HISTORIA DO CASAMENTO
Trabalho Escolar: HISTORIA DO CASAMENTO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DeaBispo • 28/4/2013 • 1.181 Palavras (5 Páginas) • 1.634 Visualizações
A HISTÓRIA DO CASAMENTO
Thays Araujo
Psicóloga CRP 08/12185
Hipnoterapeuta Ericksoniana
Projetos em Qualidade de Vida e Grupos de Crescimento e Desenvolvimento Pessoal
“O homem só é homem porque soube reunir-se ao homem”
(George-Louis Leclerc de Buffon)
O casamento é uma das instituições mais antigas do mundo e sofreu mudanças e adaptações ao longo da história de acordo com aspectos emocionais e socioculturais envolvidos (COSTA, 2000). O ser humano de alguma forma está conectado com seus semelhantes (ANTON, 2002) e para vivermos é necessário nos relacionarmos com outros seres humanos. O crescimento físico, emocional e espiritual, passa pelo contato com outros seres humanos (ALMEIDA,1990).
Na Idade Antiga o casamento era um acordo formal entre o noivo e o pai da noiva que implicava no pagamento de um dote por parte do pai e havia uma celebração religiosa domiciliar. Assim, esta forma de união conjugal não levava em conta a vontade da noiva nem o seu consentimento (COSTA, 2000).
Na Idade Média (séculos XI-XII) o casamento passa a ser um sacramento da Igreja constituindo um modelo conjugal cristão, no qual a indissolubilidade do casamento era exigida assim como a imagem de pureza da união. Não se dava importância ao amor no relacionamento e a validade do sacramento do matrimônio residia na fidelidade e em filhos em comum, portanto, o amor entre os cônjuges era considerado um resultado da união e não como base do relacionamento.
O casamento tinha por função ligar duas famílias e permitir que elas se perpetuassem, mais do que satisfazer o amor de duas pessoas. Um novo ideal de casamento constitui-se aos poucos no Ocidente, em que se impõe aos cônjuges que se amem e que tenham expectativas a respeito do amor.
Segundo FOULCAULT (1985, p. 152), “o casamento não é mais pensado somente como uma ‘forma matrimonial’, fixando a complementaridade dos papéis na gestão da casa, mas também e, sobretudo enquanto vínculo conjugal e relacionamento pessoal entre o homem e a mulher”. Nessa obra, FOUCAULT explica que o relacionamento sexual era condenado sendo permitido exclusivamente para fins de procriação, assim não se constituiria em um pecado mortal. Acreditava-se que “o calor do excesso amoroso poderia gerar crianças com doenças e enfraquecer a descendência” (FOULCAULT,185, p. 25).
FOUCAULT (1977) estudou a articulação do papel da aliança e do papel da sexualidade e suas implicações institucionais e formulou o conceito de “dispositivos” para explicar como a aliança e a sexualidade se articulam. Para ele, a produção da sexualidade está ligada a dispositivos de poder. Num primeiro momento, a sexualidade fez parte de uma técnica de poder centrada na aliança, onde ficou estabelecido todo um sistema de casamento, de fixação e desenvolvimento de parentescos, de transmissão de nomes e bens. Os pais tornam-se, na família, os principais agentes deste dispositivo, e o sistema de aliança passam então para a ordem da sexualidade. A função do dispositivo de sexualidade na forma de família permite compreender por que a família, além de manter a homeostase do corpo social, se tornou lugar dos afetos, dos sentimentos e do amor.
Para LÉVI-STRAUSS (1982), aliança é uma das formas de intervenção do grupo sobre bens considerados escassos e essenciais para sua sobrevivência. Assim, é sempre um sistema de troca que encontramos na origem das regras do casamento, mesmo daqueles cuja aparente singularidade poderia justificar interpretações especiais. A família é pensada como agente da lei da cultura: organizando-se a partir da interdição, garante a produção da sociedade humana.
Segundo MCGOLDRICK (1995) existiam papéis e funções rigidamente exercidos; o homem era tido como provedor, e responsável pelo sustento daquela família, enquanto a mulher numa postura mais servil tinha como função nutrir e tomar conta da educação da prole, o que já lhe era passado na própria educação. As mulheres sempre foram centrais no funcionamento da família. Suas identidades eram determinadas primeiramente por suas funções familiares como mãe e esposa; passavam maior parte do tempo ligadas às atividades relacionadas à criação dos filhos.
O casamento por amor passa a ocorrer depois da revolução industrial com o capitalismo quando as mulheres entram no mercado de trabalho e deixam de ser propriedade privada da família e adquirem o papel de produtoras o que possibilitou um importante passo para sua libertação. É na
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