O Povo Hebreu
Por: Jadna Ramos • 31/3/2017 • Trabalho acadêmico • 4.005 Palavras (17 Páginas) • 229 Visualizações
Escola de Educação Básica Bernardo Schmitz
POVO HEBREU
Jadna Antunes Ramos
06 de Julho de 2016.
Introdução
O território onde sedia a Palestina e Israel é um dos mais conflituosos do mundo. Para entender essa situação, é importante retornar a aproximadamente 1250 a.C. quando segundo a tradição bíblica, os hebreus se libertaram de uma longa fase de escravidão no Egito e voltaram para a Palestina. Ao retornarem, eles entraram em conflito com os povos locais e após intensas batalhas os hebreus conseguiram se fixar na região onde construíram um reino. Nos séculos seguintes os hebreus foram sucessivamente dominados por vários povos com períodos curtos de autonomia. Essa situação persistiu até a conquista da região pelos romanos no século I a.C.
No ano 70 d.C., uma revolta dos judeus foi violentamente reprimida pelos romanos. Para fugir dessa repreensão, muitos judeus deixaram a Palestina e foram viver em outras regiões, iniciando a diáspora. Dispersos pelo mundo, os descendentes sofreram perseguições em vários momentos, mas a maior parte procurou manter sua identidade cultural.
No entanto os judeus nunca abandonaram completamente a Palestina. A partir do século XIX, iniciou-se uma crescente imigração de judeus para a região. Essa onda migratória foi motivada pelo sionismo, que é um movimento que valorizava as raízes judaicas e defendia a criação de um estado judaico na Palestina. Porém, esse território era habitado a vários séculos por povos islâmicos de origem árabe; começava aí o conflito que atingiria proporções dramáticas.
Em 1947 ainda sobre o impacto do Holocausto, a ONU aprovou uma resolução que previa a criação de dois estados na região: um judaico e outro árabe.
Meses depois, em maio de 1948, sem esperar as negociações finais da ONU, os judeus fundaram o Estado de Israel. A reação foi imediata. Uma aliança de países, na maioria islâmica, invadiu Israel, iniciando a primeira de uma série de guerras entre árabes e israelenses. O conflito terminou com a vitória dos judeus, e com a ampliação do território de Israel.
Milhares de palestinos fugiram para países vizinhos, onde passaram a viver de forma marginal em campos de refugiados. Sem aceitar tal condição, eles passaram a lutar pela recuperação de seus antigos territórios e desde 1964 estão reunidos principalmente na Organização para Libertação da Palestina.
Muitas guerras foram travadas, onde podemos citar as Guerras do Suez (1956), dos Seis Dias (1967) e do Yom Kippur (1973).
Após esses conflitos, os governos de Israel e dos países árabes decidiram buscar entendimento por meio da diplomacia. A primeira foi a assinatura do acordo de Camp David, mas a questão palestina continuou sem solução. A partir 1987, palestinos começaram a atacar com pedras as forças israelenses em um movimento conhecido como Intifada. Seis anos depois, com o acordo de Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que passou a controlar a Faixa de Gaza. Mas esse acordo não agradou aos palestinos, pois Israel manteve o domínio sobre a maior parte dos territórios.
Com o surgimentos de novos atentados, israelenses passaram a reivindicar a construção de um muro para separar judeus de palestinos. Ao longo da década de 2000, diversas tentativas de paz fracassaram. De um lado, grupos judaicos se recusam a aceitar um estado palestino livre; de outro, seguimentos árabes não reconhecem a existência de Israel. Enquanto judeus vivem sobre ameaças de atentados terroristas e sofrem ataques por parte de militantes palestinos radicais, os palestinos convivem com ações do exército israelense e com um muro em suas fronteiras que segrega a população e restringe a liberdade.
O Sionismo
Sionismo ou movimento sionista foi criado por intelectuais judeus no começo da década de 1890. Tem como objetivo principal combater o antissemitismo. Esse movimento político defendia o direto dos judeus de terem sua pátria na região que a Bíblia chamou de Terra de Israel. O termo se origina de Sião.
Antissemitismo é uma forma de hostilizar judeus, sem nenhum motivo a não ser o ódio, cujo termo semita foi criado especialmente para se referir a eles. Os mesmos foram tratados de diferentes formas, nas diferentes épocas. O movimento foi mais forte na Alemanha, onde durante anos foi criado o sentimento de que os judeus eram os responsáveis pelos males ocorridos no país. A ideologia teve seu ponto máximo no nazismo.
O fundador do sionismo foi o jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl (1860-1904). Ele pregava que, com a existência de um Estado próprio, os judeus poderiam ser fortes, algo surpreendente para um povo que vinha sofrendo violentas perseguições durante séculos. Um fato que contribuiu para essas ideias foi o chamado Caso Dreyfus: uma conspiração de oficiais do Exército Francês contra Alfred Dreyfus, que também era oficial dessa mesma instituição. Dreyfus foi acusado injustamente de espionagem e condenado com provas falsas. Theodor Herzl, que era jornalista, incorreu na defesa pública de Dreyfus nas páginas dos jornais da época, denunciando as fraudes das acusações e tornando explícito o antissemitismo que se espalhava no continente europeu.
Em 1896, Herzl publicou um livro “O Estado Judeu – Tentativa de uma Solução Moderna para a Questão Judaica”, obra que continham apenas 85 páginas. Apesar das críticas, ele insistiu em sua visão de criar um Estado Judeu, e convocou para agosto de 1897 o primeiro Congresso Sionista Mundial, em Basileia, Suíça.
A Organização Sionista Mundial (OSM) foi fundada durante o Congresso para promover o retorno do povo judeu à sua pátria ancestral, a Terra de Israel, e reviver a vida nacional judaica no país. Seu objetivo era obter um documento reconhecido internacionalmente que legitimasse o estabelecimento dos judeus na Palestina. Logo, definiu-se que os judeus retornariam em massa à “Terra Santa”, de onde foram expulsos pelos romanos e único lugar onde se sentiriam em casa.
Outro fato que impulsionou o movimento sionista foi a Declaração de Balfour, realizada pelo lorde inglês Balfour e que favorecia a criação do Estado de Israel como um lar nacional para os judeus na Palestina. Além da autorização dada pela Liga das Nações em 1922.
Dessa forma, iniciou-se um gradativo processo migratório de judeus para a região da Palestina, então pertencente ao Império Otomano, que foi, ao menos inicialmente, marcado pela ausência de qualquer conflito.
O principal objetivo da OSM foi alcançado em 1948, com o estabelecimento de um estado judeu legalmente seguro e reconhecido internacionalmente – o Estado de Israel. As comunidades judaicas da Europa ocidental - ricas e bem integradas às nações onde estavam - contribuíram para levar o projeto adiante. Milionários judeus doaram dinheiro para se comprarem terras dos proprietários árabes da região.
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