Muralismo - Grafite
Por: Anappdasilva • 22/10/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.702 Palavras (11 Páginas) • 444 Visualizações
História da Arte: Muralismo no Brasil
No Brasil a ideia de ocupar espaços públicos com murais surgiu na metade do século XX. Momento em que houve forte processo de urbanização.
Ligado à necessidade de modernização e intensa construção civil, o muralismo foi crescendo junto com esse movimento. Brasília é um dos maiores projetos governamentais de construção civil e de arquitetura, criada para representar o período “desenvolvimentista” de Juscelino Kubitschek.
Foi um processo político de ligar crescimento e desenvolvimento por meio da urbanização. Mas pode se dizer que na arte foi um bom momento para tornar público obras como de Oscar Niemeyer, na arquitetura, de Portinari, Clóvis Graciano, Cláudio Tozzi, Francisco Brennand, e assim por diante
Muralismo: Uma forma de arte pública
O termo muralismo, ou pintura mural, foi cunhado a partir das pinturas feitas no início do século 20, no México. Esses trabalhos eram realistas e monumentais.
Contudo, a pintura feita sobre paredes é uma técnica antiga. É uma forma de arte pública, como o grafite, porém, diferentemente deste, tem estreita relação com a arquitetura, podendo explorar o caráter plano de uma parede ou criar o efeito de uma nova área de espaço.
A técnica do afresco (aplicação de pigmentos de cores diferentes, diluídos em água, sobre argamassa ainda úmida) existe desde a Antiguidade. Muitas dessas pinturas ficaram conhecidas quando arqueólogos iniciaram as escavações de Pompéia, cidade destruída pelo vulcão Vesúvio. Também encontramos a mesma técnica na Índia e na China.
No Renascimento, temos importantes artistas que revigoraram a técnica do afresco, como Michelangelo e suas pinturas na Capela Sistina. Conduto, após esse período a técnica entrou em decadência, somente retornando com força no século 20, com as vanguardas européias: fauvistas e cubistas, que faziam murais com características expressionistas e abstratas.
Outro local onde a pintura mural ressurgiu no início do século 20 foi o México, momento também de forte efervescência política e social, marcado pela Revolução Mexicana (1910-20). Os artistas mexicanos viram no muralismo o melhor caminho para expressar suas idéias sobre uma arte nacional popular, engajada no momento revolucionário.
Muralismo mexicano
É durante o movimento revolucionário em oposição à ditadura de Porfírio Díaz que artistas mexicanos retomam a pintura mural, e não à toa, pois eles defendiam que a arte deveria ter alcance social, ou seja, deveria ser acessível ao povo. Daí a opção pelos murais, de caráter decorativo e/ou comemorativo, que ocupam os lugares públicos, rompendo com a pintura de telas e com os meios restritos de circulação das obras de arte, como galerias, museus e coleções particulares.
Para elaborar seus murais, os artistas se inspiraram nas antigas culturas maia e asteca, na arte popular e no folclore mexicano do período colonial - e nas contribuições das vanguardas artísticas européias, sobretudo o expressionismo. Os artistas buscavam romper com a arte acadêmica, criar uma arte original e ao mesmo tempo moderna, autenticamente mexicana.
No afresco Indústria da cana-de-açúcar, por exemplo, vemos elementos da história mexicana, como o trabalho compulsório indígena e o opressor/colonizador espanhol. Fazer murais e afrescos com o compromisso de construir uma narrativa histórica sobre o país era a preocupação dos muralistas.
Diego Rivera (1186-1957) é o pintor mural mexicano mais conhecido. Ele acredita na arte como uma forma de luta contra a opressão, um instrumento revolucionário. Rivera - juntamente com José Orozco e David Siqueiros - criou o movimento muralista mexicano. O trio afirmava: "Pintemos os muros das ruas e as paredes dos edifícios públicos, dos sindicatos, de todos os cantos onde se reúne gente que trabalha".
Expor em murais a opressão do colonizador espanhol, da ditadura porfirista e da exploração capitalista norte-americana no México era a forma encontrada pelos muralistas para chamar a atenção do povo para esses problemas. Também pintavam murais, como o ciclo da História do México (Diego Rivera, 1930-32, Palácio Nacional), nos quais o povo mexicano é enaltecido, desde suas origens indígenas até a época revolucionária.
Grafite
A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.
rafite ou grafito (do italiano graffitisignifica em Latim e Italiano “escritas feitas com carvão” grafiti vem da palavra “graphein”, que em Grego significa escrever, sendo também o nome que se dá ao material de carbono que compõe o lápis, de onde se conclui que graffitis tem tudo a ver com escrever com carvão, desde o Império Romano.
Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade.Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto ainda há quem não concorde, equiparando o valor artístico do grafite ao da pichação, que é bem mais controverso. . Sendo que a remoção do grafite é bem mais fácil do que o piche.
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