RESUMO DO CAP II, REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
Por: Jéssica Santos • 15/7/2021 • Resenha • 2.545 Palavras (11 Páginas) • 339 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
Curso: Licenciatura em Educação do Campo
Disciplina: História da Agricultura Mundial
Discente: Jéssica dos Santos Araújo
Matricula: 2015905251
FICHAMENTO: MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: NEAD, 2010.
Neste capítulo os autores tratam do surgimento da agricultura neolítica, de sua expansão e de seus mecanismos de domesticação, discutindo a passagem da pedra lascada (paleolítico) para a idade da pedra polida (neolítico), onde ocorre o desenvolvimento e aperfeiçoamento de utensílios variados, onde essas sociedades fizeram a passagem da predação pra a agricultura.
As praticas de cultura e de criação, o qual o autor chama por protocultura e protocriação eram aplicadas a plantas e animais os quais não tinham perdido o espectro selvagem, mas que iniciavam uma domesticação, adquirindo elementos desse novo status – o que está na origem dos cultivos contemporâneos. A partir disso, os autores discutem o desenvolvimento da agricultura, no momento que os grupos humanos passam a explorar espécies domesticadas. Chama por centros de origem da revolução agrícola neolítica (não compreendendo centro como origem) as regiões que começaram com esses processos iniciais, que, por sua vez, alguns desses eram centros irradiantes, isto é, locais por onde a agricultura se expandiu; entretanto, não todos o eram, o que é chamado no texto por pouco ou nada irradiantes. A partir desses centros de origem, outros animais e plantas foram domesticados, o que é chamado por áreas secundárias de domesticação. Em meio a esse processo, ter-se-ia dois grandes tipos de ecossistemas originais: arborizados mais ou menos fechados e os ecossistemas herbáceos e abertos.
Quanto aos Centros de Origem da Agricultura Neolítica, são destacados seis centros, sendo quatro irradiantes, entre eles: o centro do oriente-próximo; o centro centro-americano; o centro chinês; o centro neo-guineense; agora, os menos irradiantes seriam o centro sul-americano e o centro norte-americano. Neste quadro, são destacados estudos arqueológicos recentes que suplantam a tese de que o surgimento de uma nova agricultura neolítica ocorre pela invenção e generalização de técnicas produtivas que se fazem necessárias por conta da insuficiência de recursos naturais, onde se é apresentado “um encadeamento complexo de mudanças materiais, sociais e culturais que se condicionam umas às outras e que se organizam por várias centenas de anos”[1]
Discutindo os grandes centros irradiantes, inicia pelo Centro do Oriente Próximo, o qual é um dos mais antigos e que se possui melhor conhecimento. Nesta área, devido à abundância de recursos, em uma dieta, sobretudo, vegetariana, a população moveu-se das cavernas, estabelecendo-se em habitações artificiais, expandindo-se em seguida. Neste caminho, desenvolveu-se utensílios, como foices e foices dentadas, instrumentos de moer grãos e, em destaque, o uso de fornos a partir de objetos de terracota, que permitiam o cozimento de alimentos – o que, portanto, repercutiu na produção agrícola e, em seguida, na alimentação dessa população. Neste mesmo quadro, a domesticação de plantas, como ervilha e o trigo, e de animais, como cachorro, ovelhas, asno e bovinos, dependeram do seu inicio em períodos anteriores, em dezenas ou centenas de anos antes desse processo.
Tem-se, nisso, a importância do polimento da pedra para o desenvolvimento agrícola – período em que se transformou os modos de vida, com novas casas e vilas. Quadro esse que é difícil se estabelecer um desenvolvimento cronológico ou mesmo em cadeia, podendo-se falar de um desenvolvimento interdependente. No tocante dos motivos que teriam levado a mudança da protocultura e protocriação para uma economia de criação, nisto afirmam que a mudança técnica e econômica de tamanha envergadura ocorre em intima relação e mutuamente dependente com as transformações sociais e culturais. Ademais, sublinha a função de organização social e econômica desempenhada pelos recortes familiares em meio a esse quadro.
O foco de irradiação chinês tem seus primeiros assentamentos remontados há 8.5000 anos de nossa Era, onde se destaca legumes, a amoreira para a criação de bicho da seda e a criação de animais como galinha, porco e boi. São destacadas duas plantas: a soja e o arroz. Por sua vez, o quadrante centro-americano seria próximo a região do atual México, área em que caçadores-coletores se reúnem na estação úmida para a colheita, destacando-se pimenta e abacate, o milho, o feijão e o algodão – quadro alimentar que proporcionara o desenvolvimento biológico, técnica e cultural, onde a população passou a ser sedentária, domesticando animais. Quanto ao foco irradiante neo-guineense teria começado nas montanhas da Papua-Nova Guiné por volta de 10.000 anos pelo cultivo do taro e de outras plantas, o que se desenvolveu, para o seu cultivo e proteção de intemperes naturais, como javalis e porcos selvagens, buscou-se trata-las em hortas, por onde essa sociedade iniciou seu processo de domesticação e de sedentarismo.
Quanto aos centros de pouca ou nula irradiação, inicia pelo centro irradiante sul-americano, local onde é difícil precisar a origem da agricultura, ainda assim, o cultivo de plantas e criação de animais é apontado como datando de 6.000 anos, onde ocorre primeiramente a domesticação antes dos processos agrícolas que irradiaram de outras zonas, como a cultura do milho de se desenvolveu a partir do centro irradiante centro-americano. O centro irradiante norte-americano seria situado entre as regiões de Apalaches e da grande pradaria continental, onde se domesticou, entorno de 4.000 3.000 anos o sabugueiro, a abóbora, o girassol e a anserina, o que era praticado entorno dos rios e lagos, o que ficava condicionado aos períodos de cheia e estiagem desses, fazendo com que essa prática fosse complementar, ficando a caça e a colheita como ações de primeira instância. Será somente entorno de 250 a.C. e 200 de nossa que a população dessa região iniciará a passagem da predação e esporádica agricultura para cultivos sedentários. Por último, neste tópico, os autores falam do centro irradiante tailandês, o que trata por incerto, por onde chama atenção para a possibilidade de se conhecer outas áreas como as demais apresentadas, isto dependendo de estudos, como o que apresentaram à comunidade científica e de estudiosos o centro norte-americano, o qual, até algumas décadas, não era conhecido.
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