O HOMEM E O PODER: Representações do Major-Coronel Theodorico Bezerra
Por: Marcondes Silva Samuel • 13/3/2020 • Projeto de pesquisa • 3.848 Palavras (16 Páginas) • 184 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA-PPGH
MESTRADO EM HISTÓRIA
MARCONDES ALEXANDRE DA SILVA
O HOMEM E O PODER: Representações do Major-Coronel Theodorico Bezerra- Tangará/RN (1965-1982).
Trabalho apresentado para a conclusão da disciplina Metodologia da História do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba.
JOÃO PESSOA/PB
Maio de 2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................
01-A POLÍTICA NO RIO GRANDE DO NORTE
01.1-A Cultura Política.......................................................................................................................
01.2-Uma revisão e discursão sobre a o conceito de coronelismo.....................................................
01.3- As práticas coronelistas do Major-Coronel Theodorico Bezerra. ............................................
02- O CORONEL E A FAZENDA
02.1- A Fazenda Irapuru no esquema de Theodorico Bezerra...........................................................
02.2- As “Nossas Condições”, a constituição da Fazenda Irapuru. ...................................................
02.3. Um espaço de saudades. ...........................................................................................................
03- QUEM DIZIA E O QUE SE DIZIA SOBRE THEODORICO BEZERRA
03.01- Memória e História Oral.........................................................................................................
03.02- As memórias a respeito do Major-Coronel Theodorico Bezerra............................................
03.03- As representações do Major-Coronel Theodorico Bezerra- Tangará/RN..............................
INTRODUÇÃO
No presente trabalho buscamos mostrar as várias representações criadas no imaginário das pessoas que moraram na fazenda Irapuru, em Tangará, no Rio Grande do Norte ou que conviveram com o major-coronel[1] Theodorico Bezerra, através de contatos nos ramos da hotelaria, do comércio, da pecuária, da rádio ou da política, aos quais ele desenvolvia paralelamente um ao outro. (BEZERRA L. G., 1982), (BEZERRA, M. N., 1987) e (CONFESSOR, 2006).
Quando lemos jornais, revistas e livros, ou assistimos entrevistas ou documentários em vídeos a respeito de Theodorico Bezerra, após seu ingresso na política, no ano de 1947, no Partido Social Democrático (PSD); nós percebemos que foi sendo construída uma imagem pública do mesmo, de modo a instituir uma “representação coletiva”, que era constantemente reelaborada, ao ponto dele ser visto como elemento agregador na política potiguar das décadas de 1940 a 1980.
Assim quando falamos do Major-Coronel, nos referimos não à pessoa do senhor Theodorico Bezerra e sim, as representações fabricadas, criadas, inventadas e reelaboradas a respeito da sua figura, as quais nós procuraremos discutir de maneira semelhante ao feito por Peter Barke (1994) e Lilia Schwarcz (1998), em a Fabricação do rei: a constituição da imagem pública de Luís XIV e As barbas do imperador: D. Pedro, um monarca nos trópicos, respectivamente, em que cada um dos autores procura expor aspectos distintos dos sujeitos em análise, de outras obras escritas antes destas duas.
Desse modo, ao analisamos as obras supra nós tentaremos fazer um percurso parecido com os já percorridos por Barke (1994) e Schwarcz (1998), porém de modo distinto deles que estudaram monarcas, nós o faremos um estudo de um homem, em pleno Século XX, que exercia seu poder como se fosse um imperador. Ao ponto de no ano de 1978, ele passar a ser conhecido como “Theodorico o Imperador do Sertão.[2]”.
Nesse trabalho não se prenderemos estudarmos toda vida pessoal ou política o Major-Coronel e sim, o período dos anos de 1965 a 1982. Tendo em vista, o ano de 1965 Theodorico Bezerra perde parte do seu poder político, porque,
Aos 03 dias do mês de janeiro de 1949, o Major Theodorico Bezerra recebeu das mãos de José Varela a presidência do Partido Social Democrata-PSD do estado do Rio Grande do Norte. Continuou na chefia do diretório regional da referida agremiação até 29 de setembro de 1965, dia que foi realizada a última sessão para sua extinção no estado. Por força do Ato Adicional, nº. 02 ou AI-2, os partidos políticos no país foram extintos. (SILVA, 2010, P. 60).
Pelo que vemos na citação acima, os partidos políticos no país foram extintos por força do Ato Adicional, nº. 02 ou AI-2, imposto pelo Regime Civil-Militar (1964-1985), que cassou direitos políticos e impôs o bipartidarismo, que levou ao fim dezesseis anos do domínio da liderança do Major-Coronel, á frente daquela agremiação política.
A perda de parte do poder político por Theodorico Bezerra com o fim do Partido Social Democrata-PSD levou-o a adaptar-se e transformar-se frente às novas configurações políticas do país para continuar nos meandros do poder até 1982, último ano do seu último mandato de Deputado Estadual pelo Estado do Rio Grande do Norte.
Entre os anos de 1965 a 1982-vemos que o Major perde poder político, porém lhes cresce o nome e a fama, tendo em vista haver uma imagem pública consagrada a seu respeito[3], em que ele aparecia como elemento agregador da política potiguar até parte da década de1980. Porém estabeleceremos o ano de 1982, quando sai da política e em seu lugar coloca o filho Dr. Kleber de Carvalho Bezerra, que foi deputado estadual entre os anos de 1982 a 1990 (BEZERRA, M. N., 1987, p. 32)- como recorte temporal da pesquisa.
O que facilita a realização desta pesquisa é que já dispomos de documentos escritos, fotográficos e entrevistas realizadas outrora, que serviu como fonte para produção de monográfica de final de curso graduação, que teve como tema: O CORONELISMO E PERMANÊNCIAS NAS PRÁTICAS POLÍTICAS DO MAJOR THEODORICO BEZERRA E SUAS HISTÓRIAS-1948-1965. Trabalho, concluído em 2009 na Universidade Estadual da Paraíba - Campus III – Guarabira/PB, como requisito para conclusão de curso, como também termos escritos outros trabalhos publicados sobre Theodorico e a Fazenda Irapuru.
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