Relação Entre A Educação Espartana, O Ideal Homérico E O Estado

A educação na Grécia tinha suas particularidades e peculiaridades, que tornaram-se conhecidas durante quatro períodos: homérico, clássico, helenístico e romano. O ideal homérico era, em sua maioria, voltado para o homem-herói, ou seja, visava à formação do lado subjetivo deste homem, comparando-o aos Deuses imortais, bastando para tanto, a ele, valer-se de heroísmo no enfrentamento das questões que iam contra o estado, seus valores e princípios.

A educação espartana, no entanto, surgiu da necessidade permanente de defender a cidade estado, diante as constantes agressões externas acometidas por seus inimigos. Em razão deste aspecto, a educação espartana focava menos o caráter subjetivo do indivíduo, e mais o interesse objetivo de defesa do estado. Assim, a educação espartana basicamente visava, moldar o cidadão de acordo com as necessidades do estado, descartando seu desenvolvimento subjetivo e pessoal. Portanto, o cidadão servia ao estado, e não a si mesmo.

Para definir a relação entre a educação espartana, o ideal homérico e a defesa do estado deve-se atentar ao fato de que no ideal homérico a defesa do estado era apenas uma consequência da educação heroica do indivíduo, ou seja, acabava por glorificar seu estado através de seus atos de heroísmo, já na educação espartana o indivíduo era educado exclusivamente para defender o estado, e sua formação moral e individual não tinha importância social. Por esta razão, os cidadãos espartanos, desde a infância, eram educados militarmente, e preparados para enfrentar qualquer resistência física.

Assim, em síntese, no ideal homérico o indivíduo primeiro era educado para ser herói, mediante a comparação com os Deuses, e este heroísmo refletia diretamente na defesa do estado, por sua glorificação através de atos heroicos. Na educação espartana, o indivíduo era educado impreterivelmente para defender o estado, ao que, tornar-se herói era apenas uma consequência, ou não, de seus atos. A relação entre o ideal homérico e a educação espartana é, também, eminentemente belicista, pois ambas acabam por glorificar o estado em sua supremacia.

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