Relatório Sobre o Livro Babilônia

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Pós-Graduação em Arqueologia do Antigo Oriente Próximo e Mediterrâneo

PEDRO FERREIRA LOPES

RA:200212

Relatório sobre o livro: Babilônia: A Mesopotâmia e o Nascimento da Civilização de Paul Kriwaczek

Trabalho apresentado ao curso de Pós-Graduação em Arqueologia do Antigo Oriente Próximo e Mediterrâneo do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP.

Professor: Luiz Gustavo de Souza Assis

Disciplina: Mesopotâmia: História e Arqueologia

SÃO PAULO

2023

Introdução

        “Gilgamesh conduz seus jovens à luta, captura o rei, de Kish, e em seguida, numa inesperada manifestação de generosidade, solta-o para que retorne a sua cidade natal. Isso é uma epopeia literária, não história, embora possa refletir um conflito real entre Uruk e Kish, uma cidade situada uns 150 quilômetros a noroeste” (KRIWACZEK, p.70, 2023).

        O trecho acima demonstra a forma de escrita de Paul Kriwaczek, um dentista austríaco, formado em odontologia em Londres, morador do Irã e do Afeganistão, autor de diversos livros, diretor, roteirista e produtor da BBC e fluente em mais de 8 idiomas. Percebe-se logo de cara que Kriwaczek não quer falar aos seus pares, somente aos cultos ou acadêmicos, o autor que ser ouvido por todos, quer que a sua “história” emocione e seja fonte de conhecimento à diferentes públicos. Talvez por isso seu livro “Babilônia: A Mesopotâmia e o Nascimento da Civilização” publicado em 2010 pela primeira vez, continue até hoje, treze anos depois, entre as listas de livros Best-Selling. Só aqui no Brasil, a obra do autor já chegou a 6ª reimpressão, neste ano de 2023.

Babilônia: A Mesopotâmia e o Nascimento da Civilização

        Dividido em dez capítulos, trazendo ao todo sete mapas e algumas poucas – mas importantes – fotos (p.347-350), e imagens explicativas (p.75-78) o que mais chama a atenção do leitor atento é um trecho na página 355 do livro, intitulado “Leitura Adicional”, nele, em uma página o autor expôs brevemente sua pesquisa e nos desperta a curiosidade a buscar mais sobre o assunto, tudo em apenas uma página.

        O livro de Paul Kriwaczek é um mergulho na história, cultura e desenvolvimento da cidade ao longo de milênios. Ele explora não apenas a ascensão e queda da cidade, mas também seu impacto duradouro na civilização e sua influência no mundo antigo. Ao longo das páginas de "Babilônia", o autor aborda aspectos diversos, como a arquitetura monumental da cidade, suas conquistas políticas, a riqueza cultural, a escrita cuneiforme, a economia, as contribuições para a matemática e astronomia, bem como as figuras históricas que moldaram seu destino, como Hamurabi.

Sua forma de narrar tem um tom hollywoodiano, como por exemplo o que encontramos na página 92, onde ele aponta a ligação entre o relato Bíblico do dilúvio e a revelação em 1872, onde fora descoberto que os antigos assírios também haviam contato uma história muito parecida com esta da tradição judaico-cristã.

O recorte temporal é audacioso, busca cobrir desde o ano de 5400 a.C., passando pela idade do Bronze (c. 2300 a 2200 a.C.), até a chegada dos persas no século VI a.C., ou seja, busca cobrir não somente a famosa Babilônia, mas toda a Mesopotâmia, região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, ou mais precisamente na região do atual Iraque, berço de algumas das primeiras civilizações da história. Eu utilizei o “busca cobrir” por que é evidente que em uma única obra, com menos de 400 páginas, seria humanamente impossível lograr tal feito.

Há momentos na história em que é como se o mundo inteiro estivesse de mudança; parecemos estar vivendo um desses períodos na atualidade (KRIWACZEK, p.293, 2023).

O trecho acima atesta outra tônica da obra: a importância que o autor dá para a relação entre os ensinamentos da história antiga e os possíveis usos destas narrativas no presente. Nesse caso em específico, Kriwaczek chama a atenção para a grande onde de migrantes internacionais até 2005, fato determinante há milhares de anos atrás e que continua sendo um problema global até os dias de hoje.

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