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Hinduísmo Védico e Hinduísmo

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Por:   •  22/4/2014  •  Tese  •  8.886 Palavras (36 Páginas)  •  1.103 Visualizações

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DADOS HISTÓRICOS

O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas do mundo. Não há um fundador desta religião, ao contrário de tantas outras. O Hinduísmo, na verdade, se compõe de toda uma intersecção de valores, filosofias e crenças, derivadas de diferentes povos e culturas. Para compreender o Hinduísmo, é fundamental situá-lo historicamente. Por volta de 3 000 a.C., a Índia era habitada por povos que cultuavam o Pai do Universo, numa espécie de fé monoteísta. Pouco depois, em 2 500 a.C., floresceu a civilização dravídica, no vale do rio Indo, região que hoje corresponde ao Paquistão e parte da Índia. Os drávidas eram adeptos de uma filosofia de louvor à natureza, de orientação matriarcal e baseada no princípio da não-violência. Porém, em 1 500 a.C., os arianos invadiram e dominaram aquela região, reduzindo os antigos drávidas à condição de "párias" - espécie de sub-classe social, que até hoje permanece sendo a casta mais baixa da pirâmide social indiana. O hinduísmo não tem um "sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou um credo", mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições vêdicas.

Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o islã. Hindu é usado no inglês no sentido de "pagão indiano" desde o século XVII, porém a noção do hinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX.

Hinduísmo Védico e Hinduísmo Bramânico

Na primeira fase do Hinduísmo, que recebe o nome de Hinduísmo Védico, temos o culto aos deuses tribais. Dyaus, ou Dyaus-Pitar ("Deus do Céu", em sânscrito), era o deus supremo, consorte da Mãe Terra. Doador da chuva e da fertilidade, ele gerou todos os outros deuses. O Sol (Surya), a Lua (Chandra) e a Aurora (Heos) eram os deuses da luz. Divindades menores e locais são as árvores, as pedras, os rios e o fogo. A partir da influência ariana, o simbolismo de Dyeus passou por uma transformação e tornou-se Indra, jovem divindade que rege a guerra, a fertilidade e o firmamento. Indra representa os aspectos benevolentes da tempestade, em contraposição a Rudra, provável precursor do deus Shiva, o destruidor. Também nesse período surgiram diversas outras divindades, inclusive Asura, representante das forças maléficas.

Na segunda fase do Hinduísmo, que recebe os nomes de Vedanta (fim dos Vedas) ou Hinduísmo Bramânico, ocorre a ascensão de Brahma, a divindade que simboliza a alma universal. Brahma é um dos deuses que compõem o Trimurti (Trindade) do Hinduísmo. Ele representa a força criadora. Os dois outros deuses são Vishnu, o preservador, e Shiva, o destruidor. Neste momento, surge a figura dos brâmanes, que compõem a casta sacerdotal da tradição hindu. Os rituais ganham uma série de componentes mágicos e elaboram-se idéias mais complexas acerca do Universo e da alma, inclusive conceitos como o de reencarnação e o de transmigração de almas.

Mais História - A terceira fase

No século 12, a Índia é invadida pelos muçulmanos, e grande parte de sua população é forçada à conversão. Aliás, o termo hindu designava qualquer pessoa nascida na Índia, mas a partir do século 13 este termo ganhou uma conotação religiosa, tornando-se sinônimo de "nativo não-convertido ao Islamismo".

A influência muçulmana se faz sentir dentro da ritualística hindu, pois uma das características marcantes do Hinduísmo é sua capacidade de absorver novos elementos e agregá-los ao seu sistema de crenças. Isso também ocorre quando, no século 18, o Cristianismo se insere no universo indiano, pela influência predominante dos colonizadores franceses.

Este Hinduísmo híbrido também se divide em várias correntes, cujos expoentes são gurus como Sri Ramakrishna (1834-86), Vivekananda (1863-1902) e Sri Aurobindo (1872-1950). O que essas correntes têm em comum é a preocupação em estender o trabalho espiritual ao âmbito social, por meio de trabalhos filantrópicos e assistenciais.

Por força dessa nova fase, a própria organização social da Índia - em sistema de castas -, começa a perder o sentido, pois existe um clamor ético por igualdade e solidariedade. O maior mestre do Hinduísmo moderno é Mahatma Gandhi (1869-1948), conhecido no Ocidente como chefe político, mas venerado na Índia como guru espiritual. Gandhi, adepto da Ahimsa (o princípio da não-violência), apregoava a importância do homem exercer perfeito controle sobre si mesmo.

Hoje, o Hinduísmo é a crença predominante na Índia. Mais do que uma religião, ele se caracteriza como uma tradição cultural, que engloba modo de viver, ordem social, princípios éticos e filosóficos. Cerca de 1 Bilhão de Adeptos, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal. Os hindus cultuam cerca de 33 milhões de divindades diferentes.

DIVINDADES

Os hindus crêem em diversos deuses, visto que essa religião é politeísta. Essa crença é baseada na tradição e nos conhecimentos passados pelas gerações passadas. Não é necessário aos que não pertencem à religião acreditar piamente nela, todavia conhecê-la e explorá-la é como desbravar um novo mundo. Para os leigos, as histórias sobre divindades hindus podem não ter valor, porém, aos pesquisadores natos, essas lendas despertam grande curiosidade.

De acordo com o orientalista Heinrich Zimmer, autor do clássico “Filosofia da Índia”, o fator inicial que moldou o hinduísmo foi diferente, por exemplo, daquele que forjou as religiões semitas — cristianismo, judaísmo e islamismo. Na tradição semítica, a pergunta inaugural do ser humano era sempre sobre a natureza de Deus: “o que e como Ele é?”. Já no hinduísmo, “O questionamento foi outro”, diz Zimmer. A pergunta era: “o que é um homem, uma planta, um animal ou um objeto celeste?”

Segundo o site da revista Superinteressante , monges que residem no sul da Índia, próximo à cidade sagrada de Tiruvannamalai, têm uma única ocupação desde o século 16: realizar um cauteloso levantamento de todos os deuses hindus. A tarefa é extensa. Eles precisam registrar a origem, a função e as relações de parentesco em pergaminho. Assim, existem oficialmente 330 milhões de deuses cultuados pelos devotos hindus. Além deste número, se agregássemos à conta os extraoficiais, seriam mais de um bilhão. Dito isso, podemos

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