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História E Geografia Do Oeste De Santa Catarina

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Por:   •  28/3/2015  •  2.485 Palavras (10 Páginas)  •  703 Visualizações

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1. ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS

1.1. Aspectos Históricos

Quando falamos de colonização, no caso do Brasil, que teve início com a ocupação portuguesa, associamos uma imagem de civilização, ou seja, de progresso, avanço, expansão e desenvolvimento, iniciada no litoral, e depois para o oeste.

Em Santa Catarina não foi diferente, os relatos dos primeiros núcleos de ocupação estáveis do litoral no século XVII (Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco, Nossa Senhora do Desterro e Santo Antônio dos Anjos da Laguna), foram fruto da expansão bandeirante.

Há relatos da passagem de missionários no percurso da ilha de Santa Catarina até Assunção, catequizavam os nativos no Planalto Catarinense . As expedições dos bandeirantes destruíram as missões dos jesuítas, entre 1626 e 1629.

O explorador Zacarias Dias Cortes em 1726 procurou ouro nos campos dos índios Biturunas e no rio Inhanguera, que teria sido o rio Chapecó.

Em 1756 em razão do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha, lusos e espanhóis percorreram os limites das regiões das missões, e demarcaram em conjunto a divisa pelos rios Peperi-Guaçu e Santo Antônio. No ano de 1759, exploraram as margens do Rio Uruguai ate a foz do Peperi. (lavraram termo e assentaram, mudaram o nome de Pequeri para Pepeti) Depois das demarcações a região continuou inexplorada.

O movimento da região intensificou-se com o transporte do gado que era capturado e levado dos pastos do Rio Grande do Sul para São Paulo. Nestes caminhos por onde as tropas passavam inicia-se um ciclo povoador.

A partir de 1870, os pequenos e médios lavradores, normalmente posseiros provenientes do Paraná e do Rio Grade o Sul, instalados nas regiões dos vales dos rios marombas, taquaruçu, paciência, canoinhas, timbó, peixe e Iguaçu, aproveitaram para vender viveres aos tropeiros, praticavam a criação de suínos alimentando-os com milho e pinhão.

Em 1863, foi criada uma estação (posto) fiscal em Chapecó, sob protestos de catarinenses, que em revide, estabeleceram também um, no rio Uruguai (Decreto 16/01/1865 retirou a jurisdição catarinense obtida pelo ministro Jesuino Marcondes).

A ocupação do território catarinense a “grosso modo [...] costuma-se configurar o Oeste caboclo, o planalto tropeiro, o Vale do Itajaí região nordeste germânico, o Vale do Araranguá italiano e o litoral lusitano. Associados tais fatores a certas condições geográficas que não proporcionavam a integração, e as Serras Geral e do Mar como barreiras naturais entre o litoral e o planalto, fez com que se montasse ‘zonas geoeconômicas’ isoladas dentro do território estadual.” Essas zonas tiveram um desenvolvimento independente uma da outra, apresentando aspectos econômicos e cultuais diversificados, formando um Estado fragmentado.

Esta fragmentação tornou-se objeto de preocupações das autoridades públicas, criou necessidade de integrar o território por várias razões dentre elas por questões de limites, de disputas com outros estados, das quais a Guerra do Contestado é o melhor exemplo.

A partir século XIX, a instabilidade política do Rio Grande do Sul principalmente nos períodos da Revolução Farroupilha e da Revolução Federalista. Em 1883 a guarda nacional em Santa Catarina atuou como coadjuvante do exército na Revolução Farroupilha (1893 até 1895) e na Guerra do Paraguai (1864-1870).

Durante a Guerra do Paraguai a cidade de Bela Vista de Palmas mais tarde Clevelândia entrou na história como posto militar da fronteira, teve crescimento rápido tornando-se município em 1882, toda a região entre os rios Chapecó, Uruguai, Peperi, Santo Antônio e Iguaçu fazia parte deste município. A região trouxe numerosas famílias para o oeste, Xanxerê tornou-se a cidade mais importante da região, porém a solução do problema das divisas com a Argentina, a colônia militar foi desativada em 1908, sua decadência foi rápida.

A Guerra do Contestado (1912 a 1916) foi um conflito violento, cruel e de grandes proporções, na história do Brasil e particularmente, nos estados de Santa Catarina e Paraná. De um lado encontrava-se a população cabocla e do outro os governos estaduais apoiados pelo Presidente Hermes da Fonseca.

A região de conflito localizava-se entre os estados de Santa Catarina e Paraná, ambos disputavam está área, rica em erva-mate e madeira. Os moradores originais desta região eram posseiros e pequenos agricultores viviam da comercialização destes produtos.

O governo brasileiro autorizou a construção de uma estrada de ferro ligando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, no fim do século XIX, para esta construção foi desapropriada uma faixa de terra de 30 km de largura por onde passaria a estrada de ferro, expulsando assim os posseiros que ali viviam

A empresa norte-americana Brazil Railway Company, de propriedade do empresário Percival Farquhar, também era dono da Southern Brazil Lumber and Colonization Company, uma empresa que explorava a extração de madeira, passando a exportar a madeira desta área para os Estados Unidos, arruinando os pequenos fazendeiros que trabalhavam com extração de madeira.

A construção atrai muitos trabalhadores que posteriormente ficaram desempregados e em situação de dificuldade.

Esta situação político-econômica trouxe elementos que fizeram eclodir a Guerra do Contestado, quais sejam a junção do acordo firmado para a construção da estrada de ferro, a extração e exportação da madeira, ocasionando a expulsão dos posseiros, a falência dos pequenos fazendeiros do ramo madeireiro e o grande contingente de desempregados no final da obra.

Tudo isso somado ao fato de na região haver um movimento denominado de messianismo, havia monges que realizavam trabalhos sociais e espirituais, e que se envolviam nas questões políticas.

Em 1912, um monge chamado José Maria de Santo Agostinho, foi bem acolhido na localidade, que logo foi associado a outro monge que viveu ali em 1908, o monge José Maria, entretanto, foi descoberto pela polícia que aquele usava nome falso.

Envolveu-se nas questões políticas, e liderou os posseiros expulsos de suas terras e os trabalhadores desempregados organizaram uma comunidade, uniram-se ao grupo fazendeiros prejudicados da região, tudo isso somado ao discurso do monge, que declarou ser esta comunidade um governo independente. O movimento cresceu de forma rápida passando a incomodar o Governo Federal, pois também os revoltosos passaram a associar os problemas econômicos com a república, bem como desagradava os coronéis locais.

De forma autoritária, violenta

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