O Reino de Cuxe
Por: rsvieira3 • 14/5/2022 • Dissertação • 1.877 Palavras (8 Páginas) • 103 Visualizações
Civilização de Cuxe
Introdução;
Na África, entre a primeira e sexta catarata do rio Nilo, na Núbia (onde hoje se encontra o Sudão), no fim do IV milênio antes de Cristo surgiu uma cultura muito organizada e notoriamente rica. Essa cultura inicialmente foi dividida em grupos e algumas características podem identificar a ligação entre eles, como o caso da cerâmica boca negra que foi encontrada mais tarde pertencendo ao grupo C, mas também no grupo A, foi notada mais tarde a semelhante forma de enterrar os mortos. Em suas sepulturas o corpo era colocado do lado direito, com a cabeça voltada para leste e geralmente apoiada num travesseiro de palha eram encontrados também espelhos de bronze e armas. O grupo C era pastoril e viviam em pequenos povoados.
O Egito tinha grande interesse em Núbia devido sua grande riqueza de ouro, marfim, óleos, incenso, pedras semipreciosas e outras mercadorias de luxo. O reino de Cuxe sofreu muita influência egípcia, por isso foi possível achar tantos objetos da cultura egípcia em seu território. Ele chegou a conquistar a Núbia no reinado de Djer, o terceiro da I dinastia, foi até descoberta uma colônia egípcia exclusiva onde se extraia o cobre.
No Médio Império, quando o Egito foi unificado, seus olhos novamente foram para a Núbia e se consolidou sob o reinado da XI dinastia tebana. O conflito Cuxe versus Egito se deu quando o Egito, ameaçado ao ver que Cuxe estava se organizando como estado centralizado e dominando territórios de seu interesse, conquistou a Baixa Núbia e instalou fortes para vigiar Kerma.
Kush (ou cuxe), foi um nome que os próprios egípcios usavam para denominar o território sul, que surgiu na catarata de Dal. O interesse egipicio não foi apenas por motivos econômicos, mas também por questões de segurança, tendo em vista que lá ficava sua fronteira meridional e eles precisavam se defender dos núbios e povos do deserto, a leste.
Com a queda do Médio Império, conhecido como “grande humilhação”, e com a invasão dos hicsos, o Egito se fragmentou em vários estados, aumentando assim a autonomia e fortalecimentos dos territórios vizinhos.
Kerma;
A cultura de Kerma surgiu pouco acima da Terceira Catarata e a 240 km ao sul de Semneh. Com a queda do Médio Império a autoridade do rei de Kerma se expandiu e seu domínio foi da Núbia Superior e se estendeu à Núbia Inferior, chegando até mesmo às fortalezas egípcias da Segunda Catarata.
O comércio entre a Núbia e o Egito continuou, agora com Ávaris como seu principal parceiro, a cidade estava tomada pelos Hicsos . Os produtos passavam pela rota de Darb el-Arbain, agora com uma nova raridade, o ouro. Foi o apogeu do comércio de kerma.
Nesse momento se pôde ver a cultura egípcia muito presente, a riqueza da região permitia a cópia desses costumes, até a escrita foi adotada para permitir que esse domínio fosse ainda mais longe, e esse poder pode ser visto até hoje nas ruínas de Kerma. Desses monumentos, duas de grande destaque são chamadas de Dufufa do Oeste e Dufufa do Leste. A primeira é a grande mole retangular, com vasos de cerâmica e estátuas de altos funcionários. O outro uma capela funerária, onde a característica era Núbia, sem mumificação onde a pessoa era enterrada com esposa e filhos.
O reino de Kush;
Kerma chegou a ser a primeira capital do reino de Kush, mas Tebas estava se levantando pouco a pouco, e liderado por Tutemósis I da dinastia XVIII, Kerma é dominada. Agora a capital cuxita passa a ser Napata (berço religioso), lá foi unida a cultura núbia e a egípcia, comercializando ouro e marfim através do mar mediterrâneo, adorando o deus Amon e construindo templos no estilo egípcio. Mesmo depois com a capital sendo transferida para Méroe, o prestígio de Napata era tão grande que os reis continuaram a viajar para a cidade a fim de serem coroados lá.
Nessa segunda fase do reino de Cuxe, o Egito se sobressai. Kerma agora já esquecida, os egípcios dão início ao surgimento de novas cidades com casas e muros. Os homens que se rebelavam eram levados para trabalhos forçados como funcionários ou para serviços braçais. É estimado que em mais ou menos três anos do reinado de Tutemósis III, foi recebido da Núbia Inferior 695 kg de ouro.
Para o processo ser de fato realizado com êxito, os filhos dos grandes de Cuxe foram levados ao Egito para conhecerem seus costumes familiares, sociais e religiosos, depois eram devolvidos aos seus, propagando o modo de viver egipcio. Há uma perda de cultura cuxita de tal forma que até nas cerimônias fúnebres podem ser vistos esses vestígios da egipcianização, agora eram enterrados estirados, em decúbito dorsal e os mais ricos dentro de caixões de madeira.
O Egito dominava por meio de um sistema de vice-rei (de origem cuxita) e delegados, ampliando assim o poder do faraó. Isso surtiu efeito tendo em vista que alguns núbios aderiram aos interesses egípcios.
Houve uma rebelião após a morte de Tutmósis I, mas após uma expedição os rebeldes foram contidos e um longo período de paz se instaura sob o comando da rainha Hatshepsut.
Hatshepsut: Rainha-Faraó do Egito;
Hatshepsut era princesa real, filha da rainha Amósis e do rei Tutmósis I. Como teve apenas uma filha com seu meio-irmão,Tutmósis II, após sua morte o trono ficou para seu filho com outra mulher, como o herdeiro era apenas um menino, Hatshepsut assumiu o trono e governou o Egito por 22 anos e a paz reinou por todo seu reinado.
Ela foi responsável pela construção do templo deus Amon-Rá, e pela construção de dois obeliscos no templo dentro do complexo dos templos de Karnak. Foi responsável pelo embelezamento arquitetônico no Egito e suas expedições eram muito prósperas.
A rainha foi retratada como homem inicialmente para ver como era a reação do povo, por isso muitas estátuas e monumentos em homenagem a ela era com características masculinas confundindo os egiptólogos, após sua morte foi enterrada no vale das rainhas, mas teve sua história e memória apagada intencionalmente pelo seu enteado Tutmósis III e seguidores que acreditavam que a rainha teria usurpado o trono, mas o que se tem de registro Hatshepsut nunca fizera isso, aliás o menino era sempre retratado ao lado da rainha, e a mesma sempre se preocupou com a educação da criança a fim de prepará-lo para seu futuro posto, tanto que quando ela morreu ele tinha alcançado o posto de comandante-chefe. Mesmo assim ele teria mandado derrubar suas estátuas e tirar suas marcas de insígnias dos monumentos.
Economia;
Na economia seu principal ativo
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