História Regional: “A invasão Espanhola na Ilha de Santa Catarina -1777.
Por: Edsonchaparrau • 23/11/2015 • Trabalho acadêmico • 5.825 Palavras (24 Páginas) • 746 Visualizações
TÍTULO
História Regional: “A invasão Espanhola na Ilha de Santa Catarina -1777.
Edson Fernandes
Prof. Orientador César Augusto Junglbut
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
História (HID 2021) – Trabalho de Graduação
16/03/2012
RESUMO
Este trabalho tem como tema, a “Invasão espanhola na Ilha de Santa Catarina em Fevereiro de 1777”.
Em minha pesquisa encontrei este riquíssimo conteúdo Histórico que na época envolveu Portugal e Espanha e os interesses da Espanha no continente Sul Americano, mais precisamente na Ilha de Santa Catarina para ser utilizada de apoio e porto em seu avanço na América do Sul. Valem acrescentar que a posse da ilha representaria um importante trunfo nas futuras negociações com Portugal sobre as questões dos limites entre os dois países.
A invasão da Ilha de Santa Catarina pelos espanhóis esteve fadada ao esquecimento por ordem da rainha de Portugal pelo fato da tomada ter sido realizada sem qualquer resistência das autoridades locais embora tivesse Portugal preparado às fortificações militares com armamentos e pessoal para sua proteção desde anos anteriores após previsões de seus estrategistas desta possibilidade de invasão por alguma nação inimiga.
Na História Portuguesa nunca houve uma rendição com a deserção dos postos militares em condições de combate, motivo este que a Rainha de Portugal posteriormente, D. Maria I, decretou em ordem Régia que este fato fosse varrido da história portuguesa nove anos depois após os devidos processos. Em Fevereiro de 1777, a força naval espanhola chega à enseada de Canavieiras e dali invade com sucesso a ilha, provocando a retirada das autoridades e parte das tropas para os lados do continente.
Meu objetivo é, mostrar a importância da Ilha de Santa Catarina no cenário mundial do período e instigar o conhecimento de nossa História Regional e a beleza da região e de nossas fortalezas como patrimônio Histórico.
Palavras-chave: Invasão, conflito, orgulho ferido.
INTRODUÇÃO
Em meados do sec. XIII após ser anulado o Tratado de Madri, os conflitos entre Portugal e Espanha se agravaram. A guerra dos sete anos foi um dos motivos onde combateram Inglaterra e Portugal contra Espanha e França.
Os reflexos na América do sul foram sentidos imediatamente, as tropas espanholas de Buenos Aires sob comando de Pedro Antônio de Cevallos Cortés y Calderon invadiram a colônia de Sacramento e regiões d atual Rio Grande do Sul.
Diante desta situação iniciou-se um plano de expulsão dos espanhóis do Rio Grande do Sul tendo como apoio a ilha de Santa Catarina. Desta forma em 1774 o Marques de Pombal ministro do Rei de D. Pedro I inicia o preparo da Capitania para as eventualidades de uma guerra no sul.
O governo Português inicia a complementação do sistema de defesa com reforço das fortificações, recursos humanos e material bélico.
As Fortalezas são um legado de Silva Paes que tomou posse como primeiro Governador da Capitania de Santa Catarina em 1739 que cumprindo determinação Real inicia a construção da Fortaleza de Santa Cruz na Ilha de Anhatomirim na entrada da Baia Norte da Ilha de Santa Catarina.
Após um ano inicia-se a construção de mais duas fortificações da Fortaleza de Santo Antônio na Ilha de Ratones, e a Fortaleza de São Jose da Ponta grossa entre as praias de Daniela e Jurerê, desta forma está constituído o triangulo Fortificado à Barra Norte da Ilha de Santa Catarina.
Em 1742 foi iniciada a construção da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição na ilha de Araçatuba no estreito canal Sul da Ilha, sua construção completaria o que o engenheiro militar Silva Paes julgava um sistema de defesa adequado para a Vila de Desterro.
Após a invasão espanhola em 1777 e a devolução da Ilha aos lusitanos o sistema defesa foi incrementado com as Fortalezas de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa cujo local exato é ignorado atualmente por falta de vestígios ou qualquer ruína da época, e o Forte de São Francisco na Praia de Fora e a Fortaleza de Santana na ponta da ilha mais próxima do continente onde hoje esta a Ponte Hercílio Luz. Foi instalada também ao lado do Forte de São João da Ponta Grossa a Bateria de São Caetano, e começado o Forte de São Luiz no final da Praia de Fóra.
A invasão, porque a ilha de Santa Catarina?
O Estrategista Cevallos ( Pedro Antônio de Cevallos Cortes y Calderon ) teria razões para eleger a ilha como primeiro objetivo da expedição que lhe fora confiada pelo Rei Carlos III.
Porque o porto de Santa Catarina constituía um excelente porto de arribada para os navios de guerra e de transporte de uma potência europeia, aliada ou amiga, que tivesse o propósito de conquista dos domínios espanhóis. Tomando posse da mesma, destruía-se esta constante ameaça a integridade dos territórios espanhóis do Rio da Prata. ( Moisiman,”A invasão espanhola”, pg11.)
Vale citar que possuir a ilha seria um trunfo nas futuras negociações com Portugal sobre as questões dos limites entre os dois países.
O porto espanhol de ligação com a América era o porto de Cádiz, sediava a “Casa de La Contratación” desde 1717 que despachava as expedições, substituindo a de Sevilha que atuou durante dois séculos.
“No dia 13 de Novembro daquele 1776, dado o sinal da Nau Capitânia, zarpavam da Baía de Cadíz 116 navios da expedição de Cevallos. Verdadeira multidão aglomerava-se no cais daquela importante cidade da costa atlântica espanhola. Seis grandes Vasos de guerra, sete Fragatas e sete Chambequins e Paquetes, escoltavam um comboio de 96 ( noventa e seis navios) de transporte. ( Mosimann, pag. 12)
Figura da esquadra e do comboio espanhol quando da partida do porto de Cádiz: ( Mosimann, A invasão espanhola pag.12).
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No Brasil.
Um pouco antes em 1751, continuava nas mãos dos portugueses a Colônia de Sacramento, o governador do Rio da Prata Pedro de Cevallos recebe ordens para ataca-la tomando a praça em 02 de Novembro, esta é retomada pelos portugueses no ano seguinte considerando o Tratado de Paris.
Enquanto era assinado este tratado era tomada de forma violenta os domínios portugueses em volta do canal da Lagoa dos Patos e Rio Grande de São Pedro, forçando os portugueses a transferir a Capital da Capitania para a Vila de Viamão neste contexto desenvolve-se uma situação de ameaça que resultará na expedição espanhola Para a Ilha de Santa Catarina.
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