Resenha Entre Rupturas e Continuidades
Por: KELLY.BORTOTO • 23/10/2017 • Trabalho acadêmico • 762 Palavras (4 Páginas) • 283 Visualizações
ESTUDO DE ARTIGO – Entre continuidades e rupturas: uma investigação sobre o ensino e a aprendizagem da História na transição do quinto para o sexto ano do Ensino Fundamental.
Este artigo tem por objetivo apresentar algumas análises a partir das investigações realizadas através de uma pesquisa num contexto em que a transição do quinto para o sexto ano do ensino fundamental significa a mudança do ensino público municipal para o estadual, no estado do Paraná. Este estudo visa também descobrir porque isto é feito e quais as consequências que esta desarticulação traria ao ensino e ao aprendizado de História e as dificuldades no processo de transição do aluno da rede municipal para a estadual.
Dentre os problemas apresentados, destacam-se os indicadores que medem o rendimento dos alunos na quinta série. Segundo dados do INEP esta desarticulação seria a responsável em média por 30% da distorção idade/série na continuidade do ensino fundamental, além de uma grande porcentagem de alunos que abandonam a escola. Foi através das entrevistas realizadas que se percebeu que trabalhos de parceria e continuidade do ensino, durante esta transição, praticamente não existem.
O processo de municipalização do ensino fundamental de 1ª a 4ª série, no estado do Paraná, teve inicio na década de 50 do século XX, e se efetivou através da Lei 5692/71 e culmina com a Lei 9394/96. Durante este processo não foi pensado uma maneira de articular esta transição entre município e estado, fato que demonstra que o aluno transita entre dois sistemas diferentes sem nenhum preparo e também convive com a desconfiança dos professores acerca da educação municipal. Esta ruptura evidencia que a municipalização se efetivou basicamente apenas na lógica administrativa e financeira, e não estiveram presentes neste processo, projetos para a articulação entre Estado e Município para as questões pedagógicas.
O aluno que passa por esta transição, de um sistema para outro, inicia praticamente do zero sua vida escolar, e nesta nova realidade depara-se com um sistema que desconfia do ensino municipal, o que pode ser percebido através da fala de alunos e professores. Além disto, a relação professor/aluno muda e torna-se mais distante do que era nas séries iniciais, inclusive com relação à afetividade, muitas vezes devido também ao numero maior de alunos.
Foi feita uma pesquisa com sete alunos durante este processo de transição, e constatou-se que nas séries iniciais as aulas de História eram mais demoradas e instigantes, também se notou um fator relativo a formação dos professores das séries iniciais, que não tiveram contato com a História ciência , visto que a grande maioria era formada em Letras e Pedagogia, e utilizavam como meio de ensino, principalmente, os livros didáticos.
Em outra pesquisa feita com os professores de 5ª série, formados em História, constatou-se que as aulas ministradas são concretizadas através daquilo que está no texto, ou seja, através dos livros didáticos. O livro didático é responsável pelo ritmo da aula, exercícios e conhecimento a ser ensinado, ele é bem manipulado pelos alunos e serve de suporte textual. A utilização do livro didático e a seleção de conteúdos determinados fazem com que o professor priorize certas habilidades ou operações mentais de cunho mais didático do que relacionado ao pensamento
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