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Ocupação Econômica: A cana-de-açúcar

Por:   •  24/2/2016  •  Seminário  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  280 Visualizações

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA

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O Açúcar

Índice

  1. Ocupação Econômica: a cana-de-açúcar

  1. O engenho açucareiro
  1. A mão-de-obra
  1. Os “negros da terra”
  2. A substituição da mão-de-obra
  1. A dinâmica da economia açucareira
  1. Referências bibliográficas
  1.  A Produção Açucareira na Colônia:

    A produção açucareira foi a primeira atividade econômica montada no Brasil pelos portugueses. No século XVI, o açúcar era um produto difícil de encontrar devido as suas “exigências” de produção, entretanto era muito procurado pelos europeus. Como a procura era alta e a demanda de produção era baixa, o açúcar era um produto essencial para a obtenção de uma balança comercial favorável para Portugal. Portugal já conhecia os métodos de produção do açúcar, pois já havia cultivado com certo sucesso nas suas ilhas do Atlântico (Madeira e Cabo Verde). Além da experiência de Portugal e a alta lucratividade do açúcar, as condições geográficas (proximidade com a Europa) e climáticas do Nordeste (solo bom, em grande quantidade e clima adequado) também favoreciam o desenvolvimento dessa produção. Isso fez do açúcar o principal produto do Brasil e fez do Nordeste o centro econômico, social e político da colônia.

    Com a oportunidade de se obter grandes lucros sobre a colônia, Portugal rapidamente implementou de forma intensa o Pacto Colonial no Brasil, justamente para a colônia não negociar o produto com outros países, que poderiam se tornar concorrentes de Portugal.

    O Pacto Colonial intensificado no início da produção açucareira serviu para Portugal obter mais lucro, pois a metrópole negociava o direito de comercializar o açúcar produzido no Brasil, vendendo contratos comerciais que davam esse direito a grupo comercias da própria metrópole.

  1.  O engenho açucareiro:

    Os custos financeiros para montar um engenho de açúcar eram altos, fato que impediu que os pequenos produtores entrassem nesse ramo e obrigou, de início, os donatários a contraírem empréstimos internacionais, sobretudo de holandeses e italianos, que viabilizavam apenas a grande propriedade rural, o latifúndio.

    Enquanto Portugal explorava economicamente as terras com a criação das plantações e engenhos, os holandeses emprestavam dinheiro e faziam a distribuição do açúcar no mercado europeu. Foram os holandeses que financiaram e propiciaram a implantação do açúcar no Brasil, logo, os principais beneficiados com o açúcar brasileiro foram os portugueses.

    Em torno de engenho concentravam-se a maior parte das atividades econômicas coloniais. A terra era destinada exclusivamente ao plantio de cana, por meio da implantação do Plantation, restando pouquíssimo espaço para a criação de gado.  Após a colheita, a cana-de-açúcar era processada nas moendas movidas à força animal, humana ou à água, pela casa das caldeiras (onde se dava a purificação e o cozimento do caldo) e pela casa de purgar (onde ocorria o branqueamento do açúcar).

    A situação do trabalhador no engenho era muito difícil, pois ele vivia em ambiente de calor excessivo, cheio de acidentes, com jornadas prolongadas, trabalho noturno, etc.

    À margem da grande propriedade rural e do complexo manufatureiro, encontravam-se os lavradores pobres ,que eram brancos e mestiços, que produziam como meeiros,ou seja, produtores que trabalhavam em terras de outras pessoas, constituindo o maior grupo de trabalhadores livres no Brasil Colônia. Nessas terras desenvolviam agricultura de subsistência e plantavam cana-de-açúcar; porém, eram obrigados a usar a moenda do grande proprietário (por isso, suas terras ficaram conhecidas como fazendas obrigadas), pois eram obrigados a utilizar a moenda do senhor de engenho, tendo que pagar impostos para isso. Em alguns casos, os grandes proprietários concentraram suas atividades na industrialização do açúcar, deixando a produção da cana-de-açúcar para os pequenos produtores e lucrando somente com os impostos pagos para a utilização da moenda de sua propriedade.

    Toda a produção do açúcar na colônia era destinada a exportação, pois o principal objetivo da produção era a obtenção da balança comercial favorável. Apesar do monopólio comercial, Portugal dependia das relações internacionais, sobretudo com os holandeses, que, além de favorecerem os financiamentos, refinavam e comercializavam o produto em várias partes da Europa.

    Assim, o engenho açucareiro convivia com práticas coloniais de exploração da atividade econômica, como o plantation e a utilização da mão-de-obra escrava e com práticas de produção semi-industriais na manufatura do açúcar, que era utilizado na moenda.

  1. A mão-de-obra:

   No início da colonização, um problema evidente no povoamento da colônia seria o fato de Portugal possuir uma população muito pequena. Uma das estratégias adotadas por Portugal foi a miscigenação, ou seja, Portugal enviava somente homens em suas expedições de povoamento para ocorrer uma mistura de povos entre os europeus e indígenas. Além desse fator populacional, outro fato que atrapalhou o povoamento da colônia foi que, os libertos da servidão medieval não desejavam imigrar para a América e ter de ir para um local desconhecido, enfrentar os indígenas e ter que trabalhar no campo incessantemente.

    Um dos “ensinamentos” do mercantilismo é que o país utiliza mão-de-obra de valor baixo.         A solução encontrada por Portugal, foi a implementação da escravidão, que já era adotada em outras colônias portuguesas. No início Portugal tentou utilizar a mão-de-obra indígena, porém por vários fatores, Portugal teve de substituir essa mão-de-obra indígena, pela mão-de-obra escrava. Contudo, na dura realidade colonial, as dificuldades encontradas pelos senhores de engenho com a mão-de-obra escassa e pouco produtiva foram evidentes no começo da produção açucareira.

  1.  Os “negros da terra”:

    Nos primeiros anos da colonização, quando a única atividade econômica desenvolvida era a exploração do pau-brasil, negociava-se o trabalho do nativo por meio do escambo, ou seja, a troca de mercadorias, que no caso dos indígenas era o trabalho, por mercadorias desconhecidas pelos índios, que em alguns casos não tinham grande valor comercial. Com a efetivação da colonização e o estabelecimento das plantations de cana-de-açúcar, o indígena passou a ser amplamente utilizado como escravo. Embora os jesuítas lutassem contra isso e o Estado português decretasse leis proibindo a escravidão indígena, o índio foi escravizado nos engenhos de açúcar até pelo menos a década de 1570.

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