Os Batistas no Brasil
Por: Jose Roberto Fonseca • 12/8/2019 • Ensaio • 378 Palavras (2 Páginas) • 173 Visualizações
Ao estudar a crise econômica ocorrida no século XVII, o historiador Eric Hobsbawm afirmou que a desaceleração das atividades econômicas foi fruto das contradições criadas pelo modelo de crescimento desenvolvido durante o século XVI, que aconteceu respaldado na expansão da atividade comercial vinculada ao mercado externo, dentro dos limites demarcados pela estrutura feudal, ainda dominante no mundo europeu.
Na sustentação de sua tese, Eric Hobsbawm apresenta a análise de três contradições básicas para a ocorrência da crise econômica do século XVII:
a) a ocorrida no mercado oriental, onde o crescimento da atividade comercial na Europa ocidental (Polônia, Rússia e outras regiões do leste europeu) aconteceu lastreado na produção agrícola destinada ao mercado externo através da exploração mais intensa do trabalho servil, fator que impediu a formação de um mercado consumidor de produtos manufaturados de outros centros econômicos. Esse modelo permitiu a concentração de riquezas nas mãos dos poucos e “já opulentos senhores feudais”, enquanto aprofundava a miséria da vida camponesa e impedia a formação de segmentos sociais capazes de efetuar ações de consumo, impondo limites à expansão comercial;
b) contradição decorrente do modelo adotado pela expansão comercial ocidental, principalmente a realizada no século XVI, que aconteceu através da conquista, do roubo e da colonização, que tinha como preocupação central o fornecimento para o mercado europeu de produtos como: metais preciosos – ouro e a prata - e especiarias, sem uma política definida para a criação de centros consumidores de produtos manufaturados originários de regiões da Europa. Essa prática foi característica do mercantilismo do século XVI, em que a Espanha teve um papel preponderante. Postura que foi modificada no século XVII, principalmente pela Inglaterra e França, quando os dois mercantilismos passaram a valorizar a produção de mercadorias (manufaturas) na metrópole para alcançar uma balança comercial favorável;
c) por último, o historiador inglês aponta a contradição acontecida no mercado interno dos países europeus, envolvidos nos primeiros momentos da expansão comercial, na medida em que a relação servil continuava dominante, estrangulando o movimento de formação do trabalhador livre, do proprietário comerciante, da expansão da manufatura no lugar do artesanato e o domínio da circulação em que a moeda fosse o principal meio de troca. Logo, impedia o desenvolvimento do comércio interno e de outra forma de extração das riquezas produzidas pelo trabalho.
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