da Geopolítica”, o autor apresenta a história, os autores e os conceitos da geopolítica que me permitem compreender a relação entre espaço e poder, abordando os conceitos fundamentais de Estado, nação, território, fronteira e limites. Em seguida, mostra como a geopolítica pode adquirir uma certa identidade distinta da geografia política, focando nos autores e teorias que transitam entre elas. Além disso, as principais escolas de geografia política são discutidas para penetrar no cerne da compreensão dos fundamentos da geopolítica.

No capítulo 2, "Teorias Clássicas da Geopolítica", são apresentadas as principais teorias clássicas da geopolítica: teorias do poder marítimo (Mahan), do poder terrestre (Mackinder e Haushofer) e do Rimland (Spykman), a fim de compreender como essas teorias, no contexto histórico distinto de um período, contribuíram decisivamente para influenciar o pensamento estratégico da Guerra Fria. A obra permite observar que a geopolítica neste período de conflito político-ideológico, especialmente a teoria da contenção e o comportamento estratégico dos EUA e da União Soviética, podem ser explicados pelas teorias geopolíticas apresentadas. A compreensão dos conceitos e interpretações geopolíticas que se desenvolveram entre Mahan no final do século XIX e Spykman na década de 1940, é fundamental não apenas para entender a Guerra Fria, mas também para perceber a interface clara entre geopolítica e as estratégias política e militar no século XX, produtoras da geoestratégia.

No Capítulo 3, “Geopolítica e geoestratégia”, são apresentadas as principais diferenças entre geopolítica e geoestratégia, e como elas foram sendo contornadas ao longo do século XX. Os impactos decorrentes de grandes eventos históricos, como a Primeira e a Segunda Guerras Mundias e a Guerra Fria, alteraram substancialmente o mundo sobre o qual Mahan e Mackinder haviam pensado. A realidade da Guerra Total e da revolução nos modos e meios da guerra, criou a necessidade de um diálogo robusto entre as contribuições da geopolítica e as da teoria da guerra e da estratégia. Destarte, discute-se o poder terrestre, marítimo e aéreo no contexto militar, bem como as contribuições de Clausewitz para a teoria da guerra e as contribuições de Hart para a estratégia de ação direta e indireta.

No Capítulo 4, “O papel da geopolítica nas relações internacionais”, o autor revela como os debates geopolíticos dialogam com as teses sobre o imperialismo e, mais recentemente, com a globalização. Essa ponte entre escolas de pensamento, como o marxismo, tem implicações importantes para nossa compreensão do desenvolvimento da geografia crítica. Constata-se que a articulação entre geografia, história e política na vertente crítica permeia a compreensão da economia e suas relações sociais de poder e dominação. Para as áreas de conhecimento esta obra se direciona, vale destacar que essa abordagem geopolítica sugere que se as potências globais e suas disputas competem em antagonismo e expansão, o fazem por razões infraestruturais relacionadas à produção, circulação e exploração endógenas ao capitalismo, reverberando na compreensão das seguintes escalas: sociedade civil, urbana, regional, nacional e global. Nessa intersecção de escala e processos sociais, Agnew (2008, p. 216) afirma existir uma "geopolítica da globalização contemporânea" que não está desvinculada dos Estados Unidos e de seu estado implícito de hegemonia global.

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