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Muralismo Mexicano

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Por:   •  15/3/2014  •  641 Palavras (3 Páginas)  •  430 Visualizações

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A tradição milenar da pintura mural, também praticada por algumas culturas pré-colombianas, ressurgiu nas primeiras décadas do século XX no México, coincidente com um movimento revolucionário. Os artistas da época viram no muralismo o melhor caminho para plasmar suas idéias sobre uma arte nacional popular e engajada. Como manifestação genuinamente nacional, o muralismo mexicano conseguiu produzir profundo impacto no panorama pictórico mundial. As primeiras obras remontam a 1910, ano em que Gerardo Murillo, conhecido como Doutor Atl, e vários estudantes da Academia de São Carlos organizaram uma exposição de arte e se propuseram decorar com murais o anfiteatro da Escola Preparatória, na Cidade do México. Ao deflagrar-se a revolução, o projeto foi interrompido, mas as bases do movimento artístico já tinham sido assentadas.

Trata-se de uma arte monumental e política, elaborada por artistas combativos, e aberta a todo o povo. Seus cultores pretendiam também revalorizar a cultura pré-hispânica. Essas idéias foram expostas num manifesto redigido em 1921 pelo pintor David Alfaro Siqueiros.

Na mesma época regressava ao México Diego Rivera, que tivera contato direto com a vanguarda artística européia e se impressionara profundamente com os afrescos renascentistas italianos. A situação política do México e seu acervo histórico pré-colombiano e colonial inspiraram a temática da maioria dos murais. Na maior parte das composições estavam representados indígenas, conquistadores espanhóis, camponeses, operários, políticos e revolucionários.

Siqueiros e Rivera, junto com José Clemente Orozco, dominaram a pintura muralista mexicana. Orozco era o mais manifestamente expressionista dos três e entre seus temas figuram a conquista e a evangelização do país. A obra de Rivera, o mais conhecido internacionalmente, tem como temas mais freqüentes o indigenismo, a industrialização e a história do México. Siqueiros, o mais revolucionário e inconformista, imprimiu a sua obra uma exaltação da liberdade e um sentido anti-capitalista.

Os muralistas mexicanos produziram a mais importante arte revolucionária, se sentido popular, ocorrida neste século, e a influência deles em toda a América Latina tem sido contínua e de longo alcance.

Durante a década de 1930 tais idéias também podiam ser percebidas na Inglaterra e nos Estados Unidos. Entretanto, depois desse período raramente encontramos as idéias dos muralistas como parte do discurso artístico. Pode-se considerar que, nesse ponto, a grande dificuldade está em encontrar uma forma que possibilite a apresentação do mural, porque mesmo já se tendo produzido murais portáteis, estes "não conseguem transmitir a sensação que dão quando vistos em seus ambientes". No período pós-revolucionário, nas décadas de 1920 e 1930, os muralistas como Diego Rivera, José Clemente Orozco e Davi Alfaro Siqueiros, financiados pelo governo e dentro das diretrizes culturais pensadas pelo ministro José Vasconcelos, aliaram seu talento artístico à causa da Revolução. Sua produção cultural transmitia uma interpretação da história mexicana marcada pela denúncia dos ricos e poderosos, com fortes imagens de índios oprimidos e explorados pelo violento colonizador apoiado na Igreja Católica. Mas a Revolução também colocou em marcha uma política cultural que criou museus nacionais, instituições

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