Resenha Crítica do Livro Revolução Francesa Explicada a Minha Neta

A obra Revolução Francesa explicada a minha neta, de Michel Vovelle, retrata a Revolução desde os primórdios, expondo a França pré-revolucionária e todos os seus problemas sociais e econômicos que levaram os camponeses e burgueses a agir politicamente em nome do terceiro estado e lutar por direitos básicos que lhes eram negados pela nobreza.

  Desde os problemas econômicos da má gestão de Luís XVI, até a decadência da aristocracia francesa, Vovelle aborda todos os temas que se referem à Revolução Francesa, problematizando-os, a queda da Bastilha, por exemplo, quando questionado por sua neta, abre a discussão para se pensar sobre toda a violência que aconteceu para que a revolução se consolidasse, todas as mortes e assassinatos, o próprio Rei Luis XVI decapitado, aquele que era considerado até então como “pai” da nação, morto decapitado. O autor mostra muito bem o sentimento que paira sobre a França nesse período revolucionário, um compilado de medo e esperança, medo por parte da nobreza, e daqueles que a ela apoiavam, e esperança daquele povo reprimido pelos impostos, aprisionado pela fome e escassez que ganhava nova vida com uma monarquia constitucional e posteriormente uma república.

Embora o livro retrate a Revolução na França, é interessante notar a consciência histórica por parte do autor, de saber que tais fatos influenciaram a história da França e do mundo de maneira coercitiva, de maneira que tais fatos influenciaram revoluções igualitárias pelo mundo todo, vide a revolução Russa, que embora tenham tentado, falharam na missão de manter a igualdade.

 O livro tem seu ponto alto no desfecho, na conclusão prática dada pelo autor, ao reconhecer a Revolução como um massacre, uma chuva de violência, “por vezes necessária para se defender de um mundo antigo que se defendia ferozmente” (VOVELLE, 2007). Ele reconhece na Revolução o papel de instigar e fomentar a busca pela igualdade, através das luzes e da razão, deixando de lado os fanatismos cegos, que deixam claro a necessidade de algumas “Revoluções” no âmbito social, como a conquista da igualdade pela mulher, e a busca pela igualdade social.

BIBLIOGRAFIA

Vovelle, Michel. A Revolução explicada a minha neta/Michel Vovelle; tradução Fernando Santos. – São Paulo: Editora UNESP, 2007.