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OS DONOS DO PODER- RAIMUNDO FAORO A OBRA DA CENTRALIZAÇÃO COLONIAL

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Por:   •  11/2/2015  •  1.380 Palavras (6 Páginas)  •  1.843 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Em o livro “Os Donos do Poder” Raimundo Faoro, rompe com algumas questões interpretativas acerca do processo colonizador e sobre a formação do patronato político brasileiro. Neste trabalho desenvolvemos uma análise do período histórico localizando as estruturas do período colonial que se repetem na República Velha.

No período colonial, a população permanecia inerte às escolhas dos donos do poder, que governavam para si e a favor das elites. A Proclamação da República, alcançada pelos militares, traria muitos benefícios e mudanças à população, no entanto essas conquistas não se consolidaram. Em “Os donos do poder”, Faoro nos apresenta uma visão crítica e mais apurada da colonização lusitana e como esta colonização propiciou a formação do cenário político, social e econômico que se conjuntura até os dias atuais.

OS DONOS DO PODER- RAIMUNDO FAORO

A OBRA DA CENTRALIZAÇÃO COLONIAL

O Brasil enquanto colônia de Portugal sofre um processo colonizador de forma imperiosa, esse processo por si é abusivo e autoritário, no capítulo V do livro os donos do poder, Faoro retrata algumas questões pertinentes a cerca desse contexto, as terras foram divididas e a segmentação dar-se concernente a vontade do rei, sabe-se que nesse período quem possuía terra detinha poder, no discorrer da história vemos a forma que essas terras foram repartidas e com as chamadas capitanias não obtiveram êxodo, a falta de recursos propiciou a não prosperidade desse modelo, a elite colonial proprietária de terras e de escravos, dava subsídio as bases da administração colonial.

A coroa portuguesa por sua vez e mediante esse processo de instalação e corroboração do poder, temia além dos ataques indígenas e piratas a privatização dos donatários. Os colonos copiando os modelos de autoridade dos capitães desvinculavam-se deles, defendendo cada vez mais seus próprios interesses.

As capitanias fracassaram, e a coroa obsessiva de seus monopólios, estava certa de que a colonização, empreendida sob seu comando, traria maiores rendas, além de cargos para os fies vassalos.

Faoro, mostra um fato e culmina na questão do público e o patrimonial, um dualismo entre o Estado e a vida civil. “O governo-geral instituiu um sistema desconfiado de ascendência absoluta do governador. ” (Faoro, 2001, p. 169) Através dele a coroa dominou e governou sua conquista. Proibiam-se os moradores de entrar no sertão sem a permissão do soberano, com o intuito de reduzir o espaço econômico ao espaço administrativo, ou seja, a centralização era o meio adequado para o domínio do novo mundo. “Para dominar as populações dispersas fixou-se o estatuto do governo local. ” (FAORO, 2001, p. 170) O Estado português, plenamente maduro e constituído no século XVI, abraça as praias e os sertões, negando-se à experiência criadora. Portugal ao criar nas colônias reflexos de suas sociedades não queria fazer do Brasil uma extensão e sim, fazer com que o povo continuasse passivo as ordens da coroa.

como as vilas se instaurava, nas praias e no sertão, a palavra rígida, inviolável e hierática das ordenações. Desde o primeiro século da história brasileira, a realidade se faz e se constrói com decretos, alvarás e ordens régias. (FAORO, 2001, p.173).

O capitalismo português se sintonizara, nos primeiros cem anos de exploração da costa brasileira, com o latifundiário e o senhor de engenho. Entretanto, as dificuldades começavam a atingir a classe dominante, cai o preço do açúcar e do tabaco. O crédito e o custeio dos engenhos tornaram-se precários, ameaçando a solvência dos fornecedores ultramarinos acossados os produtores com a concorrência das Antilhas. (FAORO, 2001, p.175) Em outro momento com a queda do açúcar brasileiro e a frágil ligação entre os missionários e os colonos, os colonizadores tiveram que procurar outros meios de lucro, e com isso a colonização do sertão foi iniciada. Contudo tiveram muitas dificuldades, uma delas foram os índios, que muitas vezes se recusavam em serem catequizados e “amansados”, e o desconhecimento da terra em que iriam invadir.

As pessoas que foram “conquistar” o sertão eram chamadas de bandeirantes, Faoro cita a hostilidade dos bandeirantes na invasão ao sertão: Não seria crível que o devassamento dos sertões, a escravização do índio, atos em princípio proibidos com reserva de autorização, se levassem a cabo sem a anuência das autoridades. Absurda a admissão da preia ao índio, contrariando a poderosa companhia de jesus, sem o afago, a tolerância e o velado estímulo dos agentes reais na colônia. (Faoro, 2001, p.184) Analisando os interesses religiosos e políticos da companhia de jesus, sem dúvida, encontram no ensino, um meio eficaz de submissão e domínio. O sentido da educação, portanto, na “dominação das almas”, parece-nos bastante evidente, referindo-se a um sentido de educação bastante elitista. Isso porque esse tipo de educação não visava à formação do indivíduo, mas privilegiava, mediante um conteúdo clássico, a ascensão social de um pequeno grupo dominante.

Faoro discorre sobre as relações do rei com os seus funcionários, e como esses funcionários agem na

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