PORTFÓLIO UTA FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS
Por: Ana Rodrigo • 23/6/2015 • Artigo • 1.440 Palavras (6 Páginas) • 304 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
ANA PAULA DE ARAUJO TOZI, RU 1114616, LICENCIATURA EM HISTÓRIA
PORTFÓLIO UTA FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS
FASE II.
Portfólio da disciplina de LIBRAS, apresentado ao curso de Licenciatura em História EAD do Centro Universitário UNINTER.
Tutor Local: Rita de Cássia Paulino
Centro Associado: Pouso Alegre-MG
POUSO ALEGRE
2015.
SUMÁRIO:
1- Uma breve retrospectiva da educação dos surdos -----------------------
2- A participação social dos surdos no Brasil ----------------------------------
3- Considerações Finais -------------------------------------------------------------
4 - Bibliografia ---------------------------------------------------------------------------
1- Uma breve retrospectiva da educação dos surdos:
A concepção de deficiência vem se modificando historicamente, ao passo em que as condições sociais são alteradas pela ação do próprio homem.
Apesar do grande preconceito que existia desde épocas remotas, o mais antigo registro que menciona a "Língua de Sinais" é de 368 A.C, escrito pelo filósofo grego Sócrates. Mas pouco foi registrado sobre os sistemas usados por surdos, até a Renascença, mil anos depois e até o fim do século XV não havia escolas especializadas para surdos na Europa. Naquela época os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados e por isso as pessoas surdas foram excluídas da sociedade e muitas tiveram sua sobrevivência prejudicada.
Até hoje ainda existem pessoas que confundem a habilidade de falar com a capacidade de aprender. Mas, apesar de todo esse preconceito, houve pessoas que desenvolveram métodos para a educação e ensino de línguas aos surdos, como por exemplo, o italiano Girolamo Cardano e o monge espanhol Pedro Ponce de Leon. Eram utilizados dois métodos: o oralista puro, que priorizavam o ensino da língua falada e o método combinado, que utilizavam a língua de sinais já conhecida pelos alunos como meio para ensinar a fala.
Dentre muitos professores adeptos da segunda proposta o mais importante para o desenvolvimento da língua de sinais brasileira foi Abbé Charles Michel L’Eppe, pois de seu instituto na França veio para o Brasil o Professor Huet ,que convidado por Dom Pedro II trouxe para cá o método combinado para trabalhar com os surdos brasileiros.
Portanto, em 1857 foi fundada a primeira escola de surdos no Brasil, o Instituto dos Surdos-Mudos, hoje Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES). Foi a partir desse momento que começou o desenvolvimento da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) se fortalecendo após 1880 através do Congresso Mundial de Professores de Surdos, em Milão, que desencadeou o surgimento de escolas e pesquisas referentes à Linguagem de Sinais.
2 – A participação social dos Surdos no Brasil:
Equivocadamente se promulga que a educação pode sanar todas as desigualdades. No entanto, entende-se que, para os surdos a nossa sociedade, hoje, ainda não consegue proporcionar a verdadeira inclusão, seja na escolarização, na formação, no trabalho, ou noutra esfera da atividade humana, partindo da perspectiva de que poucas instituições entendem a sua especificidade linguística e se organizam para desenvolver uma comunicação confortável com pessoas surdas.
Neste contexto, ao pensarmos na família como primeiro núcleo social onde se inicia a constituição do sujeito, é necessário entender que ela exerce papel fundamental na vida de seus integrantes visto que a estrutura psicológica e social do ser humano e geralmente, os filhos buscam, na figura dos pais, o referencial de identidade. Na situação da surdez, em famílias ouvintes com filhos surdos, os vínculos afetivos podem ser quebrados já na descoberta da diferença, quando não, pelo fato de a criança ou adolescente surdo não encontrar em casa o referencial procurado.
Goldfeld (1997), ao analisar a linguagem e a surdez numa perspectiva sociointeracionista, reconhece as dificuldades de comunicação entre pais ouvintes e filhos surdos, em função da diferença linguística que há entre eles. Neste sentido, o processo de socialização se torna um obstáculo para os surdos, visto que a família, pela atividade conjunta entre seus membros, seria o primeiro ambiente de interação e cooperação que leva o jovem à autonomia.
Sendo assim, o surdo tende a percorrer uma longa trajetória para obter uma boa participação em sociedade e desde sua escolarização, em meio às dificuldades e diferenças linguísticas e, portanto, diferenças sociais e culturais, ele chega ao mercado de trabalho com expectativas de desenvolvimento, aceitação e consequente inclusão.
Podemos dizer que a educação de surdos no Brasil passa hoje por uma série de reflexões e disputas políticas, em torno de questões conflituosas sobre a proposta atual de inclusão educacional. Além disto, como mostra a lei nº10. 436 de 2002, que estabelece a LIBRAS como a língua Oficial das pessoas surdas, além de dar as diretrizes para a efetivação da disseminação da língua e inclusão da LIBRAS como disciplina curricular na formação do magistério entre outros pontos culminantes na garantia dos direitos dos surdos, observa-se grande envolvimento da comunidade surda, nas decisões sobre o futuro não só da educação de surdos mais também de outras diretrizes político-econômicas de nosso país. Portanto, na vida adulta, os surdos trilham os mesmos caminhos dos ouvintes: a sua formação, a subsistência distante dos pais, a busca por um trabalho, a construção de uma carreira profissional e a necessidade de lazer e cultura, dentre outros.
Nestes caminhos, sua condição linguística faz com que eles enfrentem questões diferentes da maioria ouvinte. Desde sua escolarização, o surdo necessita que os conteúdos escolares assim como a cultura escolar seja mediada. Isto acontece pelas mãos do intérprete da Língua de sinais, ou com a presença de um professor bilíngue. É desta forma, pelo uso da Língua de sinais, que ele tem acesso integral aos conhecimentos que precisa para que tenha bom êxito em sua escolarização. No entanto, esta, na maioria das configurações e currículos escolares, é pautada principalmente na alfabetização e no ensino do Português, por onde também circulam os conhecimentos para seu aprendizado e, ao chegar à idade adulta, a circulação de informações e conhecimentos sociais e específicos acontece principalmente por meio da língua majoritária, o Português, fazendo que desta forma, muitos surdos usuários da Língua de sinais como primeira língua, compreendem a importância de reconhecer o Português como sua segunda língua e procuram, também, desenvolver-se com aprofundamento nos saberes e no uso desta segunda língua.
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