Resenha do Texto - Interpretações do Populismo - Octávio Ianne
Por: ViniciusReus • 8/12/2015 • Resenha • 932 Palavras (4 Páginas) • 802 Visualizações
O autor Octavio Ianne aborda no texto as características do fenômeno histórico Populismo na America Latina usando comparativos entre os eventos e analisando obras que debatem o tema, notando que existem muitas divergências entre elas, porem ele trabalha no que de comum é apresentada nas obras.
Entre as características em comum nos variados momentos populistas na America Latina, o autor destaca esse fenômeno como transição da sociedade tradicional e rural e seu governo aristocrata oligárquico para uma sociedade iniciante no processo de urbanização e industrialização e a busca por um governo que assuma o vazio deixado pela queda do poder aristocrático. Outra característica marcante é verificar que esse fenômeno é um “subproduto” da crise econômica das décadas de 20 e 30 e, em sua maioria, assumem o poder por golpe de estado ou de outros meios indiretos, levando estudiosos a analisarem esse processo como forma subdesenvolvida e degradante da organização das atividades políticas.
Alem disso o Populismo devem ser entendidas como processo histórico constituído de um plano de governo abrangente e flexível, que dá atenção as massas (principalmente as novas massas marginalizadas urbanas), porém se utiliza de meios de manipulação das mesmas para favorecer os interesses burgueses.
Nesse caso, o autor define o Populismo em duas linhas: 1) O Populismo elitista e burguês, que atende seus interesses e utiliza do carisma e apoio popular do líder para intermediar a relação Elite-Massa, quando essa tende ao burguês; 2) O Populismo das massas propriamente dito, que faz arranjos a fim de acalmar e dar certos benefícios as classes pobres e trabalhadoras, buscando evitar qualquer forma de luta de classes.
Octavio Ianni destaca que os estudos sobre o fenômeno do populismo têm sido realizados sob uma perspectiva de mudança social, modernização e democratização, implicando que as sociedades latino-americanas na época do surgimento dos movimentos populistas, seriam sociedades duais, visto que estavam em processo de urbanização e industrialização, mas ainda mantinham resquícios de uma sociedade tradicional.
A migração do campo para a cidade formou “massas marginais” nas periferias das grandes cidades latino-americanas, massas que ainda não possuíam condições psicossociais, ou horizonte cultural, que supõe específicas do comportamento urbano e democrático.
A sociedade urbana ainda não possuía instituições políticas que permitisse a mobilização e incorporação das massas. Fatores como a escolarização e a influência dos meios de comunicação em massa, provocam o sentimento de revolta contra o sistema vigente, de caráter oligárquico e anti-reformista. Esta conjuntura facilitou a arregimentação das massas marginais pela demagogia e carisma do populismo.
O autor analisa a compreensão de três estudiosos (Gino Germani, Torcuato S. Di Tella e Jorge Graciarena) sobre a docilidade das massas às manipulações de líderes populistas, onde estes se preocuparam em suas pesquisas de correlacionar o surgimento dos movimentos “nacional-populares” com as condições sociais e políticas de formação da democracia na América Latina e a importância do líder populista e sua “ideologia”. Suas compreensões sobre o assunto tratam o populismo como um desvio no curso da busca de se chegar à democracia representativa total.
Para caracterizar a política dos partidos populistas da América Latina Octavio Ianni analisa a conceituação de Alan Angell. Angell destaca cinco características comuns dos partidos populistas: a liderança provém das classes altas e médias, embora de seus grupos com motivações reformistas; possuem uma base popular; não possuem uma doutrina precisa; são bastante nacionalistas e a importância do líder carismático.
O autor critica a caracterização de Angell, visto que a mesma generaliza os partidos populistas latino-americana, não define quais destes atributos são fundamentais e secundários, não aborda as relações e estruturas econômicas
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