Nacionalismo
Artigo: Nacionalismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: antoniocruz • 28/8/2014 • 1.514 Palavras (7 Páginas) • 6.080 Visualizações
INTRODUÇÃO
Desde o século XIX o nacionalismo apresenta-se como o fenómeno político mais relevante para a humanidade, nos meados do século XVIII com a Revolução Francesa, surge as primeiras manifestações nacionalistas em África, tiveram seu início entre duas primeiras guerras no período de 1914 a 1945, mais foi nesse período da II Guerra Mundial que os africanos começaram a compreender que a exploração colonial não era apenas uma tribo, ou grupo étnico mas sim de toda a nação colonizada.
NACIONALISMO
É a ideologia fundamental da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial, quando os estados nacionais se tornam a forma de organização político-cultural que substitui o império, ou seja consiste em uma ideologia e movimento político, baseados na consciência da nação, que exprimem a crença na existência de certas características comuns em uma comunidade, nacional ou supranacional, e o desejo de modelá-las politicamente.
O nacionalismo em África surgiram como forma de contestação, para efetivar esta contestação foram três as fases das manifestações nacionalistas africanas, a saber: a imitação da cultura europeia, a redescoberta dos valores tradicionais a procura de uma síntese; isto quer dizer que a África colonizada usou inicialmente os próprios meios do colonizador (a sua própria língua, a sua técnica, a sua religião, as suas ideias), para acabar com o sistema de opressão colonial. É por isso que o nacionalismo em África se realiza nas cidades, onde não só estão os intelectuais, como também a presença colonial é mais constante e próxima.
A POLITICA E O NACIONALISMO AFRICANOS, 1919-1935
A política do nacionalismo africano, cumpre inicialmente, distinguir o nacionalismo europeu do seculo XIX, na Africa entre as duas guerras mundiais. Na Europa, o nacionalismo representou, para as comunidades que aceitavam a realidade de identidades culturais e de um passado histórico comuns, a aspiração a uma existência soberana dentro de organizações políticas (Estados) próprias.
A luta tinha como objetivo garantir a coincidência entre a nação cultural e a organização de sua vida politica como estado. Na Africa, as aspirações dos estados e dos grupos que, ate a eclosão da Primeira Guerra Mundial, combateram contra as potências imperialistas europeias e se esforçaram para impedir o estabelecimento do sistema colonial eram essencialmente as mesmas que animavam os movimentos nacionalistas europeus.
No entanto, um dos efeitos da guerra foi consolidar as posições das potências imperialistas frente aos defensores da independência e da soberania africanas, apesar da fermentação das ideias que contribuíram para minar o sistema imperialista, a dominação colonial tornou-se uma situação de fato, a ponto de certos autores considerarem o período entre as duas guerras como a “idade de ouro” do colonialismo na Africa.
Em muitos casos, o nacionalismo africano não se deve ao sentimento de pertencer a uma unidade politico-cultural que procura defender-se ou afirmar- se; representa, antes, o esforço desenvolvido por modernistas conscientes de uma realidade racial para criar novas nacionalidades políticas e culturais, a partir das heterogéneas populações englobadas dentro das fronteiras artificiais impostas pelos europeus. O fato de os nacionalistas africanos serem considerados “modernistas” reflete a necessidade que tinham de agir dentro de condições definidas do exterior, condições que impunham um sistema estrangeiro de valores, de nomes e de definições da evolução politica e social e que foram obrigados a subscrever para terem possibilidade de êxito. Que o nacionalismo africano fosse um fenómeno dinâmico e permanente, eis o que se deduz claramente da abundante literatura consagrada a temas como a construção nacional e o irredentismo.
Outro especto da política e do nacionalismo africanos entre as duas guerras
foi a preocupação com o renascimento cultural, reação inevitável a realidade
brutal que era a negação, pelo colonizador, da cultura dos colonizados. O despertar cultural foi um dos elementos da luta pela reafirmação e preservação da identidade pessoal, de início enquanto africanos e, depois, enquanto membros de determinadas nações culturais.
A evolução internacional do nacionalismo africano
Entre as duas guerras, os nacionalistas africanos passaram praticamente pela mesma situação: privação das liberdades políticas e sociais; exploração dos
recursos humanos e materiais em benefício de senhores estrangeiros; negação
dos meios e serviços suscetiveis de contribuir para o avanço politico e social das sociedades colonizadas ou quando as mudanças pareciam inevitáveis, manobras destinadas a limitar e contornar o curso dos acontecimentos, no sentido favorável a manutenção do domínio colonial. Contra essas situações impostas pelos colonialistas, erguiam-se as aspirações dos nacionalistas, que, no norte da Africa, tentavam recuperar a soberania e a independência perdidas, embora sem por em causa as novas estruturas territoriais das colonias e, no resto do continente, reivindicavam a melhoria da situação social e económica de suas comunidades, para dar sentido ao exercício das liberdades civis. Certos desenvolvimentos da situação internacional favoreciam
as aspirações dos nacionalistas africanos.
A expressão da política e do nacionalismo africanos
Se o ambiente colonial e internacional era em grande parte uniforme, a expressão concreta do nacionalismo e da política africana – fenómeno bem resumido pela palavra swahili siasa – variava segundo o local, mesmo em territórios submetidos a mesma autoridade colonial. Isso deriva principalmente do fato de os territórios coloniais haverem sido obtidos em modalidades e épocas diferentes, de modo que sua experiencia do colonialismo não tinha a mesma duração, nem a mesma natureza.
A forma e a intensidade da ação dos nacionalistas (wanasiasa) nas colonias dependiam de vários fatores: qualidade dos dirigentes, grau de difusão e de intensidade das influencias europeias no domínio das ideias e das instituições, numero e importância dos colonos (brancos) e, finalmente, ideologias e praticas coloniais. Todas essas expressões de nacionalismo
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