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Historiografia

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Por:   •  3/11/2014  •  Tese  •  9.255 Palavras (38 Páginas)  •  240 Visualizações

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Historiografia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mulher escrevendo(Johannes Vermeer)

Historiografia (de "historiógrafo", do grego Ιστοριογράφος, de Ιστορία, "História" e -γράφος, da raiz de γράφειν, "escrever": "o que escreve, ou descreve, a História"1 ) é uma palavra polissémica. Designa não apenas o registro escrito da História, a memória estabelecida pela própria humanidade através da escrita do seu próprio passado, mas também aciência da História.r

A historiografia como meta-história

Se a História é uma ciência (cujo objecto é o homem no tempo), tem que submeter-se, como toda a ciência, ao método científico. Ainda que este não possa ser integralmente aplicado a todos os campos das ciências experimentais, pode-se fazê-lo a um nível equiparável ao das chamadas Ciências Sociais (ver:Método histórico, Metodologia e Metodologia nas ciências sociais).

Um terceiro conceito confluente no momento de definir-se a História como fonte de conhecimento é a chamada Teoria da História, também denominada como "historiologia" (termo cunhado por José Ortega y Gasset)2 ), cujo papel é o de estudar a estrutura, leis e condições da realidade histórica (DRAE); enquanto que o da "historiografia" é o de relato em si mesmo da história, da arte de escrevê-la (DRAE).

É impossível acabar com a polissemia e com a superposição destas três acepções, mas de maneira simplificada, pode-se admitir: a história é o estudo dos homens no tempo e seus feitos; a historiografia é a ciência da história e a historiologia a sua epistemologia.

A Filosofia da História é o ramo da filosofia que concerne ao significado da história humana, se é que o tem. Especula acerca de um possível fim teleológicode seu desenvolvimento, ou seja, pergunta-se se há um esboço, um propósito, princípio director ou finalidade no processo da história humana. Não deve confundir-se com os três conceitos anteriores, dos quais se separa claramente. Se o seu objecto é a verdade ou o dever ser, se a história é cíclica ou linear, ou se nela existe a ideia de progresso, são matérias das quais trata esta disciplina, alheias à história e à historiografia propriamente ditas.

Um enfoque intelectual, que tampouco contribui muito para entender a ciência histórica como tal, é a subordinação do ponto de vista filosófico à historicidade, considerando toda a realidade como produto de um devir histórico: esse seria o lugar do historicismo, corrente filosófica que pode estender-se a outras ciências, como a Geografia.

Uma vez despojada da questão meramente nominal, resta para a historiografia, portanto, a análise da história escrita, das descrições do passado; especificamente dos enfoques na narração, interpretações, visões de mundo, uso das evidências ou documentos e os métodos de sua apresentação peloshistoriadores; e também o estudo destes, por sua vez sujeitos e objectos da ciência.

A historiografia, de maneira restrita, é a maneira pela qual a história foi escrita. Em um sentido mais amplo, a historiografia refere-se à metodologia e às práticas da escrita da historia. Em um sentido mais específico, refere-se a escrever sobre a história em si.

Fontes historiográficas e seu tratamento

É importante distinguir a matéria-prima do trabalho dos historiadores (a fonte primária) do produto acabados ou semi-acabado (fonte secundária e fonte terciária). Do mesmo modo, importa notar a diferença entre a fonte e o documento e o estudo das fontes documentais: a sua classificação, prioridade e tipologia (escritas, orais, arqueológicas); o seu tratamento (reunião, crítica, contraste), e manter o devido respeito a essas fontes, principalmente com a suacitação fiel. A originalidade do trabalho dos historiadores é uma questão delicada.

A historiografia como produção historiográfica

Arquivo das Índias, diante da Catedral de Sevilha

Enterramento da cultura Nazca

Frei Bartolomé de las Casas

Historiografia é o equivalente a qualquer parte da produção historiográfica, ou seja: ao conjunto dos escritos dos historiadores acerca de um tema ou período histórico específico. Por exemplo, a frase: "é muito escassa a historiografia sobre a vida cotidiana no Japão na Era Meiji" quer dizer que existem poucos livros escritos sobre esta questão, uma vez que até ao momento ela não recebeu atenção por parte dos historiadores, e não porque esse objecto de estudo seja pouco relevante ou porque haja poucas fontes documentais que proporcionem documentação histórica para fazê-lo.3

No que diz respeito à difusão e divulgação da produção historiográfica, seria bom que cumprisse os mesmos requisitos a que se submetem as demais publicações científicas (ver publicação).

Também se utiliza o vocábulo "historiografia" para falar do conjunto de historiadores de uma nação, por exemplo, em frases como esta: "a historiografia espanhola abriu os seus braços e os seus arquivos a partir da década de 1930 para os hispanistas franceses e anglo-saxãos, que renovaram a sua metodologia."

É necessário diferenciar os dois termos utilizados acima: "produção historiográfica" e "documentação histórica", ainda que em muitos casos coincida que os historiadores utilizem como documentação histórica precisamente a produção historiográfica anterior.

Por exemplo: sobre um conjunto de documentos de arquivo da Casa de Contratação em Sevilha que foi produzido apenas para fins de contabilidade;4 ou qualquer material arqueológico que esteja em uma escavação no Peru, e se depositou sem a intenção de que alguém o encontrasse; um historiador americanista terá de usar a "Brevíssima Relação da Destruição das Índias", que foi escrita por Frei Bartolomé de Las Casas com um afã histórico indubitável, além de com fins da defesa de um interesse ou do seu próprio ponto de vista.5

Com este último vemos outra insuperável característica da História que a peculiariza como ciência: nenhum historiador, por mais objectivo que pretenda ser, é alheio aos seus próprios interesses, ideologia ou mentalidades, nem pode subtrair-se ao seu ponto de vista particular. Quando

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