Introdução Ao Estudo Do Direito
Casos: Introdução Ao Estudo Do Direito. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: e2l4 • 1/10/2013 • 793 Palavras (4 Páginas) • 329 Visualizações
Para sua tese, Blanca selecionou 21 casos de morte notificados como suicídio em organismos policiais e de medicina
legal da Região Metropolitana
de Porto Alegre. Uma empreitada que exigiu fôlego para ser
deslanchada, lembra a pesquisadora: “A partir dos registros de
morte por suicídio de 399 casos
na Grande Porto Alegre, foi possível examinar e registrar dados
de mais de uma centena de inquéritos, entre agosto de 1998
a janeiro do ano passado”.
No transcorrer, houve o
afunilamento. “Para avaliar a
aplicabilidade do instrumento,
fechamos uma amostra de 42
sujeitos, que, de alguma forma,
se associavam com os 21 casos”. Esse contingente – tecnicamente denominado de “informante” – possibilitou 25 entrevistas, que foram gravadas em
áudio e posteriormente transcritas. “A seleção atendeu a crité-
rios tanto de inclusão quanto de
exclusão”, explica a psicóloga.
No primeiro caso, valorizouse o próprio registro da morte
Pesquisa inédita sobre
o suicídio reitera
importância de
aprimorar programas
de prevenção
tar, muitas vezes termina por fazê-lo, numa freqüência que situa o suicídio entre as dez principais causas de morte no mundo para indivíduos de todas
as idades. E, agravando, entre a segunda ou terceira para a faixa etária de 15 a 35 anos. “Portanto,
estamos nos referindo a um grave problema de saú-
de pública”, frisa Blanca, que acredita no potencial
da pesquisa como base instrumental para o desenvolvimento de programas de prevenção.
Principalmente no Brasil, ressalta: “Entre nós, o
suicídio ainda é uma questão pouco abordada e
refletida”. Isso, não obstante serem bem evidentes
o que ela classifica de “coeficientes”, que, na sua
avaliação, “demonstram que a situação é crítica,
pelo menos em certas localidades, e que o comportamento suicida é um episódio sério, que exige
não só atenção especial, mas também uma
metodologia de investigação mais efetiva”. Se ainda é embrionária no Brasil – e dependente de
pioneirismos acadêmicos como o de Blanca –, nos
EUA, por exemplo, a autópsia psicológica é uma
técnica que começou a ser desenvolvida já na dé-
cada de 1950.
Além do clichê – Não que, a par disso, um nú-
mero significativo de estratégias não tenha sido
aperfeiçoado para abordar o problema. “Mas continuamos com dificuldades de compreender as características pessoais dos sujeitos que realmente
cometem suicídio, por não serem passíveis nem de
avaliação direta, nem de tratamento de qualquer
espécie”, observa a psicóloga. “Assim, é difícil predizer quais deles, potencialmente suicidas, vão
transformar suas fantasias e/ou ideações em atos
concretos”. Ela acrescenta barreiras de ordem
metodológicas para a determinação do “modo de
morte”, de forma a diferenciar, com segurança, as
que realmente advêm de suicídio das que têm outra origem.
Afinal, ao contrário do que mitifica uma certa classe popularesca de romance, cinema e novelas de
TV, não é sempre que o “investigador psicológico”
vai encontrar, providencialmente, na cena de um
suicídio, o manjado bilhete iniciado pelo clichê “A
quem interessar possa...”. Por isso, antes de come-
çar a trilhar sua pesquisa, Blanca se debruçou na
literatura médica internacional e se convenceu:
“São efetivas as chances de se chegar à constatação
do suicídio mediante exames retrospectivos. Tratase de uma avaliação capaz de sinalizar pistas diretas ou indiretas acerca de um determinado comportamento letal que estava por atingir o seu ápice”. Em resumo: compreende-se, com razoável grau
de certeza, o que ela chama de “aspectos psicológicos
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