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OS DONOS DO PODER: SOBRE A ORIGEM DA NAÇÃO BRASILEIRA

Por:   •  25/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  684 Palavras (3 Páginas)  •  460 Visualizações

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OS DONOS DO PODER: SOBRE A ORIGEM DA NAÇÃO BRASILEIRA

Em os donos do poder: sobre a origem da nação brasileira discorre-se, inicialmente,  sobre o olhar que os indivíduos têm acerca de sua própria nação, a visão que se tem sobre si mesmo enquanto pátria. Para muitos pensadores o fruto dessa reflexão é o “imaginário social” decorrente da medida ideológico-política e cultural, para José Murillo as nações necessitam de uma identidade coletiva para sobreviverem.

Raymundo Faoro afirma que “o Brasil era dirigido por uma classe dirigente sem conexão com uma base, uma classe dirigente que se renova dentro dela própria”. Em os donos do poder (por volta de 1950 – 1970), Faoro traça um panorama social brasileiro de D. João à Getúlio Vargas de forma bastante analítica, com um léxico weberiano, marxista estruturalista, diverso.  O principal conceito de sua obra é o patrimonialismo estamental. Deduz-se da obra certo pessimismo em relação à revolução, Faoro não enxerga as estruturas econômicas determinantes e as superestruturas determinantes necessárias para explicar o passado brasileiro.

Em relação à obra de Faoro, críticos têm suas ressalvas aos limites de averiguação histórica do suporte teórico principal da obra de Faoro: o estamento-patrimonial. Para alguns críticos o autor força sua teoria, conformando fatos, elegendo, esquecendo situações ou acontecimentos.

Faoro impede o leitor atento de cair na tentação simplista, demarcando em sua obra suas impressões dos fatos narrados. Faoro interpreta o Brasil, objetivando delimitar os contornos de um Estado brasileiro patrimonial-estamental. A cientista política Kátia M. Barreto aclara uma questão colocada pela crítica: quem seria o estamento? Faoro não explicita de forma clara o que é estamento, mas trata de como funciona, com quem se relaciona, a quem interessa a sua existência e o que realizou e tem realizado esse estamento dentro da história brasileira. Explicita alguns atores, identificando quem está fazendo parte do corpo estamental em dado momento  político da história.

Partindo da Revolução Portuguesa do Mestre Avis, Faoro averigua uma camada de poder que aos poucos delimita seus contornos. Tal estrutura, assegurada por “privilégios jurídicos [...] pela lei ou pela tradição” seguiu como uma capa social rígida, perene mas plástica. O estamento é constituído por atores diversos: instituições privadas do Estado, grupos econômicos, políticos, aliados ou legitimados pelo Estado e suas tradições. Esses atores criam relação vantajosa com o patronato, o Estado, engendrando uma autarquia chama Estado patrimonial-estamental. Essa estrutura fechada pensa apenas em si e no Estado. São atores parte de um mesmo corpo: o estamento.

Ao se tornar parte dessa estrutura, os atores desvinculam-se de sua origem, perdendo sua identidade original para dar origem à nova, impossibilitando uma representatividade da origem. Para Faoro há uma ruptura entre Estado e Nação. As tentativas de diálogo entre o Estado português e a Estado brasileiro foram, segundo Faoro, violentamente extinguidas por parte do Estado.

Faoro constata movimentos de contestação, mas que não prevalecem. Golpes de Estado, militares no poder etc. são assistidos pela nação em silencio.

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